De todos os jogadores do time de Hóquei da universidade de Briar, Beto Sobral se destaca por ser o mais sensato, gentil e amável. Diferente de seus amigos mulherengos, ele sonha mesmo é com uma vida tranquila: esposa, filhos e, quem sabe um dia, abr...
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Basilio é rápido em negar:
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Enchemos o saco dele por mais alguns minutos, mas tenho que parar quando Fitzy tropeça no banheiro e me empurra para o lado. Está todo descabelado e totalmente nu.
— Tenho que mijar — murmura.
— Bom dia, flor do dia — digo, alegre. — Quer que eu faça um café?
— Nossa, pelo amor de Deus.
Rindo, saio do banheiro e dou uns quatro passos até a cozinha. Quando ele finalmente aparece, enfio uma caneca na sua mão, dou um gole na minha própria e digo:
— Basilio enfiou um vibrador na bunda ontem.
Fitzy assente com a cabeça.
— Faz sentido.
Rio no meio do gole, derramando café.
— Pior que faz, né?
Ele assente de novo e vira a caneca. Já estou vestido e pronto para sair, então termino minha bebida sem pressa, enquanto Fitzy corre pelo apartamento atrás das roupas.
Cinco minutos depois, saímos para o frio da manhã e seguimos para os nossos respectivos carros. Felizmente, estou com meu equipamento no porta-malas, então não tenho que passar em casa primeiro. E, embora isso seja a maior idiotice, Fitz e eu apostamos corrida até o campus. Ele ganha, porque minha caminhonete é velha e lenta pra cacete.
Entramos na arena com dez minutos de sobra, o que é bom, porque meu celular escolhe esse momento para tocar. Meu pulso dispara diante da ideia de que pode ser Beatriz.
Não é. Fico levemente decepcionado quando vejo o número da minha mãe e depois me sinto mal, porque amo minha mãe.
— Te vejo lá dentro — grito para Fitzy, que está saltando do carro. Ele assente e se afasta, então atendo à chamada. — Oi, mãe. O treino tá quase começando, não tenho muito tempo.
— Ah, então não vou demorar. Só liguei pra saber como você tá e dizer um oi.
Sua voz tão conhecida me faz derreter por dentro. Juro, minha mãe sempre tem esse efeito em mim. Posso estar tenso até dizer chega, e uma palavra dela solta todos os meus músculos. Acho que sou um filhinho da mamãe, mas não tinha como ser diferente, considerando que não tenho pai.
— Acordou cedo, hein — comento. Ainda são cinco da manhã no Texas, o que é cedo até para ela.
— Não consegui dormir — admite. — Vou fazer cabelo e maquiagem de uma noiva e todas as madrinhas hoje. Tô muito nervosa.
— Ah, não sei por quê. Você é a melhor cabeleireira do mundo, lembra?
Minha mãe ri.
— Cabeleireira, vá lá. Mas maquiadora, nem tanto. Os cursos que fiz no verão ajudaram, mas, meu filho, tô enlouquecendo! Com que cara vou ficar se acabar com o grande dia de uma noiva porque fiz uma maquiagem de palhaço?!
— Vai dar tudo certo — asseguro. — Eu garanto.
— Uuuh, você garante? Isso é mais que uma simples promessa. Você confia muito na sua mãe, hein, Roberto?
— Claro que confio. Porque minha mãe é a melhor que existe.
— Transformei você num galanteador, hein?
— É isso aí. — Sorrio e, saltando da caminhonete, ainda equilibro o celular no ombro.
— Tá legal, faz um resumo rápido do que você anda fazendo — pede ela.
Caminho até a entrada gigante das instalações de hóquei da Briar.
— Não muito — confesso. — Hóquei, aulas, amigos — o de sempre.
— Ainda sem namorada? — Sua voz tem um tom de provocação.
— Ainda. — Hesito por um instante. — Mas conheci uma pessoa.
— Uuuh! Conta tudo!
Rindo, tiro minha carteirinha de aluno do bolso para abrir a porta da frente. A segurança aqui é coisa séria.
— Nada pra contar ainda. Mas, quando tiver mais detalhes, você vai ser a primeira a saber. Tenho que ir. Caminhando pro rinque.
— Tudo bem, me liga quando tiver mais tempo pra conversar. Te amo, meu filho.
— Também te amo.
Desligo e passo a carteirinha no leitor, então entro às pressas no saguão elegante, com ar-condicionado, camisetas de uniformes antigos emolduradas nas paredes e flâmulas comemorativas pendendo do teto.
Queria ter mais tempo para conversar com a minha mãe, mas quando se trata de hóquei na Briar não existe isso de pegar leve. O treinador Jensen comanda um programa de alto nível, que se orgulha da excelência e do trabalho árduo. Só porque estamos indo mal no rinque esses dias não significa que esquecemos esses ideais.
Sigo para o vestiário com passos rápidos. Ainda estou com o celular na mão e, depois de um instante de hesitação, mando uma mensagem para Beatriz:
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