͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏03. beatriz ⋆✴︎˚。⋆

Start from the beginning
                                        

Seus olhos castanho-claros brilham.

— Não importa, né, porque isso não vai se repetir, certo?

Que merda, ele tem resposta pra tudo.

— Você deveria estudar direito — murmuro. — Me dá seu número.

Digito enquanto ele recita, em seguida abro o carro e praticamente me jogo no banco do motorista. Por sorte, meu pouco confiável Honda pega de primeira.

Baixo a janela uns dois centímetros e murmuro, apressada:

— Boa noite, Beto.

Ele responde com um aceno rápido.

Observo-o pelo retrovisor por quase um quarteirão, uma figura solitária contra o luar, antes de forçar meus olhos na estrada à minha frente. É nela que tenho que me concentrar.

Mas a viagem até minha casa transcorre num borrão, com meu cérebro repassando o sexo quente de novo e de novo. Cérebro idiota.

Mas… o sexo foi tão bom. Seria tão ruim assim vê-lo de novo?

Estaciono no asfalto rachado da garagem atrás da minha casa e fico sentada ali por um momento. Então passo a mão pelo cabelo despenteado e pego o celular.

 Então passo a mão pelo cabelo despenteado e pego o celular

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

A resposta é imediata.

Será que quero usar esse número — ou ele — de novo? É tão tentador

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Será que quero usar esse número — ou ele — de novo? É tão tentador. Roberto Sobral é gostoso, faz sexo como um deus e é tão descontraído que nada parece perturbá-lo. Não me fez nenhuma pergunta complicada nem pareceu interessado em querer mais do que eu poderia oferecer. Quantas vezes na vida um cara desses aparece?

Deslizo o polegar sobre o lábio, lembrando como foi bom quando ele me beijou

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Deslizo o polegar sobre o lábio, lembrando como foi bom quando ele me beijou. Argh. Talvez eu use mesmo esse número de novo.

A exaustão me atinge no momento em que saio do carro. Preciso dormir um pouco, pra ontem. Amanhã vai ser um dia tão longo e cansativo quanto hoje, e não estou nem um pouco ansiosa por isso.

Quando tropeço para dentro de casa, vovó está sentada no mesmo lugar em que a deixei. Acho que só saiu dali durante as quatro horas ou mais em que estive fora para fazer xixi e eliminar os dois litros de Coca da garrafa que está vazia na mesa da cozinha. A garrafa estava cheia quando saí. No entanto, está com uma revista diferente agora. Acho que é a Enquirer.

Ela repara no meu estado desgrenhado.

— Achei que tinha ido para um coquetel. — E abre um sorriso. — Mas parece que o cardápio era você.

Um calor inunda meu rosto. Pois é. Nada como algumas palavras da minha avó para pôr o mundo de volta nos eixos.

Ignoro a provocação e sigo para o corredor.

— Boa noite — murmuro.

— Boa noite — responde ela, suas risadas me acompanhando até o quarto.

Depois de fechar e trancar a porta, pego o celular e abro o contato de Beto. Olho para ele por um longo instante. Fico tentada a escrever alguma coisa. Qualquer coisa.

Em vez disso, abro as opções e aperto “BLOQUEAR”.

Porque não importa o quão gostoso ele seja ou quantos orgasmos possa arrancar de mim, não existe espaço na minha vida para uma segunda rodada com ele.

A Conquista | BETRIZ Where stories live. Discover now