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Bruna 🎡

Eu estava completamente perdida e sem saber o que falar. Lobão estava com a mão apoiada na minha cintura e o rosto encaixado no meu pescoço, como se esperasse alguma resposta minha, enquanto deslizava a boca pela minha pele.

E o pior é que eu não conseguia negar nem pra mim mesma que senti falta dele durante esse tempo. Mas o difícil, era criar coragem pra falar alto e admitir até para mim. E minha garganta estava com um nó imenso, e o meu coração extremamente acelerado.

Bruna : Eu também. -Sussurrei baixo, mantendo os meus braços rodeados no pescoço dele, que levou o rosto na direção do meu, esboçando um sorriso.

Ele me deu três selinhos, e eu mantive a mão na nuca dele, iniciando um beijo. Mordi o lábio inferior, sentindo o meu cabelo ser puxado pela mão pesada que ele tinha.

Mas não passou disso, eu não estava no clima pra algo a mais e aparentemente ele também não, porque tanto eu quanto ele permanecemos na mesma postura.

Perdi maior tempo ali, marolando e trocando ideia com ele, só me liguei quando a Daniele começou a me ligar igual uma louca, questionando onde eu estava porque tinha ficado de esperar ela. Aconteceu que os moleque começaram a encher a paciência do Lobão também e eu animei a ele ir curtir o baile dele.

Disse que podia ir sozinho porque eu iria com a Dani, como o combinado e ele saiu todo estressadinho no ódio, mas você ligou? Porque eu não, de quebra abusei da cara dele.

Esperei minha amiga e a gente seguiu caminho pro baile, primeira coisa que eu fiz foi pegar um copo de bebida pra mim e subir pro camarote, mas só tinha umas mona se jogando pra cima dos bofes e inclusive do Lobão, que estava ali.

Puxei minha parceira pra pista onde o movimento tava bom e a gente começou a curtir, descendo até o chão ao som de furacão 2000.

K3 : Qualé, problemática? -Fez um toque comigo, e logo em seguida se aproximando da Dani. -Tava sumida, pô, foi mal lá pelos bagulho, tô ligado que errei em não ter te dado uma assistência maneira.

Bruna : Tá tranquilo. -Respondi, tentando fugir do assunto porque eu realmente só estava disposta a curtir a noite da melhor forma possível.

Percebi que estava atrapalhando o casal e falei que ia pro banheiro, e realmente, precisava pegar um ar e dar uma respirada. Na volta o meu olhar bateu no Lobão com uma garota de cabelo preto e eu passei reto, me fazendo de sonsa e fingido não ter visto.

Peguei outro copo e voltei a dançar com umas garotas que havia conhecido ali. Em uma das minhas voltas o meu olhar se cruzou com o do Lobão, ele me encarava e o que eu fiz foi olhar com indiferença, fingindo não notar a presença dele ali.

Nesse intervalo de tempo veio um dos meninos que anda com ele me chamar, disse que ele queria que eu subisse pra falar uma coisa comigo e eu me fiz total, fingi que o meu nome nem era Bruna.

Me senti incomodada sim com a garota, e ai? Mete papo pra cima de mim que tá com saudades, pra ficar rendendo papo pra outra no local onde eu estou? Não fode né porra, infelizmente sou assim e aceite quem quiser, gosto de exclusividade, se for pra dividir, eu prefiro deixar tudo pra elas.

Dani : Ele não tá fazendo questão de disfarçar, Bruna. -Falou no meu ouvido e eu dei de ombros.

Bruna : Problema é dele. -Respondi, puxando o drink pelo canudo e ajeitando o meu loiro belo pra trás, tava batendo na bunda já e eu botava fé que iria cortar pelo menos um pouco.

Dani :  Coitado, Bruna. -Fez cara de tristeza, negando com a cabeça e eu apoiei a minha mão na cintura. -Fico com pena.

Bruna : Tá com dó? -Questionei. -Adota pra você, ue. -Murmurei, enquanto olhava pra frente.

Dani : Para com isso, Bruna, só ontem ele matou dois caras por causa de você, hum, e você ai nessa, pisando no bofe. Tadinho. -Só olhei de canto pra ela, não entendendo o assunto.

