Capítulo 41

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Rafael Albuquerque... Esse nome é familiar para mim, e não é por ele ser meu pai.

Mas, no último ano da faculdade fizemos um mini julgamento onde tivemos que pesquisar sobre o caso de Rafael Albuquerque, um grande empresário brasileiro, herdeiro único de seus pais que já não estavam mais vivos. Ele pegou 18 anos de prisão por ter, supostamente, matado a sua esposa e agredido brutalmente a sua filha, a qual ninguém sabia do paradeiro. Lembro que nesse caso até levantei suspeitas de que a mulher dele não havia falecido, já que nenhum hospital emitiu atestado de óbito no dia ou depois do ocorrido com o nome da vítima, até porque ela não era brasileira, pode ter sido levada para o seu país de origem.

ㅡ Sofia? vamos lá agora? ㅡ Lívia me chamou.

ㅡ Não, já passou do horário de visitas e pelo que sei o Rafael não recebe qualquer pessoa, apenas o seu advogado. ㅡ No período do trabalho nós fomos no presídio onde Rafael está e lá descobrimos que só pode visitas uma vez no dia, às 9h, e soubemos que Rafael só recebia o seu advogado.

ㅡ Sofia e Lívia. ㅡ Maria se levantou de sua cabeça de cabeça baixa mas logo a ergueu. ㅡ peço que me perdoem por todo mal que fiz a vocês, hoje em dia vejo o quão dura eu fui e me arrependo amargamente. ㅡ As palavras de Maria realmente pareciam ser verdadeiras, e de certa forma eu não tinha rancor dela.

ㅡ Tudo bem, senhora Maria, nós não guardamos mágoas. ㅡ Lívia respondeu por mim. ㅡ Vamos, Sofi? ㅡ Assenti e me levantei agradecendo a freira pela ajuda.

No fundo, me sentia nervosa por não saber como conversar com Rafael amanhã, pelos meus sonhos não tenho boas lembranças com ele, e... isso meio que me apavora.

[...]

ㅡ Vamos ali. ㅡ Apontei a quadra de basquete para Axel que ficava no meu antigo prédio, eu vim aqui assinar alguns papéis do contrato do apartamento que está no meu nome, mesmo sendo meu e da Lívia, ela disse que não tem responsabilidade pra essas coisas e preferiu me deixar a frente. Axel veio comigo porque Lívia ficou dormindo depois de comer meia caixa de Donuts sozinha, nunca vou entender como ela tem estômago pra isso.
ㅡ Você... não pensa em voltar pro basquete? eu adoraria ir torcer pra você, te ver jogando... ㅡ Axel me olhou com um sorriso enorme nos lábios, suas pupilas estavam dilatadas e eu amava quando isso acontecia, era uma das formas de eu sentir o seu amor.

ㅡ Vários times já me fizeram convite pra jogar com eles, tive uma boa recuperação e eles sabem disso, mas nunca tive coragem de voltar... Tenho medo de fracassar de novo e ser um peso pro time. ㅡ Sorriu triste mas logo olhou pra mim. ㅡ Mas se você quiser eu volto, você e o basquete são minha paixão, Sofia Cooper. ㅡ Ele me puxou para um abraço apertado. Sabe aquela sensação de casa? conforto? pois é, era isso que eu sentia quando ele me abraçava. ㅡ Quando voltarmos para Boston vou ler alguns e-mails.

O abracei forte de novo e me veio mais uma dúvida na minha cabeça. Sim, as vezes eu era curiosa demais e isso era um lado positivo no meu trabalho.

ㅡ Porque você escolheu ser segurança?ㅡ Perguntei o pegando de surpresa de novo. ㅡ Senta aqui. ㅡ Puxei ele para a pequena arquibancada da quadra.

ㅡ Er... ㅡ Ele me olhou. ㅡ Bom, mesmo quando eu estava jogando basquete eu já era meio que um detetive, fazia as duas coisas ao mesmo tempo. ㅡ O olhei. ㅡ É que... ㅡ Axel pareceu pensar muito bem no que ia dizer. ㅡ Tem uma senhora que ajudou muito a minha família, quando eu era criança meu pai sofreu um acidente muito grave e não pode trabalhar. Minha mãe trabalhava como doméstica mas também estava sem emprego. Foi aí que a dona Branca apareceu. ㅡ Sorriu parecendo se lembrar de algo. ㅡ Ela contratou a minha mãe como governanta da casa dela, pagou todos os meus estudos até o fim do ensino médio, ajudou o meu pai com os remédios... Minha mãe até se tornou melhor amiga da filha dela.

ㅡ É bom saber que existem pessoas tão boas no mundo. ㅡ Sorri encostando minha cabeça em seu ombro. ㅡ E ela ainda está viva? e foi ela que fez você começar a querer ser detetive?

ㅡ Sim para as duas perguntas. ㅡ Riu nervoso. ㅡ A filha da dona Branca se apaixonou por um cara mal caráter e fugiu de casa com ela, dona Branca perdoou ela porque amava demais sua única filha mas jamais foi visitá-la no outro país que a filha mudou, minha mãe até chegou ir algumas vezes ao país que a filha da dona Branca morava. Ficava lá uns dois dias mas depois de algumas coisas que aconteceram, minha mãe não quis ir mais pra lá, foi quando nós voltamos pra Boston e alguns dias depois soubemos que a filha da dona Branca estava no hospital passando muito mal porque o marido dela quase a matou. Só que a filha deles, que eu brincava quando ia com a minha mãe, havia desaparecido e ninguém soube do paradeiro.

ㅡ A mãe faleceu?

ㅡ Não, mas quase. Só que o resto da sua vida se tornou triste porque ela não sabia do paradeiro de sua única filha.

ㅡ Foi aí que você entrou, né? resolveu retribuir tudo o que a dona Branca fez por você. ㅡ Ele sorriu assentindo

ㅡ Sim, mas só tive êxito no meu trabalho a alguns meses.

ㅡ Fico feliz por você, meu amor. ㅡ Dei um beijo em seu maxilar e percebi que ele ficou arrepiado com o meu ato. ㅡ E qual era o nome da filha da dona Branca?

ㅡ Melanie. ㅡ Respondeu rapidamente.
ㅡ Bom, vamos amor? tá ficando tarde e não é bom deixarmos a Lívia sozinha.
ㅡ Ri e me levantei estranhando um pouco a sua reação, mas realmente não é nada bom deixar a Lívia sozinha.

 ㅡ Ri e me levantei estranhando um pouco a sua reação, mas realmente não é nada bom deixar a Lívia sozinha

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