͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏34. beatriz ⋆✴︎˚。⋆

83 37 22
                                        

Estava nervosa de encontrar os amigos de Beto, mas na verdade não tinha com que me preocupar, porque eles são demais. Glorinha e Camila são ótimas de papo. Ulisses e Ronaldo são hilários e muito mais descontraídos do que eu imaginava. Quer dizer, os dois são jogadores de hóquei lindos de morrer. Eles não são todos supervaidosos como…

— A gente precisa conversar.

… como esse cara?

Fico rígida quando Basilio Oliveira aparece na porta. Beto acabou de sair para se despedir de Fitzy, me deixando para trás para esvaziar a última gaveta da cômoda por minha conta, mas paro tudo o que estou fazendo quando ele entra e fecha a porta atrás de si.

A simples visão dele me irrita. Não é justo um sujeito tão babaca ser tão ridiculamente atraente. Para ser sincera, Basilio talvez seja o cara mais bonito que já vi fora de uma tela de cinema. É alto, tem um rosto esculpido de modelo e um corpo espetacular. E é charmoso pra burro — foi assim que me levou para a cama, para começo de conversa. Bem, isso e os três daiquiris que eu tinha bebido. Eu podia até ter saído com ele de novo, se não tivesse descoberto que estava dormindo com a nossa professora assistente em troca de notas boas.

— Ah, precisa, é? — resmungo. — Sobre o quê, hein, Richie?

Ele estremece, como sempre faz quando uso o apelido debochado. Passei a chamá-lo de Richie Rich, aquele personagem do desenho Riquinho, depois que descobri que ele usa o dinheiro e a aparência para ir mais longe.

— Você sabe exatamente sobre o quê.

Franzo a testa.

— Se está falando disto… — aponto minha barriga — … então não temos nada a discutir. Minha bebê e eu não somos da sua conta.

— Beto é da minha conta — diz, com frieza, cruzando os braços sobre o peito musculoso. — Sério, Beatriz, sempre soube que você era uma megera ambiciosa, mas não imaginei que fosse egoísta.

A raiva me sobe até a garganta.

— Uau. Beau sempre tentou me convencer de que você era um cara decente, mas tá na cara que ele estava errado.

Basilio bufa por entre os dentes.

— Deixa o Beau fora disso. Estamos falando de você e de Beto.

— Quer mesmo comprar uma briga com uma grávida agora? Porque vou logo avisando: meus hormônios estão uma loucura. Posso arrancar seus olhos fora.

Ele não parece se incomodar.

— Você tá acabando com a vida do meu garoto. Acha mesmo que vou ficar aqui parado e deixar você fazer isso?

Rangendo os dentes, fecho a gaveta com força e imito sua pose, apertando os braços sobre os seios inchados.

— Beto é adulto. E por acaso é também o pai desta criança. Se ele quer participar da criação dela, não posso impedi-lo.

A frustração turva sua expressão.

— Isso vai acabar com a vida dele. Você não enxerga? Ele tá abrindo mão de tudo pelo que batalhou por causa de uma garota que nem o ama.

Meu queixo quase bate no chão. Como ele se atreve a me dizer uma coisa dessas?

— De onde você tirou que eu não o amo? — retruco, desafiadora.

— Se amasse, então já teria uma aliança no dedo. Beto não faz as coisas pela metade. Ele te ama, você vai ter a filha dele — se ele achasse por um momento que você também o ama, vocês estariam no cartório se casando antes dessa criança nascer. Em vez disso, ele está indo morar em Boston, quando sempre falou desde o primeiro ano que ia voltar pro Texas…

A Conquista | BETRIZ Where stories live. Discover now