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Maratona 1/5
Bruna 🎡

Sai do presídio e fiquei aguardando o Pierre chegar para me levar, ele parou com o carro na minha frente e eu entrei, batendo a porta.

Pierre : E ai? Tudo tranquilo? -Só confirmei com a cabeça mexendo no meu celular, que havia ficado. -E tem algum recado?

Bruna : Eu tenho cara de pombo correio por acaso? -Questionei, apoiando o meu celular na coxa. -Vou ir visitar ele sim, pra ficar anotando recadinho pra você. -Fui cínica e ele negou com a cabeça.

Precisava passar no shopping, mas acabei deixando pra lá. Ele me deixou em casa e a primeira coisa que eu fiz foi tomar um banho e lavar o cabelo, estava me sentindo imunda.

Meu celular começou a tocar e era a Dani, aparentemente iria ter um pagode em uma laje em dos morros próximos aqui e ela me chamou para ir. Estava cansada, mas animei um pouco, pra descontrair a mente.

Me arrumei e ela desceu para me esperar, tirei o carro da garagem e nós pegamos caminho, enquanto conversávamos sobre alguns assuntos.

Bruna : Eu tô fazendo isso por amor, Dani, juro pra você! Passei por cima de todos os meus princípios, é uma posição onde eu não gostaria de estar, não desejo pra ninguém.

Dani : É complicado né amiga, você conheceu ele nessa vida já, eu acho muito bonito, não a situação, e sim a sua lealdade em relação a ele. Você manter a palavra de estar solteira prova que é pela consideração mesmo.

Encontrei uma vaga e estacionei, descemos e eu ativei o alarme do carro. Assim que subimos eu notei alguns olhares sobre mim, estranhei e rodei o olhar pelo local até encontrar o Pierre e outros homens do movimento.
Ele fechou a cara pra mim e eu fiz o mesmo, e eu em bofe! Se toca.

Peguei uma latinha de cerveja e nós fomos conversar com algumas meninas, aparentemente todas legais, começamos a dançar juntas, e quando percebemos já havíamos juntado nossas mesas.

Veio um bofe pra cima de mim cheio de papo, caçando assunto. Todo mundo curtindo, aproveitando e ele com pinta de repórter da globo.

Senti a mão dele na minha cintura e afastei logo, mas minhas costas acabou se debatendo contra a parede e eu fiquei um pouco apertada. Ele interpretou como uma liberdade e subiu a mão pro meu pescoço.

Dani : Amiga, vem! -Me puxou pelo braço, me afastando dele e eu agradeci aos céus. -Acho melhor a gente ir embora.

Bruna : Por que? Tá tão bom. -Molhei um pouco da minha boca e ela apontou um pouco com o queixo.

Olhei para trás e haviam simplesmente uns cinco homens, fora o Pierre, fuzilando o cara com os olhos, na intenção dele se tocar e arrumar confusão mesmo.

Pierre : Mete o pé, pô! -Chegou perto de mim e eu franzi a testa, reprovando completamente a atitude dele.

Bruna : Por que? Se não estou fazendo nada? -Apoiei o meu braço na cintura.

Pierre : Tu tá ligada que o cara tá na maldade, não tô a fim de render problema com ninguém, na moralzinha, pelo menos por hoje.

Bruna : E o que eu tenho com isso, Pierre? -Ri em falso, e a Dani tossiu pra disfarçar.

Dani : Tô cansada mesmo amiga, vamos sim! -Ela me puxou outra vez e eu encarei bem ele antes de ir com ela. Não entendo qual era a da mona também.

Bruna : Não te entendi, Danielli! -Viramos a esquina e eu destravei o carro, deixando ela entrar primeiro.

Dani : Porra Bruna, o cara tava te secando desde a hora que a gente chegou, em uma onda absurda de coca e lança, nem ai pra nada. Você se afastava e o moleque cada vez mais em cima. A corja do Lobão toda em cima de você, garoto ia levar um sacode e se bestar nem vivo saia.

Bruna : Esses bofes são é muito desesperados, e eu em! -Reclamei, mudando a direção do volante.

Notei um carro atrás de mim e estranhei, dei algumas voltas e percebi que estava me seguindo mesmo, da mesma forma segui caminho pro morro e ele passou tranquilo pelos meninos no pé do morro.

Estacionei em frente a minha casa e o carro fez o mesmo, mas só deixou no ponto neutro e abaixou o vidro.

-Só pra conferir se a dona ia chegar segura em casa mesmo. -Prendi a minha língua no céu da boca, bufando logo em seguida.

Dani : É parceira, deu ruim pra você. -Deu um toque no meu ombro. Chamei a cachorra pra entrar, mas não quis, fiquei de levar ela em casa, mas quem disse? Foi pra porta do bar conversar com as tias.

Foi eu pisar o pé na minha sala e o celular tocou, era número desconhecido e eu coloquei no ouvido já esperando reconhecer a voz.

Lobão : Porra Bruna, tá chapando? Procurar resenha em outro canto um horário desse?

Bruna : E queria o que? Que eu ficasse em casa? Se enxerga né Danilo, você se acha muito esperto!

Lobão : É pô, enquanto você vem com o milho eu tô voltando com a pipoca a maior cota! Se for pra sair, jae, na tua responsa e eu não tenho nada com isso, tá ligada? Mas se chegar no meu ouvido abuso de cara sem noção eu vou liberar ordem pra meter bala.

Desliguei o celular, deixando ele falar sozinho e fui me preparar para dormir. Deitei a cabeça no travesseiro e chegou mensagem da Dani, era uma imagem e quando baixou eu vi o bofinho do pagode machucado e o rosto cheio de roxo.

"pelo o que eu entendi, ele tá bem."

Respirei fundo e soltei a respiração, passando a mão no rosto e batendo a cabeça direto no travesseiro.

Dormi e acordei no outro dia com barulho de gente batendo na minha porta. Pedi pra esperar e fui escovar o meu dente, quando eu abri um dos meninos novinhos me entregou uma caixa pesada e outra duas sacolas.

Agradeci e fechei a porta, apoiei tudo no sofá e sentei para vê o que era. A primeira caixa que eu abri era composta por várias rosas vermelhas, sorri de canto e passei o lábio na minha boca, tirei das outras sacolas duas bolsas de grifes e ri sozinha.

Vivência [M] Where stories live. Discover now