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Lobão 🐺

Eu tava longe pra caralho, pensando em diversas questões quando vi a loira no meio do pátio, e como que eu fiquei? Mechidão no bagulho pô, não acho o certo pra ela mas me amarrei pra caralho, me liguei que mermo na nossa pior fase somos nós dois independente de qualquer lance.

Eu estava amassando a comida, e ela prestando atenção em qualquer outro bagulho. Não era questão de me arrepender pelo o que havia acontecido, mas eu compreendi que poderia ter abordado a situação de outra forma.

Talvez se eu não tivesse focado só em querer acabar com o Kaue, as coisas poderiam ser diferente, bateu a insegurança nela pelas fofocas erradas e deu no que deu, mas é isso ai mermo, seguir em frente.

Tô aqui, mas com a cabeça no limpo porquê fiz o que eu jurei para mim mesmo. Sempre considerei o cara meu irmão, jamais teria coragem de fazer com ele o que fez comigo.

Sofreu na minha mão e eu vi desde a primeira gota de sangue, até o último suspiro.

Bruna : Tá passando fome aqui meu filho? -Questionou, e eu olhei pra ela. -Misericórdia, daqui a pouco tá comendo até a vasilha ue.

Lobão : É pra comer ou ficar olhando? -Ela revirou os olhos e eu terminei.

Bruna : Eu trouxe algumas coisas pra você, não tinha muita noção do que era necessário. Mas na próxima vez eu trago o que estiver faltando.

Lobão : Tá chapando, Bruna? Deixa desse teu caô, não acho o certo você ficar vindo aqui, tira isso da mente, responsabilidade do bagulho é minha.

Bruna : Danilo, não é porque a gente tá passando por isso que eu vou deixar de fazer o que estiver no meu alcance pra ajudar você. É triste, mas fazer o que né?

Ela deu de ombros e eu coloquei a minha mão por cima da dela, que levantou a sobrancelha e soltou a respiração. Observei o rosto limpo e o cabelo solto escorrido pelo ombro dela.

Lobão : Retocou o cabelo? -Ela confirmou, passando o dedo no meio do fio.

Bruna : A raiz estava aparecendo já. -Jogou ele todo pra trás e eu neguei com a cabeça, rindo pra ela. -E tá me olhando assim por que? Segurando a minha mão? -Tirou rápido a dela. -Se situa bofe, achando o que? Não tô te dando intimidade.

Lobão : Deixa de ser maluca pô, teu mal todo é esse, ser surtada, não bater bem da mente.

Bruna : Se assim você me faz de besta, imagina se eu fosse tonta? -Eu ri na moral e ela negou com a cabeça. -Eu que não fico esperta não, bobo.

Fiquei trocando ideia com ela sobre altas paradas durante maior tempo, ela questionou sobre as parada no morro, mas eu não rendi papo, não acho correto ela se envolver nessas questões.

Lobão : Sem neurose minha loira, valeu mermo. Tô ligado que...

Bruna : Que sua loira, Danilo! Deixei de ser no dia que você fez aquele seu showzinho lindo.

Lobão : Já te expliquei, não foi? Vai ficar nessa mermo? Você sabe que o melhor é nós juntos.

Bruna : Somos nós. -Me corrigiu, estressada. -Ficar aqui afetou o seu português também? Misericórdia, fala igual gente. -Eu gargalhei.

Lobão : Tanto faz pô, tô falando na moral, vamo deixar essa bobeira de lado.

Bruna : Não vou resolver os nossos problemas aqui, Danilo! Queria ter conversado com você em casa há mais de um mês. Eu estar aqui não significa a nossa reconciliação.

Lobão : Qual foi, Bruna? Meter esse papo pra cima de mim? Lance de tá solteira? Ou tamo juntos ou não estamos pô.

Bruna : Então não estamos. Pronto. -Passei a mão no rosto e neguei com a cabeça, no final das contas eu peguei outro biscoito e comi, dividindo com ela.

Deu o horário da visita finalizar e ela levantou, guardando algumas coisas na sacola.

Bruna : Se você vê que vai precisar de alguma coisa e conseguir ligar ou mandar recado com o advogado. -Deu de ombros e eu confirmei, ela soltou a respiração e eu notei o olho dela com lágrima.

Lobão : Jae, mas não precisa encher a tua cabeça com isso. Mas de qualquer forma valeu por tudo, te amo pra caralho.

Bruna : Eu também te amo, muito. -Me abraçou e eu beijei o rosto dela, sentindo o cheiro do cabelo caro.

Lobão : Você é cheia de marra e ideia errada, mas continua sendo a minha loira.

Ela riu, se afastando e eu puxei o rosto dela, ia dar um selinho, mas ela virou o rosto e pegou na bochecha.

Bruna : Para de agir como se nós fossemos namorados. -Me repreendeu e eu gargalhei. -Somos amigos.

Lobão : Amigo o meu pau. -Ela riu. -Vai lá pô, logo menos nós estamos juntos.

Ela beijou a minha bochecha e saiu, passei a mão pelo rosto, sentindo a saudade apertar já. Depois eu voltei pra cela e os parceiros vieram questionar quem era a loira.

Lobão : Minha mulher pô, ela mete marra que não é, mas é só caô. Depois disso aqui é só o casamento. -Rendi papo com eles durante um tempo, mas depois fui arranjar qualquer outra coisa pra fazer.

Vivência [M] Onde as histórias ganham vida. Descobre agora