— Ah, que bom que você chegou. Espera aí, tenho que pegar uma coisa.
Ela se vira para mim como se perguntasse: Ele tá falando comigo?
Mas meu amigo já saiu, e ouvimos seus passos ecoando nos degraus da escada.
Na mesa, Glorinha passa a mão pelo cabelo e me lança um olhar suplicante.
— Lembra que ele é o seu melhor amigo, tá?
Isso não soa nada promissor.
Quando Ulisses volta, está segurando um bloquinho de anotações e uma caneta, que pousa sobre a mesa na frente de Beatriz.
— Beto — diz. — Senta. É importante.
Estou tão confuso. A expressão resignada de Glorinha não ajuda a diminuir a sensação.
Depois que me acomodo ao lado de Beatriz, Ulisses abre o bloquinho, todo sério.
— Certo. Vamos repassar os nomes.
Beatriz levanta uma sobrancelha para mim.
Dou de ombros, porque não tenho ideia do que ele está falando.
— Fiz uma lista sensacional. Acho que vocês vão gostar. — Mas, quando fita a página, a decepção invade seu rosto. — Ah, merda. Não vamos poder usar nenhum dos nomes de menino.
— Espera. — Beatriz levanta a mão, com a sobrancelha franzida. — Você tá escolhendo nomes pra nossa filha?
Ele assente com a cabeça, ocupado, virando a página.
A mãe da minha filha me encara, boquiaberta.
Dou de ombros de novo.
— Só por curiosidade, quais eram os nomes de menino? — pergunta Camila, obviamente lutando contra um sorriso.
Ele se anima de novo.
— Bem, a primeira opção era Ulisses.
Rio alto o bastante para fazer o copo de Beatriz balançar.
— Aham — digo, fazendo o jogo dele. — E qual era o segundo lugar?
— Marcos.
Glorinha suspira.
— Mas tudo bem. Também tenho uns nomes de menina alucinantes. — Ele bate com a caneta no bloquinho, ergue os olhos para nos encarar e profere: — Úrsula Mary.
Fico boquiaberto.
— Tá maluco? Não vou chamar minha filha de Úrsula Mary.
Beatriz não consegue entender.
— Por que Úrsula Mary? — pergunta, devagar.
Glorinha suspira de novo.
O nome de repente provoca um estalo na minha cabeça. Ai, pelo amor de Deus.
— U. M. — murmuro para Beatriz. — As iniciais de Ulisses Machado.
Ela fica em silêncio por um segundo. Então começa a rir, provocando risos em Camila e, por fim, em Glorinha, que continua balançando a cabeça para o namorado.
— O que foi? — pergunta Ulisses, na defensiva. — O padrinho tem direito a dar opinião no nome. Tá nas regras.
— Nas regras? — exclama Glorinha. — Você que inventou essas regras!
— E daí?
— Além do mais, você não foi coroado padrinho ainda — ressalto, com um sorriso, assim que Fitzy e Ronaldo aparecem na cozinha. Então aponto Ronaldo com o polegar. — Esse idiota ainda tá na disputa.
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A Conquista | BETRIZ
FanfictionDe todos os jogadores do time de Hóquei da universidade de Briar, Beto Sobral se destaca por ser o mais sensato, gentil e amável. Diferente de seus amigos mulherengos, ele sonha mesmo é com uma vida tranquila: esposa, filhos e, quem sabe um dia, abr...
͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏33. beto ⋆✴︎˚。⋆
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