͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏05. beatriz ⋆✴︎˚。⋆

Magsimula sa umpisa
                                        

Por alguma razão estúpida, porém, me vejo confessando:

— Bloqueei seu telefone.

Em vez de parecer ofendido, ele ri.

— É. Desconfiei. Por isso rastreei você.

Estreito os olhos para ele.

— E como você fez isso, exatamente? Como sabia que eu ia estar aqui?

— Pedi seus horários para o meu orientador.

Fico boquiaberta.

— E ele deu?

— Deu. Com muito prazer.

Meu sangue ferve com descrença e indignação. Como assim? A faculdade não pode simplesmente dar os horários dos alunos para qualquer um que pedir, pode? Isso é violação de privacidade. Cerro os dentes e decido que, assim que me formar, a primeira coisa que vou fazer vai ser processar esta faculdade idiota.

— Ele te deu meu histórico escolar também? —  resmungo.

— Não. E não se preocupe, tenho certeza que sua grade horária não tá rodando o campus em forma de panfleto promocional. Ele só me deu porque jogo hóquei.

— E isso deveria me tranquilizar, então? Saber que você é um idiota privilegiado que recebe tratamento especial porque anda de patins num rinque de gelo e ganha troféus?

Começo a caminhar num ritmo acelerado, mas ele é grande o suficiente para me alcançar com as passadas largas num piscar de olhos.

— Desculpa. — Beto parece genuinamente arrependido. — Se isso ajuda, em geral não uso o trunfo do atleta para conseguir favores. Poderia ter pedido a sua grade pro Basilio, mas achei que você ia gostar menos ainda.

Nisso ele tem razão. A ideia de Beto falando com Basilio Oliveira sobre mim me dá arrepios.

— Tá legal, você me rastreou. O que você quer, Roberto? — Acelero o passo.

— Por que a pressa, princesa?

— Essa é a minha vida — murmuro.

— O quê?

— Tô sempre com pressa — esclareço. — Tenho vinte minutos pra comer alguma coisa antes da próxima aula.

Chegamos ao saguão, onde entro na mesma hora na fila da vendinha de sanduíches e começo a examinar o cardápio na parede. O estudante na nossa frente deixa o balcão antes que Beto possa falar. Dou um passo apressado e faço meu pedido. Quando vou pegar a carteira na bolsa, Beto pousa a mão sobre a minha.

— Deixa comigo — diz, já sacando uma nota de vinte da carteira de couro.

Não sei por quê, mas isso me irrita ainda mais.

— Primeiro você paga minha bebida no Malone’s e agora meu almoço? Qual é, tá querendo se exibir? Deixar bem claro que tem dinheiro sobrando?

Vejo a mágoa tremular em seus profundos olhos castanhos.

Droga. Não sei por que estou hostilizando o cara. É só que… aparecer aqui, admitir que usou de favores para me encontrar, pagar meu almoço…

Era para ser uma coisa de uma noite só, mas agora ele está no meu pé, e não gosto disso.

Não, isso não é verdade. Adoro ter ele por perto. Beto é tão sexy e cheira tão bem, um aroma cítrico e de sândalo. Quero enterrar o nariz naquele pescoço forte e inspirar até me embriagar.

Mas não tenho tempo para isso. Tempo é um conceito que não existe na minha vida, e Roberto Sobral é distração demais.

— Estou pagando seu almoço porque foi assim que minha mãe me criou — responde, baixinho. — Pode me chamar de antiquado, mas comigo é assim.

A Conquista | BETRIZ Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon