͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏33. beto ⋆✴︎˚。⋆

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Sei que não deveria rir. A mãe da minha filha está nervosa. A última coisa que devo fazer é rir dela, mas a expressão de horror em seu rosto não tem preço.

— Beto! — Ela dá um soco no meu ombro. — Para de rir e me diz que merda é essa.

Olho para a foto e volto a gargalhar.

— Era pra ser reconfortante — explico, em meio aos risos.

Beatriz me dá outro soco.

— Foi o Ronaldo — digo. — Ele fez isso pra neném. É o teste pra ver quem é mais reconfortante.

— Juro por Deus, Roberto, se você não começar a fazer sentido, vou mandar isso pra polícia e dizer que estou sendo vítima de um crime de ódio.

Soluço incontrolavelmente.

— Beto!

Chorando de tanto rir, consigo me sentar. Tusso durante um minuto inteiro para afastar o riso. Então olho para a coisa de pelúcia na tela.

Acho que era para ser um urso, mas em algum momento do processo deu tudo muito errado. A costura parece saída de um filme do Tim Burton. Um dos olhos é um botão, e o outro é um X costurado com linha preta digno de um assassino em série. Tem um pedaço de pele faltando num dos lados da cabeça, e os braços e as pernas são cada um de um tamanho.

Abaixo da foto, Ronaldo escreveu:

Abaixo da foto, Ronaldo escreveu:

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Ela não tá errada.

— Por que o Ronaldo fez isso com a gente? — pergunta Beatriz.

Deixo escapar mais um riso.

— Ele está competindo para ser padrinho.

— Fala alguma coisa que faça sentido!

Engolindo outra gargalhada, explico depressa.

— Ele e Ulisses querem ser padrinhos da nossa filha. Falei uma bobeira sobre como ia botar os dois para competir pelo cargo, e eles decidiram que era uma ótima ideia. Então agora estão competindo.

Beatriz arqueia uma sobrancelha.

— E você já pensou que eu talvez não queira nenhum dos dois como padrinho da nossa filha?

— Claro. Imaginei que a gente ia conversar sobre isso em algum momento, mas, sinceramente, acho que Ulisses e Glorinha seriam padrinhos excelentes.

— Eles vão ter que disputar com Hope e Cora. Mas você já tá vetando o Ronaldo?

Meu olhar se volta para a tela.

— Hum. Já.

Ela enfim abre um sorriso.

— Tá legal, então como é que funciona essa competição?

Suspiro.

— É complicado. Desnecessariamente complicado.

A Conquista | BETRIZ Where stories live. Discover now