Bruna : Qual foi, Daniele, desde quando você parou de jogar no meu time? Fico um tempo fora e conseguem fazer lavagem cerebral em você? Homem nenhum me faz sentir pena não, entendeu? Isso ai é tudo fingimento, se ele se faz de ator principal eu sou logo a roteirista da novela.

Ela só riu e eu neguei com a cabeça, chegava bofe em mim toda hora e eu me amarrava em dar fora em geral, me achava linda. Numa dessas o Santos chegou em mim, sub do Vidigal, com papo que queria relembrar os velhos tempos.

Logo meti o caô e sai andando pro lado de fora, senti ele vir atrás de mim mas eu desviei, deixei ele passar primeiro e depois segui o meu caminho, indo pegar um ar.

Santos : Tá negando papo por que? -Parou do meu lado, acendendo um cigarro e eu neguei com a cabeça.

Bruna : Você não me chamou pra conversar. -Falei e ele riu, me oferecendo o beck mas eu neguei. Apesar de tudo ele era gente fina, todas as minhas tatuagens foi ele que fez, desde a primeira no braço até essa última na lateral da coxa.

Santos : Mas você sumiu mermo, me mandou mensagem aquela vez, querendo lançar a nova. -Se referiu a tatuagem que eu iria fazer pra cobrir a cicatriz do sequestro do meu pai, mas aconteceu tanta coisa depois que eu até esqueci. -E me deram o toque sobre o que tava acontecendo com você também, Laura foi vacilona, né não?

Bruna : É, mas nem questão eu faço, pra mim ela é indiferente. -Respirei fundo, olhando pra ele, que encarava a vista do morro do outro lado.

Santos : É pô, mas eu sempre te avisei pra ter cuidado com ela, já palmeava o olhar de maldade pra cima de você quando as duas iam pra lá. Garota me mandava altas mensagens, sabendo que eu tinha rolo com você. Só não te dei o toque porque das outras vezes você já tinha brigado comigo, apontava o dedo na minha cara falando que eu tava errado. -Eu ri. -Vacilona você.

Bruna : Eu descobri da pior maneira possível, então não precisa ficar chateado. -Sorri e ele deu de ombros, a gente continuou conversando sobre como as coisas ficaram e ele se despediu de mim, me deu um beijo na bochecha e um abraço.

Santos : Fica com Deus, qualquer coisa que precisar é só me acionar. -Eu agradeci e ele deu as costas, continuei ali por um tempo e quando tu estava voltando pela parte de baixo senti o meu braço ser puxado.

Bruna : Ai Lobão! -Falei assustada. -Me solta. -Tirei os meus braços da mão dele e soltei a respiração, arrumando a minha roupa.

Lobão : Te chamei e você não foi por que? -Apoiou a mão na parede e eu cruzei os braços.

Bruna : Porque eu não quis. -Respondi, fazendo cara de deboche e sustentei o olhar com ele, que não desviou por um segundo se quer.

Lobão : Se eu te dei o papo que senti falta tua durante esse tempo, é porque eu tô assumindo que tô a fim de uma parada contigo, e que não quero você rendendo papo pra outro. -Segurou o meu rosto, falando no meu ouvido e eu tentei controlar a respiração.

Bruna : Lindo esse seu discurso, pena que nem você acredita nele. -Falei me afastando e ele negou com a cabeça me encarando.

Lobão : An, tá ficando tilt, porra? Tô no papo firme aqui contigo, nem tô na onda de maconha e bebida. Me tirando de otário?

Bruna : Não sei, Lobão, não sei. -Olhei pro outro canto e de relance vi a menina que estava com ele antes, uma do cabelo curto e preto. Nós estávamos em um beco e ela maior descarada ali, metendo a cara. -Olha ali, deve está te procurando.

Ele olhou e riu, voltando o olhar na minha direção. Passou o meu cabelo pra trás e soltou a respiração, mantendo nossos rostos próximo.

Lobão : Tu quer que eu vá vê? -Questionou e eu dei de ombros.

Bruna : Faz o que quiser, pra mim é indiferente. -Respondi e ele confirmou com a cabeça.

Lobão : Deixa de caô, bora meter o pé, daqui cinco minutos, só vou resolver uma parada ali. -Se afastou, e eu suspirei, saindo dali logo em seguida também.

(…)

Vivência [M] Onde as histórias ganham vida. Descobre agora