D’Andre aparece na porta, o suor brilhando na pele escura. Nós três nos voltamos para ele com olhos suplicantes.
— Por que vocês estão me olhando assim? — indaga ele, desconfiado.
— Você consegue montar o berço de novo? — pergunto eu, esperançosa.
— E, se sim, você pode tirar a camiseta? — implora Cora.
D’Andre faz uma cara feia.
— Você tem que parar de me tratar feito um pedaço de carne. Também tenho sentimentos.
Mas ele tira a camiseta mesmo assim, e todas nós agradecemos a Deus por criar um espécime como D’Andre, cujo peitoral parece esculpido em mármore.
Ele sorri.
— Já basta?
— Na verdade, não. — Cora segura o queixo com uma das mãos. — Por que não tira essa bermuda também?
Confesso que estou curiosa. D’Andre é um sujeito grande. Não sou contra conferir seu material.
Hope levanta a mão aberta.
— Não, nada de striptease. A gente veio aqui ajudar a montar o berço. Amor, você acha que consegue?
— Sou aluno de contabilidade — comenta ele. — Lembra? Sou bom com números e em levantar coisas. O Beto monta. Ele tá lá fora convencendo algum estranho a levar a mesa. — Em seguida, lança um olhar penetrante para a minha barriga. — Então, vamos esperar o seu homem.
— Ela não precisa de um homem — diz Hope. — Ela tem a gente.
— Então por que estou aqui?
— Porque você me ama e não quer dormir no sofá — responde Hope, docemente.
— Aquilo não é um sofá, Hope. É um pedaço de madeira com espuma por cima.
Eu rio. O apartamento novo de Hope em Boston está cheio de coisas que ela arrumou no sótão da avó, que tem móveis suficientes para encher umas três casas.
— É um Saarinen original.
— Continua não sendo um sofá — insiste ele.
— Você senta nele. Ele tem três almofadas. Portanto, é um sofá. — Ela faz um barulhinho zangado. Fim de papo. — Precisamos de um amigo engenheiro. — Hope aponta o indicador para Cora. — Volta pra Briar e pega um aluno de engenharia.
— Tá bom, mas vou ter que transar com ele, então não vou voltar antes das… — ela finge olhar a hora — … dez, mais ou menos.
— Todo mundo aqui tem diploma universitário — afirmo. — A gente é capaz.
Batendo palmas, chamo todo mundo para sentar no chão comigo. Depois de três tentativas de me abaixar — e de Hope e Cora quase fazerem xixi nas calças de tanto rir —, D’Andre fica com pena da gente e me ajuda a ficar de joelhos. É quando Beto reaparece.
— Isso é algum ritual novo de fertilidade? — pergunta ele da porta, um ombro apoiado contra o batente. — Porque ela já está grávida, sabia?
— Quer fazer o favor de ajudar, seu branquelo? — devolve D’Andre. — Isto é ridículo.
— O que é ridículo? — Beto para ao meu lado, e aproveito para me recostar nas suas pernas. Até ajoelhar é difícil quando você está carregando quase quinze quilos a mais. — A gente desmontou. Como não vai conseguir remontar?
D’Andre repete a desculpa anterior.
— Sou aluno de contabilidade.
Beto revira os olhos.
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A Conquista | BETRIZ
FanfictionDe todos os jogadores do time de Hóquei da universidade de Briar, Beto Sobral se destaca por ser o mais sensato, gentil e amável. Diferente de seus amigos mulherengos, ele sonha mesmo é com uma vida tranquila: esposa, filhos e, quem sabe um dia, abr...
͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏35. beatriz ⋆✴︎˚。⋆
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