͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏07. beatriz ⋆✴︎˚。⋆

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Continuamos trocando mensagens por mais alguns minutos, mas o pico de adrenalina está passando. Apoio o prato pela metade na cabeceira e abraço a carta de Harvard junto do peito. Está tudo acontecendo. Todas as coisas boas pelas quais trabalhei tanto estão se concretizando. Nada pode me parar agora.

Pego no sono com um sorriso grande e feliz no rosto.

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Vou ter q deixar pra próxima, mulherada, respondo para minhas amigas no dia seguinte, depois que Hope escreve perguntando se quero almoçar com elas.

Vou ter q deixar pra próxima, mulherada, respondo para minhas amigas no dia seguinte, depois que Hope escreve perguntando se quero almoçar com elas

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Cora está na aula, mas sei que vou receber uma mensagem dela assim que sair.

Pego a Linha Vermelha do metrô até Harvard Square. Juro que até a estação aqui cheira bem, diferente das outras, que cheiram a lixo, xixi velho e suor. E o campus é lindo. Minha vontade é abrir os braços e rodar de felicidade.

Segundo o mapa, os dezoito ou mais prédios da faculdade de direito ficam do outro lado do campus. Mas não estou com pressa, então caminho lentamente, admirando os edifícios enormes de tijolo aparente, as dezenas e mais dezenas de árvores com as últimas folhas nos galhos, a vastidão dos gramados - ainda verdes em alguns pontos. É como uma Briar turbinada. Até os estudantes parecem mais inteligentes, mais ricos, mais importantes.

A maioria das alunas está usando o que gosto de chamar de uniforme da menina rica: mocassim da Sperry, calça jeans Rag & Bone e moletom Joie — do tipo que parece saído de uma lata de lixo, mas na verdade custa algumas centenas de dólares. Só sei disso por causa do armário da Hope.

Mas só porque minha saia preta e a camisa branca vieram de uma loja barata não significa que não pertenço a este lugar. Posso não ter tanto dinheiro quanto os outros aqui, mas poria meu cérebro à prova contra qualquer um desses alunos.

Abro as portas do Everett, o edifício onde fica a sala da professora Fromm, e me apresento para a recepcionista. Ela anota meu nome num livro de visitas e, em seguida, sinaliza para que eu aguarde um instante.

Não passo nem um minuto sentada na recepção, e um jovem de camisa xadrez azul e branca e gravata azul-escura chega de uma sala lateral que não notei que existia quando entrei.

— Oi. Meu nome é Kale Delacroix. — Ele estende a mão.

Aperto-a automaticamente, sem entender por que está aqui, ao mesmo tempo em que me pergunto por que alguém chamaria o filho de Kale.

— Sou Beatriz Dourado.

— Ótimo. Bem-vinda à Assistência Jurídica de Harvard. Aqui está nosso formulário de inscrição. Se precisar de alguma ajuda, me avise.

Ele empurra uma prancheta na minha direção. Passo o olho pelo documento, sem entender por que preciso preencher um formulário para ver a professora Fromm. Solto a caneta da prancheta e começo a escrever meu nome. Então paro. Embora não goste muito de parecer burra, acho melhor perguntar o que é isso.

A Conquista | BETRIZ Where stories live. Discover now