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Bruna 🎡

Bruna : Como assim, Danilo? -Questionei, sem entender direito e ele virou na minha direção.

Lobão : Pô minha loira, tá na minha mente que se eu relutar o bagulho, vai ser pior tá entendendo? Os bota vai arranjar pretexto pra invadir, criar guerra, e se for pra tirar a paz de vocês não compensa.

Bruna : Não tô te incentivando a fazer o errado, mas eu acredito que seja importante pro nosso filho também crescer na sua presença.

Lobão : Eu tô ligado, isso ai a gente só tá discutindo, porque pode ser que demore cinco, dez anos pra sair a data do julgamento. O que eu tô tentando te explicar é que eu nunca senti nada igual na minha vida, Bruna. Eu vivia metendo o papo que não estava nem ai pra nada, mas agora o bagulho é diferente. Eu não quero essa vida errada pro nosso filho, e se for necessário me afastar pra oferecer uma educação melhor...

Bruna : Quando a gente começou a se relacionar, eu sabia absolutamente de todos os seus erros, defeitos...

Lobão : É pô, mas imagina, daqui cinco, dez anos nosso filho compreendendo as coisas e questionando as razões pra eu não ter feito tudo diferente, bota fé? Me culpando por todas as coisas ruins que estão sujeitas a acontecer?

Bruna : Danilo, a gente não sabe o que vai acontecer daqui cinco, ou dez anos...isso é uma precipitação, você não acha?

Lobão : Eu quero poder levar ele ou ela pra praia, tá entendendo? Dar um giro, viajar, conhecer lugar novo, sem a preocupação de tá sendo perseguido pelos cana, com risco de tiroteio e todas essas questões.

Soltei a respiração, e molhei os meus lábios com a língua, abracei mais o corpo dele que beijou a minha testa.

Lobão : Mas tudo isso é suposição, a gente ainda não sabe como vai fluir.

Bruna : Eu sei. -Murmurei baixinho. -Tudo isso que você tá falando é uma loucura, mas eu te amo independente de qualquer coisa, se você achar que é necessário...eu tô com você.

Lobão : Eu sei, minha loira, não tô te pedindo pra bancar toda essa barra, mas é que pra mim é importante ter vocês comigo.

Tudo ficou em silêncio e com toda a certeza eu fui a primeira a dormir, e quando acordei no outro dia ele não estava mais ao meu lado.

Arrumei a minha casa e preparei o almoço, já que teria cliente só mais tarde no salão, comi tudo com um bom copo de suco. Fiz uma quentinha pro meu bofe e assim que eu me arrumei, fui me encontrar com ele pra entregar.

-Patrão tá ocupado agora. -Falou e eu respirei fundo, observando a porta fechava. Sentei pra esperar e cruzei os braços, impaciente.

Passou um tempinho e a porta abriu, agradeci aos céus e a Laura saiu de dentro da sala, franzi a minha testa e ignorei, fingindo não ter visto, me levantei e logo em seguida o Danilo saiu também, ele me encarou e eu fui me aproximando, para entrar.

Laura : Bruna... -Começou a falar e eu não revirei a minha cara de tédio. -Eu vim conversar com o Lobão sobre...

Bruna : Meu bem, passei só pra deixar pra você. -Tirei a vasilha da sacola, ignorando a presença dela. -Vou ficar até mais tarde no salão hoje.

Laura : Tudo bem! -Murmurou baixo. -Tchau.

Ela saiu e o Lobão me olhou de canto, me chamou pra entrar e eu bati a porta, apoiando a minha bolsa.

Bruna : Não precisa me olhar com essa cara, Lobão. -Comecei a falar. -Eu já falei que não quero proximidade com ela e ponto, não adianta, não quero conversar, não quero respirar o mesmo ar.

Lobão : Fica suave, não tô te forçando a nada, tô ligado que é complicado. -Abriu o pote. -Ela veio render o papo que vai mudar de cidade, passar um tempo em São Paulo com o cara lá.

Bruna : Hm, vai com Deus. -Falei baixinho, mordendo o canto da minha unha. Ele me repreendeu com olhar e eu dei de ombros. -Preciso ir, amor.

Lobão : Hm, vai com Deus. -Me imitou e eu ri, ele se aproximou e eu dei um selinho demorado nele, que desceu a mão pra minha barriga. -Quer que eu te leve lá?

Bruna : Não é necessário, meu bem, vou ir andando devagar. -Ele confirmou com a cabeça e deixou outro cheiro no meu pescoço.

Me despedi e peguei caminho para o salão, comprei uma casquinha de sorvete e na volta da esquina eu dei de cara com a Laura.

Laura : Bruna, eu preciso falar com você. -Falou e eu revirei os olhos outra vez, impaciente.

Bruna : Porra Laura, você ainda não se deu conta que eu não quero contato com você? Pelo o amor de Deus, se enxerga e pega o teu caminho, me erra.

Laura : É rápido o que eu tenho pra falar. -Segurou o meu pulso e eu soltei com força. Por puro impulso eu coloquei a mão sob a minha barriga e ela encarou, levantando a sobrancelha.

Bruna : E eu não quero escutar! Que inferno, garota! -Não consegui deixar de enxergar a corrente no pescoço dela, e eu tentei reconhecer, mas ela tirou a minha atenção.

Laura : Tá esperando um filho do meu irmão? -Questionou, com maldade. -Eu sempre tive o sonho de ser titia, sabia...?

Bruna : Escuta o que eu vou te falar, sua piranha! -Me aproximei até ela se encontrar na parede. -Você acha que engana todo mundo com esse teu papo, não é? Mas comigo o buraco é mais embaixo. Pensa, pelo menos idealiza na mente, qualquer coisa contra a minha família e eu acabo com a tua raça, tá entendendo? -Apontei o dedo na cara dela. -Da próxima vez, a gasolina e o fogo eu jogo diretamente em você.

Laura : Nossa Bruna. -Fingiu um choro, quando algumas pessoas começaram a passar. -Eu só queria... -Colocou a mão sob o pescoço e eu gargalhei.

Bruna : Quer que eu te dê motivo pra chorar de verdade? -Me aproximei mais. -Se quiser...

Vivência [M] Where stories live. Discover now