Luto contra o impulso de subir de novo no avião e voltar para Boston. Mas vou ter de me contentar com mensagens, telefonemas e, se tiver sorte, uma chamada de vídeo. Queria ver como ela usa seu brinquedinho quando não estou por perto.
Quase dou de cara na SUV da minha mãe, perdido em meus pensamentos sobre Beatriz e seu vibrador. Limpo a garganta.
— Posso dirigir?
Ela me joga a chave.
— Nunca ia cansar de você, filho. Você sabe que eu ia adorar se viesse morar comigo.
— Isso não vai acontecer. Mulher nenhuma quer sair com um cara que mora com a mãe — digo, abrindo a porta para ela.
Ela entra, fazendo cara feia.
— Qual o problema de morar com a mãe?
— Todos, e você sabe disso, dona Lígia. — Então me abaixo e dou outro beijo em sua testa, para aliviar a dor.
Durante a viagem de quatro horas de Dallas até em casa, ela me atualiza sobre as fofocas de Patterson.
— A filha da Maria Solis veio da Universidade do Texas. Está cortando o cabelo em Austin agora, mas continua muito gentil. Passou no salão outro dia só pra dizer oi.
Faço que sim, distraído, me perguntando se Beatriz teria vindo, caso eu tivesse chamado para passar as festas comigo. Achei que o convite não seria bem-vindo, não só porque ela veria como um sinal de que estamos indo rápido demais, mas porque precisa do dinheiro do trabalho. Antes da minha viagem, ela estava vibrando de alegria com as horas extras que ia receber.
— Você devia chamá-la pra sair. — A voz de minha mãe me desperta dos devaneios mais uma vez.
— Quem? — pergunto.
— A filha da Maria Solis — responde ela, impaciente.
Desvio a atenção da estrada para lançar um olhar incrédulo na direção dela.
— Você quer que eu saia com a Daniela Solis?
— Por que não? Ela é linda e inteligente. — Minha mãe se recosta no assento e cruza os braços.
— E lésbica.
Ela fica boquiaberta.
— Dani Solis é lésbica?! Não pode ser — minha mãe protesta. — Ela é bonita demais.
— Mãe, meninas bonitas também podem ser lésbicas.
— Tem certeza? Vai ver ela é bi. Dizem que as crianças experimentam na faculdade.
— Ela levou Cassie Carter para o baile de formatura! Você fez o cabelo das duas.
— Achei que eram amigas.
— Elas tiveram que ir como amigas, porque a organização do baile não deixou que fossem como um casal.
A pequena cidade texana em que cresci tem um quê de conservadora. Dani e Cassie eram amigas, mas amigas que se beijavam e trocavam amassos no corredor. E que deixavam todos os meninos à sua volta completamente loucos. Passei muitas noites da adolescência fantasiando sobre as coisas que elas faziam quando estavam sozinhas. Com certeza era uma coisa imprópria de se fazer, mas a maioria dos meus pensamentos dos dez aos dezessete anos caía na categoria impróprios.
Minha mãe murcha no banco do passageiro. É óbvio que tinha todo um plano complexo montado na cabeça para me juntar com Dani.
— Lembra quando falei que conheci uma menina? — digo lentamente, decidindo que é melhor falar logo, antes que ela comece a tentar me casar com cada uma das mulheres solteiras de Patterson.
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A Conquista | BETRIZ
FanfictionDe todos os jogadores do time de Hóquei da universidade de Briar, Beto Sobral se destaca por ser o mais sensato, gentil e amável. Diferente de seus amigos mulherengos, ele sonha mesmo é com uma vida tranquila: esposa, filhos e, quem sabe um dia, abr...
͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏19. beto ⋆✴︎˚。⋆
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