De todos os jogadores do time de Hóquei da universidade de Briar, Beto Sobral se destaca por ser o mais sensato, gentil e amável. Diferente de seus amigos mulherengos, ele sonha mesmo é com uma vida tranquila: esposa, filhos e, quem sabe um dia, abr...
— Não importa, né, porque isso não vai se repetir, certo?
Que merda, ele tem resposta pra tudo.
— Você deveria estudar direito — murmuro. — Me dá seu número.
Digito enquanto ele recita, em seguida abro o carro e praticamente me jogo no banco do motorista. Por sorte, meu pouco confiável Honda pega de primeira.
Baixo a janela uns dois centímetros e murmuro, apressada:
— Boa noite, Beto.
Ele responde com um aceno rápido.
Observo-o pelo retrovisor por quase um quarteirão, uma figura solitária contra o luar, antes de forçar meus olhos na estrada à minha frente. É nela que tenho que me concentrar.
Mas a viagem até minha casa transcorre num borrão, com meu cérebro repassando o sexo quente de novo e de novo. Cérebro idiota.
Mas… o sexo foi tão bom. Seria tão ruim assim vê-lo de novo?
Estaciono no asfalto rachado da garagem atrás da minha casa e fico sentada ali por um momento. Então passo a mão pelo cabelo despenteado e pego o celular.
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A resposta é imediata.
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Será que quero usar esse número — ou ele — de novo? É tão tentador. Roberto Sobral é gostoso, faz sexo como um deus e é tão descontraído que nada parece perturbá-lo. Não me fez nenhuma pergunta complicada nem pareceu interessado em querer mais do que eu poderia oferecer. Quantas vezes na vida um cara desses aparece?
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Deslizo o polegar sobre o lábio, lembrando como foi bom quando ele me beijou. Argh. Talvez eu use mesmo esse número de novo.
A exaustão me atinge no momento em que saio do carro. Preciso dormir um pouco, pra ontem. Amanhã vai ser um dia tão longo e cansativo quanto hoje, e não estou nem um pouco ansiosa por isso.
Quando tropeço para dentro de casa, vovó está sentada no mesmo lugar em que a deixei. Acho que só saiu dali durante as quatro horas ou mais em que estive fora para fazer xixi e eliminar os dois litros de Coca da garrafa que está vazia na mesa da cozinha. A garrafa estava cheia quando saí. No entanto, está com uma revista diferente agora. Acho que é a Enquirer.
Ela repara no meu estado desgrenhado.
— Achei que tinha ido para um coquetel. — E abre um sorriso. — Mas parece que o cardápio era você.
Um calor inunda meu rosto. Pois é. Nada como algumas palavras da minha avó para pôr o mundo de volta nos eixos.
Ignoro a provocação e sigo para o corredor.
— Boa noite — murmuro.
— Boa noite — responde ela, suas risadas me acompanhando até o quarto.
Depois de fechar e trancar a porta, pego o celular e abro o contato de Beto. Olho para ele por um longo instante. Fico tentada a escrever alguma coisa. Qualquer coisa.
Em vez disso, abro as opções e aperto “BLOQUEAR”.
Porque não importa o quão gostoso ele seja ou quantos orgasmos possa arrancar de mim, não existe espaço na minha vida para uma segunda rodada com ele.