Beatriz joga a cabeça para trás e gargalha.
— Mentira!
— Ei, todo mundo tem o direito de se divertir, né? Eu me divirto fazendo elogios às avessas para o Brody no Instagram e sufocando a mãe da minha filha na aula de respiração.
Ela ri ainda mais alto, a barriga pulando para cima e para baixo. Estendo o braço e acaricio a curva eu mesmo. É bom vê-la rindo de novo.
— Minha mãe vai amar você — asseguro. — Pode apostar.
Minha mãe odeia Beatriz.
Ou pelo menos está fazendo um bom trabalho em esconder o seu amor. O primeiro encontro não foi tão ruim. Pegamos minha mãe no Holiday Inn e a levamos até o meu apartamento, que felizmente está livre de Brody no momento. Ele e Hollis estão passando o feriado com a família em New Hampshire.
Durante o trajeto, minha mãe e Beatriz trocaram algumas palavras, meio sem jeito, mas a tensão foi administrável.
Agora, a tensão está quase me sufocando.
— Onde você mora, Beatriz? — minha mãe pergunta, enquanto examina meu apartamento de dois quartos.
— Com minha avó e meu padrasto.
— Hum.
Beatriz estremece diante da óbvia desaprovação.
Lanço um olhar irritado para minha mãe.
— Beatriz tá economizando para não ficar com uma dívida muito alta quando terminar a faculdade de direito.
Mamãe levanta uma sobrancelha.
— E qual vai ser o tamanho dessa dívida?
— Enorme — brinca Beatriz.
— Espero que não esteja esperando que Roberto pague por isso.
— Claro que não — exclama Beatriz.
— Mãe! — digo ao mesmo tempo.
— O que foi? Estou pensando em você, meu filho. Assim como você vai pensar na sua filha. — Ela inclina a cabeça em direção à barriga de Beatriz.
Beatriz oferece um sorriso contido e muda de assunto.
— Queria poder ter ido a Patterson. Aposto que é um ótimo lugar para criar filhos. Você com certeza fez um trabalho incrível com Beto.
Cada palavra transborda sinceridade, e até minha mãe é capaz de detectar isso. Felizmente, suaviza um pouco o tom.
— Sim, é um lugar maravilhoso. E eles fazem um piquenique delicioso no Quatro de Julho. Este ano, quem organizou foi Emma Hopkins.
— Sua antiga namorada, Beto — brinca Beatriz, a caminho da geladeira. — A gente deveria ter se esforçado mais pra ir.
— A companhia aérea não deixou. Além do mais, a gente pode beber e soltar foguete aqui, e vai ser tão divertido quanto se estivéssemos lá — digo, secamente. — Falando em beber; mãe, quer uma taça de vinho?
— Tinto, por favor — responde ela, acomodando-se num banquinho diante da bancada.
Beatriz pega os pastéis de carne que preparou com carinho hoje mais cedo. Posso muito bem cozinhar, mas ela não me deixou levantar um dedo. Fez tudo, da salada de batata ao feijão branco no molho de tomate.
Conseguimos chegar à metade do jantar sem nenhuma hostilidade, com Beatriz fazendo uma tonelada de perguntas sobre Patterson, o salão da minha mãe e até sobre o meu pai. É a parte sobre o meu pai que destrava a língua da minha mãe.
YOU ARE READING
A Conquista | BETRIZ
FanfictionDe todos os jogadores do time de Hóquei da universidade de Briar, Beto Sobral se destaca por ser o mais sensato, gentil e amável. Diferente de seus amigos mulherengos, ele sonha mesmo é com uma vida tranquila: esposa, filhos e, quem sabe um dia, abr...
͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏36. beto ⋆✴︎˚。⋆
Start from the beginning
