Tento ir devagar. O máximo que consigo. Mas Beatriz tem outros planos.
Ela enfia a mão no meu cabelo e puxa minha cabeça até separar nossas bocas.
— Quero mais. — Soa tão desesperada quanto eu.
— Me diz o que você quer.
— Isto. — Ela segura minha mão e a leva até o ponto em que estamos unidos. Seus dedos cobrem os meus num pedido para acariciar seu clitóris. — E isto. — Ela ergue o quadril e começa a me foder.
E então, senhoras e senhores, é isso aí.
Meu ritmo lento e comedido vai para o espaço, e começamos a transar feito dois animais. Entro o máximo que posso. Mantenho a palma colada em seu clitóris inchado, esfregando no ritmo de cada impulso frenético. Em poucos segundos, estamos os dois encharcados de suor e ofegantes. As molas do colchão rangem com a força de nossos movimentos. A cabeceira bate contra a parede num tum-tum-tum rítmico que corresponde às batidas desvairadas do meu coração.
Ela goza antes de mim, segurando meus ombros e tremendo sob meu corpo. O boquete adiou um pouco as coisas para mim. Droga, adiou mais do que eu queria, porque estou louco para gozar. Todos os músculos do meu corpo estão tensos, implorando por um alívio que ainda está fora do meu alcance.
— Relaxa — murmura Beatriz.
Então seus dedos abrem minhas nádegas, um deles desce lá atrás e…
É isso aí.
Gozo com um grito rouco. Esqueço meu nome. Acho que chego a apagar por um minuto. Me sinto tonto e maravilhoso, e minhas bolas ainda estão formigando, mas acho que devo estar esmagando Beatriz, então arrasto o corpo fraco de cima dela e desabo de costas na cama.
— Puta merda — murmuro, olhando para o teto. — Isso foi…
Uma batida à porta me interrompe.
— Tá divertido aí? — pergunta uma voz masculina embriagada. — Porque tá parecendo que sim.
Beatriz fica rígida feito um animal paralisado pelos faróis de um carro numa estrada escura. O brilho de satisfação em seu rosto desaparece na mesma hora. Ela fica pálida, os dedos se enroscam na colcha.
— Vai embora — grita para a porta.
— Como assim? Não vai me apresentar pro seu amigo? Olha a falta de educação, Triz.
— Vai embora, Ray.
Mas o filho da mãe não vai a lugar nenhum. Ele começa a bater na porta de novo, o riso bêbado ecoando pelo corredor.
— Deixa eu conhecer seu amigo! Vai, vou ser bonzinho.
Beatriz salta da cama e começa a catar peças de roupa. Faço o mesmo, porque está na cara que não posso continuar pelado.
Ela veste uma camiseta e um shorts de algodão, então vai pisando duro até a porta e abre.
— Fica longe da porta do meu quarto, Ray. Tô falando sério.
O homem passa por ela, esticando o pescoço para dar uma boa olhada em mim. Quando nossos olhares se encontram, ele ri de novo.
— Ah, você arrumou um atleta! Olha só os músculos do cara! — Seu cabelo oleoso escorre sobre a testa quando ele se vira para Beatriz. — Você gosta de músculos, é? Claro que gosta. Dava pra ouvir você gritando que nem uma cadela no cio lá da sala de estar.
— Sai daqui — rosna Beatriz.
— Foi uma delícia escutar…
Ah, isso não. Dou um passo à frente, a raiva borbulhando nas veias. Não estou nem aí se o cara é padrasto da Beatriz. O babaca não tem direito de falar assim com ela.
— Já chega — digo em voz baixa. — Ela pediu pra sair.
Ele arregala os olhos.
— Quem é você pra me dar ordens? Você tá na minha casa, garoto.
— E este é o quarto dela — retruco.
— Beto — começa ela, mas Ray a interrompe.
— Triz, fala pro seu atleta calar a boca. Ou quem vai calar sou eu.
Até parece. Sou capaz de derrubar o filho da puta com um único soco. Ele está tão bêbado que não consegue parar em pé.
— Ray. — Beatriz tenta soar calma. — Quero que você saia agora.
O silêncio paira entre nós. Ray por fim revira os olhos de uma forma dramática e se afasta.
— Nossa, você é uma bruxa metida a besta, hein! Tava só brincando.
— Vai brincar em outro lugar — digo, friamente.
— Cala a boca, atleta. — Mas ele não se demora no quarto.
Ouvimos seus passos vacilantes no corredor. Um momento depois, uma porta se fecha.
Me viro para Beatriz lentamente. Sinto um nó de preocupação na barriga. E uma pontada de medo também, porque odeio a ideia de que o idiota dorme a duas portas da dela.
Antes que eu possa dizer qualquer coisa, ela passa o cabelo atrás das orelhas e anuncia:
— Estou muito cansada. Acho melhor você ir embora.
Meu olhar salta para o corredor.
— Ele não vai me incomodar — sussurra ela, como se estivesse lendo meus pensamentos. — Tranco a porta à noite.
Não estou muito certo de que uma porta trancada vai manter o filho da mãe longe dela. Ray não é alto nem grande como eu, mas também não é fraco. Meio magrelo, é verdade, mas não é fraco…
— Vou ficar bem — insiste, e o olhar em seu rosto me diz que está tão ansiosa para que eu vá quanto eu para ficar.
— Tem certeza? — pergunto, por fim.
Ela assente.
— Certo. Então… acho que vou indo. — Tiro o celular do bolso e abro o aplicativo do Uber. Demoro muito mais do que o necessário para pedir um carro, torcendo para que ela mude de ideia.
Mas isso não acontece. Ela espera em silêncio, depois me leva até a cozinha, abre a porta para mim e murmura um boa-noite baixinho.
Sem beijo de despedida.
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A Conquista | BETRIZ
FanfictionDe todos os jogadores do time de Hóquei da universidade de Briar, Beto Sobral se destaca por ser o mais sensato, gentil e amável. Diferente de seus amigos mulherengos, ele sonha mesmo é com uma vida tranquila: esposa, filhos e, quem sabe um dia, abr...
͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏09. beto ⋆✴︎˚。⋆
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