— Beto. Todo mundo me chama de Beto. E estudo administração de empresas.
— Pra poder gerenciar todo o seu dinheiro do hóquei?
Ainda não soltei o pulso dela e, a cada frase, diminuo a distância entre nós.
— Não. — Aponto para o meu joelho. — Sou lento demais pra virar profissional. Apanhei feio na escola. Sou bom o suficiente pra uma bolsa de estudos aqui, mas conheço meus limites.
— Ah, que pena. — O tom de consternação em sua voz é verdadeiro.
Basilio não sabe de nada. Esta menina é o que há de mais doce. Mal posso esperar para pôr a boca nela.
E as mãos.
E os dentes.
E meu pau duro.
— Não esquenta. Eu não ligo.
Deslizo a mão ao longo do bar até Beatriz estar basicamente de pé num círculo dentro dos meus braços. Seus pés estão acomodados entre os meus, e se eu chegar o quadril um pouquinho para a frente vou conseguir o contato que meu corpo está desesperado para sentir. Mas se tem uma coisa que aprendi em todos esses anos jogando hóquei é que vale a pena ter paciência. Você não manda uma tacada para o gol assim que recebe o passe. Você espera uma abertura.
— Nunca quis virar profissional — acrescento. — Acho que é uma daquelas coisas que você tem que querer muito pra correr atrás.
E então ela me oferece a abertura.
— E o que você quer hoje em dia?
— Você — respondo, sem rodeios.
Duas coisas acontecem. As luzes se apagam completamente, e ela quase deixa cair o copo. O jukebox para de repente, o bar parece silencioso demais. À nossa volta, ouvimos risos e gritos de consternação.
— Nada de mão boba, crianças — grita um dos atendentes atrás do bar. — Vamos ver o que está acontecendo. O gerador deve começar a funcionar a qualquer momento.
Como se tivesse ouvido a deixa, um zumbido corta o ambiente, e uma lâmpada fraca ilumina o bar lotado.
— Ainda está com sede? — pergunto, acariciando o interior de seu pulso com movimentos longos e suaves. Subindo até a parte interna do cotovelo e de volta para o pulso. E mais uma vez. De novo e de novo e de novo.
Seus olhos caem nas nossas mãos unidas e se arregalam, como se ela tivesse acabado de perceber que passamos os últimos cerca de dez minutos nos tocando. Baixo a cabeça e roço o nariz contra sua orelha, inspirando o aroma sedutor.
Poderia ficar aqui a noite inteira. Gosto de prolongar a expectativa até quase doer. Torna o alívio ainda mais explosivo. Tenho a sensação de que sexo com Beatriz Dourado vai ser do outro mundo.
Mal posso esperar.
Depois de inspirar fundo, o que faz com que seus seios perfeitos pressionem meu peito, ela se afasta — não muito, mas o suficiente para criar uma distância entre nós.
— Não curto relacionamentos — diz, sem rodeios. — Se fizermos aquilo…
— Aquilo o quê? — Não consigo evitar a provocação.
— Aquilo. Não se faça de bobo, Beto. Você é melhor do que isso.
Deixo escapar um riso.
— Tá certo. Tudo bem… — Concordo com um gesto da mão. — Continua…
— Se fizermos aquilo — repete ela —, vai ser só sexo. Nada de bom-dia desajeitado na manhã seguinte. E nada de trocar telefones também.
Faço um último carinho antes de soltá-la, deixando que o meu silêncio dê a ela a resposta que quer ouvir. Duvido que uma vez só vá ser o suficiente para a gente, mas se é nisso que ela precisa acreditar hoje, por mim tudo bem.
— Vamos, então.
Seus lábios se curvam.
— Agora?
— Agora. — Umedeço o lábio inferior com a língua. — A menos que você prefira ficar um pouco mais e continuar fingindo que a gente não quer rasgar a roupa um do outro.
