͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏33. beto ⋆✴︎˚。⋆

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— Ah, que bom que você chegou. Espera aí, tenho que pegar uma coisa.

Ela se vira para mim como se perguntasse: Ele tá falando comigo?

Mas meu amigo já saiu, e ouvimos seus passos ecoando nos degraus da escada.

Na mesa, Glorinha passa a mão pelo cabelo e me lança um olhar suplicante.

— Lembra que ele é o seu melhor amigo, tá?

Isso não soa nada promissor.

Quando Ulisses volta, está segurando um bloquinho de anotações e uma caneta, que pousa sobre a mesa na frente de Beatriz.

— Beto — diz. — Senta. É importante.

Estou tão confuso. A expressão resignada de Glorinha não ajuda a diminuir a sensação.

Depois que me acomodo ao lado de Beatriz, Ulisses abre o bloquinho, todo sério.

— Certo. Vamos repassar os nomes.

Beatriz levanta uma sobrancelha para mim.

Dou de ombros, porque não tenho ideia do que ele está falando.

— Fiz uma lista sensacional. Acho que vocês vão gostar. — Mas, quando fita a página, a decepção invade seu rosto. — Ah, merda. Não vamos poder usar nenhum dos nomes de menino.

— Espera. — Beatriz levanta a mão, com a sobrancelha franzida. — Você tá escolhendo nomes pra nossa filha?

Ele assente com a cabeça, ocupado, virando a página.

A mãe da minha filha me encara, boquiaberta.

Dou de ombros de novo.

— Só por curiosidade, quais eram os nomes de menino? — pergunta Camila, obviamente lutando contra um sorriso.

Ele se anima de novo.

— Bem, a primeira opção era Ulisses.

Rio alto o bastante para fazer o copo de Beatriz balançar.

— Aham — digo, fazendo o jogo dele. — E qual era o segundo lugar?

— Marcos.

Glorinha suspira.

— Mas tudo bem. Também tenho uns nomes de menina alucinantes. — Ele bate com a caneta no bloquinho, ergue os olhos para nos encarar e profere: — Úrsula Mary.

Fico boquiaberto.

— Tá maluco? Não vou chamar minha filha de Úrsula Mary.

Beatriz não consegue entender.

— Por que Úrsula Mary? — pergunta, devagar.

Glorinha suspira de novo.

O nome de repente provoca um estalo na minha cabeça. Ai, pelo amor de Deus.

— U. M. — murmuro para Beatriz. — As iniciais de Ulisses Machado.

Ela fica em silêncio por um segundo. Então começa a rir, provocando risos em Camila e, por fim, em Glorinha, que continua balançando a cabeça para o namorado.

— O que foi? — pergunta Ulisses, na defensiva. — O padrinho tem direito a dar opinião no nome. Tá nas regras.

— Nas regras? — exclama Glorinha. — Você que inventou essas regras!

— E daí?

— Além do mais, você não foi coroado padrinho ainda — ressalto, com um sorriso, assim que Fitzy e Ronaldo aparecem na cozinha. Então aponto Ronaldo com o polegar. — Esse idiota ainda tá na disputa.

A Conquista | BETRIZ Where stories live. Discover now