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Lobão 🐺

Rd : Isso é papo de maluco, irmão! -Parou do meu lado e eu continuei da mesma forma, sem olhar para ele, que estava do meu lado junto com os outros caras da boca. Cruzei os meus braços e soltei um riso em falso, observando o fogo tomar conta da lateral. 

Loira é brabona! Não deitava pra ninguém e eu tinha total noção que ela estava morrendo por dentro. A maior qualidade dela é não demonstrar vulnerabilidade, sustenta o que fala e não deixa ninguém tirar ideia errada. A postura dela era invejada por qualquer menor dentro do crime. 

Lobão : Uma hora ela sai! Se não quiser morrer queimada. -Murmurei e senti os moleques me encararem. -Já desenrolaram o hacker pra mim? 

Rd : Disse que ta subindo, chefe! -Eu acenei com a cabeça e me afastei dele quando ouvi o meu celular tocar. 

Era a Laura, pensei bem, e deslizei o dedo para cima, exercendo o movimento de levar o celular até o meu ouvido, respirei fundo e antes que ela falasse qualquer parada eu abrir a boca. 

Lobão : Sai, Laura! -Falei firme e ouvi o desespero dela do outro lado da linha. Pô, me doía pra caralho, não era meu maior desejo ver ela nessa situação. 

Laura : Danilo, por favor! -Começou a tossir e eu engoli em seco, passei a mão no rosto e umedeci os lábios. -O fogo…

Lobão : Você tem a opção de sair, já te dei o papo e garanto que é melhor pra você. -Desliguei a ligação, colocando o celular no bolso. -Rd! -Gritei por ele, que se aproximou. -Aciona os caras pra vir conter o fogo quando ela sair, manda os pivete ali ir ajeitando as mangueiras. 

Rd : Jae, vou passar o rádio! -Confirmei, entrando no meio da multidão e a Bruna estava ali com os braços apoiados na cintura. 

Queria entender a capacidade e a coragem dela, pra mim eram coisas inexplicáveis. As atitudes dela eram reflexos de raiva e ódio e era impossível decifrar qualquer pensamento dela. 

O carinha da computação chegou e eu apontei com a cabeça pra parte vazia da praça, ajeitei a arma na cintura e ajeitei a blusa por cima. 

Nerd : Precisando de que, patrão? -Ajeitou os óculos no rosto e eu reparei no cordão de ouro dele, pesadão e com o vulgo. 

Lobão : Desenrola pra mim quem fez as publicações na página lá, de que lugar veio e me entrega os dados, preciso pra ontem! Sem margem para erro, dá o papo nos moleques e arruma as suas coisas lá na boca! Me passa seu preço e assim que finalizar eu te passo as notas! 

Nerd : Na hora! -Ele subiu e eu voltei a atenção pro que acontecia ali. Ia me dar um prejuízo do caralho, mas eu estava disposto a arcar com as consequências, desde que a Bruna fizesse o que por direito ela tinha. 

Bruna 🎡

Sentia o calor a percorrer pelo meu corpo, principalmente pelo fogo que aumentava gradativamente. E sinceramente? Ela deveria agradecer por eu não ter usado todo o líquido do galão. 

Demorou pouco tempo para a porta abrir e a amiga dela sair correndo, logo após ela! Sorri e ela realmente tentou fugir, porém, eu a segurei pelo braço com força e apertei o seu queixo. 

Bruna : Isso aqui é pra você aprender a virar mulher de verdade, sua vadia de merda. Vai se arrepender por tudo o que me fez passar e por tudo o que falou na porra daqueles áudios. Quero ver se agora você sustenta a confusão. 

Minha mão foi direto para o rosto dela, que só soube gritar e pedir ajuda. Deitei ela no chão e enchi de tapas e puxadas no cabelo. Ela se debatia contra o meu corpo, me arranhando e eu virei ela de costas pra arrastar a cara no chão. 

Bruna : Fala Laura, eu quero ouvir você falar! Quem é a falsa? Eu só soube te ajudar, sua escrota! -Puxei o cabelo dela com força, fazendo com que o mega barato de outro salão  de beleza saísse na minha mão. -Você não tinha ninguém, nem o seu irmão fazia questão quando eu dei a minha cara a tapa pra te apoiar! E hoje eu entendo, porque você é oportunista! É desleal e uma mentirosa. 

Virei ela de frente pra mim outra vez, que sangrava pela boca e nariz. Apertei o rosto dela com as minhas unhas e com uma força que nem eu mesma reconhecia. Os tapas que ela recebia realizavam barulhos misturados com os gritos escandalosos. 

Bruna : Suja! Um lixo de pessoa, podre, por dentro e por fora. Te privei de muita coisa, sua desgraçada. -Cuspir no rosto dela, deixando mais tapas e socos. -Me roubou diversas vezes no salão e ainda tive a cara de pau de te preservar, sua vagabunda! -Segurei ela pelas orelhas e bati a cabeça dela contra o chão. 

Laura : Para…para! -Soltou um grito agonizante, começando a tossir pela falta de ar. -Tá doendo, Bruna! -O rosto roxo dela evidenciava muita coisa, boca cortada e o nariz machucado. 

Bruna : Sabe qual é a minha maior vontade agora? -Perguntei baixo, próximo ao ouvido dela. -Te arrastar pelo cabelo, e jogar dentro desse fogo, para você sentir na pele a dor de ser torturada! Mas eu não vou fazer isso, sabe por que? Porque é atraso de vida, fazer com que outras pessoas tenham o trabalho de tentar te ajudar, e você não merece nem isso! 

Ela começou a ficar sem ar, o resto do cabelo estava espalhado pelo chão e se misturava com o sangue. E eu tinha forças pra bater mais e continuar ali, naquela posição, com a mão envolvendo a garganta dela. 

Lobão : Tira a Laura de lá e arrasta esse povo pra casa! -Ouvir ele falar, mas eu ignorei. Vi ela perder a consciência na minha frente, pelas minhas mãos e sentir o meu corpo ser puxado. 

Eu estava desolada, vazia por dentro, todos aqueles olhares sobre mim me traziam angústia e medo : eles sabiam o meu ponto fraco, sabiam como me atingir e me deixar mal. Mas eu não esbocei reação, não sabia o que sentir. 

Lobão : Pronto, loira, você já fez o que quis. Qualquer parada depois disso não vai ser pela sua consciência fresca e limpa! O que é dela, volta pela lei da vida mermo, caô tu sujar suas mãos com isso. -Sinto os braços grandes dele me envolverem de forma que meus pés sobressaiam do chão. Exerço movimento de força, ele percebe e me solta. 

Fico encarando ele por alguns segundos, o suficiente para ele pegar minhas mãos machucadas e roxas. Elas estavam doloridas, e os ossos dos meus dedos tremiam. 

Lobão : Vou te levar pro posto. -Eu neguei, tirando rápido e olhei a minha volta, restavam poucas pessoas ali, os meninos da boca estavam afastando os curiosos da praça e minha cabeça latejava em dor. 

(…) 




Vivência [M] Where stories live. Discover now