Ela solta uma risada gutural que vibra direto no meu saco.
— Ótimo argumento, Beto.
Meu Deus. Adoro o jeito como meu nome salta dos seus lábios cheios e carnudos. Talvez peça para ela dizer de novo quando estiver gozando.
O desejo que toma conta de mim é tão forte que tenho que me contrair inteiro e respirar pelo nariz para tentar controlá-lo. Seguro Beatriz pelo cotovelo e abro caminho até a porta. Algumas pessoas me chamam ou me dão um tapinha nas costas para dizer que o jogo foi bom. Ignoro todo mundo.
Do lado de fora, ainda está caindo o mundo. Aperto Beatriz junto de mim e passo minha jaqueta preta e prata do time por sobre sua cabeça. Por sorte, minha caminhonete está perto da porta.
— Aqui.
— Bela vaga — comenta ela.
— Não tenho do que reclamar. — É um dos privilégios de ser titular de um time de hóquei universitário campeão.
Ajudo-a a entrar na caminhonete, em seguida sento no banco do motorista e ligo o motor.
— Pra onde vamos?
Ela treme um pouco, mas não sei se é pelo frio ou por outro motivo.
— Moro em Boston.
— Minha casa, então. — Porque de jeito nenhum vou aguentar esperar uma hora dirigindo até Boston. Meu pau vai explodir.
Ela pousa a mão no meu pulso antes que eu possa engatar a ré.
— Você mora com Basilio. Não acha que vai ser esquisito?
— Não, por que seria?
— Não sei.
Seu indicador desliza por sobre meus dedos.
Cerro os dentes, e minha ereção quase rasga o zíper. A única razão pela qual não a beijei no segundo em que saímos do bar foi porque se tivesse começado provavelmente a teria pressionado contra a fachada do prédio e ido até o fim. Mas agora ela está me tocando, e meu autocontrole está mais frágil do que uma nuvem de vapor.
— Vamos fazer aqui — decide ela.
Franzo a testa.
— Dentro do carro?
— Por que não? Você precisa de velas e pétalas de rosa? É só sexo — insiste.
— Princesa, você fica repetindo isso, e vou começar a me perguntar se sou eu mesmo que você quer convencer. — Seu polegar acaricia um círculo pequeno no centro da palma da minha mão, e tenho que prender a respiração. Que se dane. Preciso demais dela. — Mas tudo bem. Você quer transar nesta caminhonete, então que seja na caminhonete.
Sem mais uma palavra, levo a mão para baixo do banco e o empurro para trás o máximo que posso. Então tiro a jaqueta e jogo no banco de trás.
— Você tem alguma regra para seus encontros meramente sexuais? — pergunto, com a voz arrastada. — Tipo nada de beijo na boca?
— De jeito nenhum. Pareço a Julia Roberts?
Franzo a testa.
— Uma linda mulher? — explica ela. — A prostituta de bom coração? Que não beija os clientes?
Abro um sorriso.
— Quer dizer que tenho direito a beijo?
Bato no peito, torcendo para que ela não pense que estou chamando-a de prostituta.
Beatriz ri.
— Se eu não ganhar um beijo, vou ficar muito puta. Preciso de beijo. Senão ficava em casa com meu vibrador.
Um sorriso se abre lentamente em meu rosto. Recostado contra a porta do carro e com a bota apoiada no painel, crio um ninho para seu corpo quente e a chamo para junto de mim.
— Então vem aqui fazer o que quiser comigo.
YOU ARE READING
A Conquista | BETRIZ
FanfictionDe todos os jogadores do time de Hóquei da universidade de Briar, Beto Sobral se destaca por ser o mais sensato, gentil e amável. Diferente de seus amigos mulherengos, ele sonha mesmo é com uma vida tranquila: esposa, filhos e, quem sabe um dia, abr...
͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏02. beto ⋆✴︎˚。⋆
Start from the beginning
