— Tem certeza que não quer ir pra minha casa? — pergunta.
Por um segundo, quase digo que sim. Sim, topo ir para a casa dele. Sim para mais uma rodada de sexo. Sim para tomar café da manhã, faltar no trabalho e passar o dia na cama com ele. A necessidade me surpreende e me assusta.
Respiro fundo e recolho os pedaços da minha compostura que ele estilhaçou com essa transa inesquecível.
— Não. Preciso ir pra casa.
Foi só sexo.
Isso. Só sexo. Roberto Sobral é bom de cama. Tão bom que deveria ganhar um troféu. Mas não foi o melhor que já tive. Só parece que foi, por causa do estresse que estou passando. Ou, mesmo que tenha sido o melhor que já tive, isso só quer dizer que ele é mais uma evidência de que atletas são bons de cama. Resistência física. Dedos e língua experientes. Um pau que poderia servir como modelo para os tamanhos grandes num sex shop.
Procuro por minha camisa e o casaco. Visto depressa, sem me importar que provavelmente estão do avesso. Preciso sair dessa caminhonete e entrar no meu carro.
— Tô pronta — anuncio. — Meu carro tá a dois quarteirões daqui.
Suas feições bonitas amolecem.
— Você parece um pouco nervosa.
Me viro, agitada, mas sua expressão não demonstra nada além de preocupação.
— Tô bem — afirmo.
Beto senta, tira a camisinha, dá um nó e embrulha num bolo de lenços de papel. Segura a chave por um instante e, em seguida, liga a caminhonete.
— Onde?
Deixo escapar um suspiro de alívio.
— Na Forest Street. Na frente de um casarão vitoriano.
— Beleza.
Percorremos a curta distância em silêncio. Ao primeiro sinal do meu carro, a vontade de fugir é tanta que tenho dificuldade de resistir. Abro a porta antes de ele frear por completo.
— Vejo você por aí — digo, descontraída.
— Vou te acompanhar até o carro.
Ele levanta o quadril para puxar a calça, alertando-me para o fato de que ainda está seminu. Tento não encarar enquanto ele guarda o pau semiereto. Beto daria outra fácil.
Meu corpo implora por mais contato, mas ignoro, saltando da caminhonete. Quando Beto se junta a mim, está de camiseta, e a calça jeans pende baixa no quadril forte, o zíper aberto. Ainda está de bota.
Uma onda de risos histéricos entala em minha garganta. Ele me fodeu daquele jeito sem nem tirar as botas?
— Vou te seguir até em casa — diz.
— Já falei, moro em Boston.
Ele dá de ombros.
— E daí? As estradas estão uma merda, e quero ter certeza que você chegou bem.
— Vou ficar bem. Já fiz esse trajeto dezenas de vezes.
— Então me manda uma mensagem quando chegar em casa.
— Nada de telefone — lembro a ele, sentindo um pânico estranho.
— Ou manda mensagem, ou eu te sigo. — Sua voz soa decidida.
Parece que tive uma noite de sexo casual com o último cavalheiro do planeta.
— Tudo bem. — Pego o celular no bolso do casaco. — Mas você tá acabando com o clima.
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A Conquista | BETRIZ
FanfictionDe todos os jogadores do time de Hóquei da universidade de Briar, Beto Sobral se destaca por ser o mais sensato, gentil e amável. Diferente de seus amigos mulherengos, ele sonha mesmo é com uma vida tranquila: esposa, filhos e, quem sabe um dia, abr...
͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏03. beatriz ⋆✴︎˚。⋆
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