͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏35. beatriz ⋆✴︎˚。⋆

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D’Andre aparece na porta, o suor brilhando na pele escura. Nós três nos voltamos para ele com olhos suplicantes.

— Por que vocês estão me olhando assim? — indaga ele, desconfiado.

— Você consegue montar o berço de novo? — pergunto eu, esperançosa.

— E, se sim, você pode tirar a camiseta? — implora Cora.

D’Andre faz uma cara feia.

— Você tem que parar de me tratar feito um pedaço de carne. Também tenho sentimentos.

Mas ele tira a camiseta mesmo assim, e todas nós agradecemos a Deus por criar um espécime como D’Andre, cujo peitoral parece esculpido em mármore.

Ele sorri.

— Já basta?

— Na verdade, não. — Cora segura o queixo com uma das mãos. — Por que não tira essa bermuda também?

Confesso que estou curiosa. D’Andre é um sujeito grande. Não sou contra conferir seu material.

Hope levanta a mão aberta.

— Não, nada de striptease. A gente veio aqui ajudar a montar o berço. Amor, você acha que consegue?

— Sou aluno de contabilidade — comenta ele. — Lembra? Sou bom com números e em levantar coisas. O Beto monta. Ele tá lá fora convencendo algum estranho a levar a mesa. — Em seguida, lança um olhar penetrante para a minha barriga. — Então, vamos esperar o seu homem.

— Ela não precisa de um homem — diz Hope. — Ela tem a gente.

— Então por que estou aqui?

— Porque você me ama e não quer dormir no sofá — responde Hope, docemente.

— Aquilo não é um sofá, Hope. É um pedaço de madeira com espuma por cima.

Eu rio. O apartamento novo de Hope em Boston está cheio de coisas que ela arrumou no sótão da avó, que tem móveis suficientes para encher umas três casas.

— É um Saarinen original.

— Continua não sendo um sofá — insiste ele.

— Você senta nele. Ele tem três almofadas. Portanto, é um sofá. — Ela faz um barulhinho zangado. Fim de papo. — Precisamos de um amigo engenheiro. — Hope aponta o indicador para Cora. — Volta pra Briar e pega um aluno de engenharia.

— Tá bom, mas vou ter que transar com ele, então não vou voltar antes das… — ela finge olhar a hora — … dez, mais ou menos.

— Todo mundo aqui tem diploma universitário — afirmo. — A gente é capaz.

Batendo palmas, chamo todo mundo para sentar no chão comigo. Depois de três tentativas de me abaixar — e de Hope e Cora quase fazerem xixi nas calças de tanto rir —, D’Andre fica com pena da gente e me ajuda a ficar de joelhos. É quando Beto reaparece.

— Isso é algum ritual novo de fertilidade? — pergunta ele da porta, um ombro apoiado contra o batente. — Porque ela já está grávida, sabia?

— Quer fazer o favor de ajudar, seu branquelo? — devolve D’Andre. — Isto é ridículo.

— O que é ridículo? — Beto para ao meu lado, e aproveito para me recostar nas suas pernas. Até ajoelhar é difícil quando você está carregando quase quinze quilos a mais. — A gente desmontou. Como não vai conseguir remontar?

D’Andre repete a desculpa anterior.

— Sou aluno de contabilidade.

Beto revira os olhos.

A Conquista | BETRIZ Donde viven las historias. Descúbrelo ahora