͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏21. beto ⋆✴︎˚。⋆

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Estendo o braço e deslizo a mão pela parte de trás da sua cabeça. Faz muito tempo desde que a toquei, preciso deste pequeno contato.

— Quer que eu te leve num médico? — ofereço.

— Pareço tão mal assim?

— Não, você tá linda, mas falou que andou enjoada… — e você parece frágil (mais frágil que cristal) sob a minha mão. — Quero cuidar de você.

— Não quero ir ao médico.

— É o dinheiro? Porque se você não quiser que eu pague a gente pode ir pra Hastings e usar a clínica da faculdade.

Ela balança a cabeça, fazendo um movimento lento de um lado para o outro contra a minha palma. Desço a mão para massagear seu pescoço, e ela geme. O som vai direto para o meu pau abandonado.

— Tenho convênio. Só preciso descansar — insiste. — E amanhã é domingo, o que significa que vou poder passar o dia inteiro na cama, de bobeira.

Decido não pressionar.

— Que coincidência. Pensei em fazer exatamente isso.

Desta vez, quando nossos olhares se encontram, ela parece tão faminta quanto eu. Piso no acelerador um pouco mais fundo do que pretendia.

++++

— Um hotel? — exclama, dez minutos depois, quando paro na frente do Fairmont.

Sorrio.

— Feliz Natal atrasado.

O manobrista se aproxima e abre a porta dela. Salto do carro e o contorno pela frente, agradecendo a ele enquanto entrego as chaves. Isso está me custando uma nota preta, mas não ligo. Também não ligo que o porteiro esteja dando um sorrisinho irônico para a roupa de Beatriz e o nosso carro. Ele provavelmente acha que vou me dar mal por trazer uma prostituta para o meu quarto.

— Seu presente tá na minha casa — diz ela, triste, quando a alcanço na calçada.

Envolvendo-a pelas costas, conduzo-a com gentileza.

— Amanhã você me dá, quando a gente estiver de bobeira.

— Combinado.

Sigo direto para os elevadores e fixo os olhos no display digital, para não a atacar no saguão deste lugar pomposo.

— Certeza que todo mundo aqui acha que sou uma prostituta — diz, secamente.

— Se eles acharem isso, deve ser porque esse é o único motivo para alguém tão bonita quanto você me deixar pôr essas patas sujas no seu corpo.

— Mentira, mas foi um bom elogio.

— Te beijaria agora, mas, como faz dez dias que não te vejo, no mínimo ia perder o controle e tentar te comer aqui no hall.

— Posso esperar. — Ela lança um olhar indiscreto para a protuberância na minha calça jeans. — Mas, pelo contorno desse monstro nas suas calças, acho que ninguém iria se surpreender.

O apito do elevador encobre meu rosnado, mas, a julgar pelo sorriso que se abre no rosto de Beatriz, acho que ela ouviu.

Saímos no quarto andar. Mal entro no quarto e a pressiono contra a porta, enfiando a língua na sua boca e as mãos no casaco para apalpar os seios.

Ela geme, mas não é de tesão.

Afasto as mãos na mesma hora.

— Machuquei você?

— Não. — Ela me puxa de novo para si. — Meus peitos estão supersensíveis, não sei por quê.

Corro as mãos pelas laterais do seu corpo.

A Conquista | BETRIZ Where stories live. Discover now