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Lobão 🐺

-Esse é o coraçãozinho batendo. -O médico falou e eu me amarrei em escutar, papo de preencher o coração.

Era incrível pô, lance de ser amor puro mermo, só de imaginar, tá ligado? Um ser sendo gerado, sem caô, não passa pela minha mente a cabeça de quem cogita realizar qualquer parada que interrompa uma gestação.

Lobão : E já da pra saber o que é, doutor? -Questionei e a Bruna olhou pra mim como se fosse óbvio que não, e eu ri.

-Ainda é muito cedo, caso queiram saber com antecedência eu aconselho a vocês a fazer daqui algumas semanas um exame de sexagem.

Bruna : A gente vai aguentar esperar, né amor? -Eu passei a mão na nuca. -Então tá tudo bem?

-Não poderia estar melhor. -Tirou o aparelho. -É claro que não pode exagerar, é importante manter uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos, mas até então tudo certo. A fase inicial é a mais importante.

Ela sorriu e eu aproximei a minha testa da dela, que me deu um selinho rápido. Ele mostrou outra vez no monitor e liberou as imagens para nós levarmos para a casa.

Lobão : Quer comer alguma parada? -Perguntei quando nós entramos no elevador e ela confirmou. -Até quando a gente vai guardar segredo?

Bruna : Não é questão de ser segredo, amor, é que eu não acho que seja necessário a gente expor isso, é muito delicado.

Lobão : Mas eu quero contar pra geral, manter o papo que vou ter um filho com você, que a gente tá construindo uma família. -Ela sorriu, soltando a respiração.

Bruna : Eu sei que você tá feliz, eu também estou, e muito! Mas ainda não tô me sentindo confortável pra todo mundo saber, não quero virar comentário...sei que uma hora vai acontecer. Eu contei pra Dani, te falei, né? Se você quiser contar pra alguém que realmente seja importante, eu não me importo, mas queria que ficasse mais recluso.

Lobão : Tá na tua razão. -Cheirei o pescoço dela. Fomos direto para o estacionamento e ela entrou no banco do carona.

Fomos para o shopping e ela escolheu o que queria comer, ficamo maior tempo e depois nós fomos em umas lojas infantis.

Lobão : Se liga. -Levantei uma peça de roupa e ela se aproximou, eu peguei testando o tecido e vi que era bom. -Quer levar?

Bruna : Só algumas coisinhas, amor! -Respondeu, observando os outros modelos.

E irmão, papo que gastamos pra caralho, me amarrava em idealizar como tudo seria daqui alguns meses. Bruna estava feliz, e era o que importava para mim no momento, até porque só a gente sabe o que viveu pra chegar até aqui.

Bruna : Meu Deus, tô mortinha. -Se jogou no sofá quando chegamos, guardei as sacolas em qualquer canto e me aproximei dela. -Olha o meu pé, todo inchado.

Lobão : Vai tomar um banho, que eu faço uma massagem em você. -Ela sorriu de canto a canto e levantou o corpo pra tirar a blusa, ela deitou outra vez e eu passei o dedo pela barriga dela, ligando o meu celular.

Bruna : É hoje que você conversa com o advogado, né? -Questionou e eu confirmei. -Hm, sabe o que é?

Lobão : Não pô, mas não esquenta cabeça com isso. -Murmurei, digitando uma resposta pros cara que tava me acionando.

Passei o resto da tarde com a loira e depois fui me arrumar, coloquei uma peita maneirinha e ela disse que iria pra casa dela.

Bruna : Passa aqui qualquer coisa, meu bem! Vou fazer junto. -Falou depois de descer da moto e eu dei um selinho nela.

Esperei a Bruna entrar e peguei caminho pra onde eu havia marcado com o advogado, trocamo ideia por maior tempo e ele mandou o papo reto, sobre ter uma chance do juiz querer me enquadrar pra valer no dia da audiência.

Parei no bar com os moleque e tomei uma gelada com eles, mas não demorei, tinha mensagem da Bruna perguntando como havia sido e eu peguei caminho pra casa dela.

Bruna : Vai jantar? -Perguntou mexendo na panela e eu concordei. Puxei uma cadeira pra sentar e ela pediu pra eu cortar a salada.

Comemos e foi tudo no certo, arrumei a cozinha e depois deitei no sofá retrátil com ela, que passou o braço pelo o meu corpo, afundando o rosto no pescoço.

Lobão : Tava trocando ideia com o advogado, e não dá pra descartar a possibilidade do juiz me dar cinco anos ou mais no presídio...

Bruna : E ai? -Murmurou baixo, e eu senti a respiração dela mais pesada.

Lobão : Ah pô, se eu fosse solteiro dava meus pulo né não? Bolava um perdido e era isso ai mermo, mas com vocês o assunto é diferente.

Bruna : Diferente como?

Lobão : Eu ainda não sei como vai ficar o bagulho, mas tô te dizendo que se você estiver disposta a continuar comigo independente da situação.

Bruna : Danilo, é óbvio que não, você é o pai do meu filho, e quem eu amo, tá maluco? E que situação?

Lobão : Tô disposto a pagar o que for necessário...se for pra oferecer um conforto melhor pra vocês. Nem que seja cinco ou quinze anos, pô.

Vivência [M] Onde as histórias ganham vida. Descobre agora