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Lobão 🐺

Estacionei na porta da casa dela, que desceu tirando o capacete e me devolvendo, deu a volta e parou na esquina.

Bruna : Ia te chamar pra entrar por educação, mas sei da sua cara de pau, então vou pular essa parte. -Falou e eu ri desligando a chave.

Lobão : Mas eu faço toda questão, pô. -Ajeitei a moto na calçada descendo e ela me mediu, colocando a mão na cintura.

Bruna : Você não tem vergonha na cara mesmo, né Lobinho? -Virou de costas pra destrancar a porta e eu reparei no corpo dela, observando o cabelo bater na bunda redondinha.

Lobão : Porra garota, para de me chamar assim! Os moleque já tão tirando onda com a minha cara, qualé, abusadona menor! -Falei e ela gargalhou, entrei e ela fechou a porta outra vez.

Bruna : Briga com eles, lobinho! -Murmurou tirando o salto e eu dei o dedo do meio pra ela, que fez cara de deboche pra mim.

Lobão : Tem o que pra comer ai? Maior larica. Janta nenhuma não? -Perguntei me jogando no sofá e ela me olhou por cima do ombro, franzindo a testa.

Bruna : Só se você fazer, e eu em! Tô cansada, bofe. Ir tomar o meu banhozinho, isso sim. -Ela levantou do sofá e subiu as escadas.

Neguei com a cabeça e tirei meu celular do bolso, tinha mensagem de umas nega mais eu nem dei importância. Desliguei e deixei o celular de canto.

Fui na cozinha dela, mexi nos armários mas não tinha nada que prestasse, achei um pacote de macarrão e tinha bacon e calabresa na geladeira.

Fiz as parada toda que precisava e encostei na bancada, tirando a camisa e jogando no ombro. Ajeitei a corrente com o crucifixo no peito e aproximei da panela de novo.

Bruna : Meu Deus garoto, achei que já tivesse metido o pé! -Reclamou, entrando na cozinha com o cabelo molhado e uma blusa do Vasco apertada na coxa. -Hm, comida!

Lobão : Pra mim, mete o pé! -Falei fritando o bacon na panela. Ela deu a volta e pegou um pedaço de calabresa que estava no prato. Meti um tapa na nuca dela, que devolveu outro nas minhas costas. -Demônio!

Bruna : Eu tô na minha casa, o gás é meu! Então eu tento direito. -Falou de boca cheia e eu passei a mão nas minhas costas, sentindo o tapa que ela havia né dado arder e ela ri.

Terminei de fazer minha parada e ela foi a primeira a pegar o prato pra comer, com um copo de coca indo pra sala. Fiz o mesmo e ela tava colocando padrinhos mágico na televisão.

Lobão : Você lava, ta maluca! -Falei voltando pra sala, vestindo minha camisa.

Bruna : Já vai? -Perguntou desviando o olhar da televisão e eu ri pelo nariz, tirando a corrente do pescoço e passando ela pra cima da blusa.

Lobão : Vai sentir minha falta, né não? -Sentei outra vez e peguei meu rolex que estava na mesa de centro, colocando no pulso e reparando na jarra, com o buquê que eu havia mandado entregar pra ela. -Ih, ala! -Falei alto e olhei pra ela que revirava os olhos.

Bruna : Coloquei porque minha vó obrigou. -Me empurrou de leve. -Mas elas estão quase morrendo, vou trocar a água depois.

Lobão : Deixa de lorota pô! Sei que colocou porque gostou, mas fica de boa, vou mandar entregar outro do mesmo.

Fiquei calado e apoiei meus braços no joelho, comecei a lembrar das parada e ri, percebendo ela me olhar. Me deu um chute, pra chamar atenção e eu olhei na direção dela pelo ombro.

Bruna : Ta rindo de que, lobinho? -Perguntou e eu neguei com a cabeça gargalhando.

Lobão : Você é meio tilt, né garota! Começou a bater no Nunes por que? -Questionei e ela começou a ri.

Bruna : Ah, não sei! Ele me fez passar raiva, te vi descendo indo pra cima dele e fui também, me deu um estado de nervos ele te chamando pra brigar.

Lobão : Mas o moleque nem conseguiu encostar em mim pô, eu tava dando conta! Agora eu tô com duas contas pra acertar, a minha e a de uma loira abusada, que só sabe meter marra pra cima dos outros.

Bruna : Ele sabe onde eu moro, se quiser resolver comigo, que venha! Mas eu não me arrependo. Daria outro tapa na cara, empurraria e desceria ele na porrada quantas vezes fossem necessárias. E você?

Lobão : Entraria em outro b.o, principalmente se fosse por uma loira prepotente e estressadinha. -Deitei a cabeça no encosto do sofá e ela arqueou a sobracelha, comprimindo os lábios e sorrindo de lado.

Bruna : Lobão de um mês há trás estranharia esse comportamento, você não acha? -Perguntou cruzando os braços e eu olhei pro teto.

Lobão : Você conheceu minha pior versão, projeto falso de barbie. E eu me arrependo por você ter conhecido ela, não merecia. -Falei na moral e ela murmurou um "hm". -É maneirinha até.

Bruna : Eu sempre soube da sua obsessão por mim. -Falou rindo e eu dei o dedo do meio pra ela. Sempre fugia dos assuntos sérios, pra se proteger, me sentia culpado demais no bagulho por isso.

Lobão : Sobre o dia do sequestro...

Bruna : Eu consigo ver sinceridade em você...te perdoou, e é de coração, mas não quero ficar insistindo nesse assunto.

Ela apoiou a cabeça no encosto do sofá também e eu concordei com a cabeça, tirando maior peso das minhas costas.

Reparei no rosto dela, observando o cabelo meio molhado atrás da orelha e a boca rosada, com o piercing do lado. Pescoço tatuado na parte de trás, que completava às outras que ficavam espalhadas pelo corpo.

Bruna : Que foi? -Perguntou e a voz dela saiu falha, soltei minha respiração e levei meu olhar na direção do corpo, que era coberto pela blusa do Vasco.

Lobão : Você é linda loira, papo reto! -Falei baixo, na intenção, sentindo a postura dela mudar. -Mas de manto, fica um espetáculo.

(…)

Vivência [M] Where stories live. Discover now