Capítulo 02

84 17 70
                                    

Atenção: Este capítulo não condiz totalmente com a realidade. Boa leitura ♡


Já estávamos a meia hora naquele grande salão, tudo estava igual, o secretário ao lado do juiz anotando tudo na pauta, as mesmas pessoas e principalmente, aquele homem que se fingia de bom moço. Não via a hora de me chamarem para dar as minhas razões para que ele fosse preso, essa era a última audiência e eu estava confiante de que tudo daria certo e aquela criança iria ficar com a avó a quem tanto amava.

ㅡ Com a palavra, a advogada de acusação. ㅡ Finalmente, não aguentava mais esperar.

ㅡ Meritíssimo. ㅡ Fiz uma pequena reverência antes de começar a falar.
ㅡ Sem diferença alguma das outras audiências, nas quais venho analisando o caráter deste homem e cheguei a conclusão de que ele forjou um assalto em sua casa para encobrir o seu crime, porque matou a sua esposa na frente de sua própria filha, causando um trauma na criança e por isso desde o ocorrido ela não fala. ㅡ Todos no tribunal pareciam chocados, mas na minha cabeça não fazia sentido algum eles não desconfiarem disso e terem se deixado manipular por ele.

ㅡ Protesto. ㅡ O advogado de defesa se levantou, revirei os olhos torcendo para que o juiz não desse a mínima para ele.
ㅡ Ela está acusando o meu cliente de coisas que ele jamais faria.

ㅡ A advogada tem provas do que está falando? ㅡ Assenti com um sorriso.
ㅡ Então dê continuidade.

ㅡ Na noite de sábado, 16 de abril, descobri que o senhor Robert não estava fora de casa como disse em seu depoimento. ㅡ Olhei em seus olhos e ele parecia querer me fuzilar com os mesmos. ㅡ Nas câmeras de segurança do supermercado em frente a sua casa mostram que não houve nenhum movimento estranho, e nas câmeras da academia que fica atrás de sua casa temos a mesma confirmação: Não houve assalto. ㅡ Estava me alterando mas não podia, se não aquele advogado iria usar isso contra mim. ㅡ Ele bateu tanto na sua esposa que acabou a matando, sua própria mãe disse que ambos não estavam bem no casamento e que a filha até cogitava o divórcio. ㅡ Parece que a cabeça das pessoas explodiu e todos eles começaram a falar ao mesmo tempo.

ㅡ Silêncio, ordem no tribunal! ㅡ O júri bateu seu martelo e o silêncio pairou no ambiente novamente. ㅡ Continue, advogada.

ㅡ Ele não aceitou o pedido de divórcio, e com certeza já vinha maltratando a Rosa. Não é verdade, senhor Robert? não vinha cometendo violência doméstica com a sua finada esposa? não a matou em frente a sua filha? não sente culpa pela criança não conseguir falar e muito menos ir a escola, que é um direito dela, por medo? não acha que já foi egoísta demais? você não... ㅡ Fui interrompida por Robert que gritou um chega e agora estava fechando os olhos parecendo se controlar.

ㅡ Sim, eu matei a minha mulher porque achava que ela estava me traindo e não quis divórcio. Sim, eu já batia nela com frequência. Sim, eu me sinto culpado pelo que fiz com a minha filha no momento de raiva. ㅡ Robert falava, ou melhor, gritava tudo com muita raiva e com os olhos ainda fechados.

ㅡ Protesto! a advogada induziu o meu cliente a falar coisas que ele não fez.
ㅡ Mais transtornado que Robert estava o seu advogado que por pouco não arrancou todos os seus cabelos.

ㅡ Protesto negado. ㅡ O juiz respondeu com autoridade. ㅡ O acusado confessou seu crime e pela análise de seu comportamento atual podemos ver que ele está se controlando para não se levantar daquela cadeira e fazer algo com a advogada. ㅡ Emerson, o advogado de Robert se sentou frustrado, passava a mão em seu rosto diversas vezes.

ㅡ Uma pausa para a decisão da sentença do réu. Voltamos em alguns minutos.

Sentei aliviada apenas esperando que aquele cara tenha a punição que merece, olhei para a dona Célia, avó da filha de Robert, ela parecia mais tranquila do que na primeira audiência e eu me senti bem por estar ajudando-a a ter essa tranquilidade.

[...]

ㅡ A decisão foi tomada. ㅡ Havia alguns cochichos mas assim que o juiz começou a falar o silêncio total apareceu.
ㅡ Declaro que Robert Ferraz será condenado a 12 anos de prisão e a guarda de sua filha ficará com Célia Dourão. Caso encerrado. ㅡ O martelo foi batido e eu pude soltar todo o ar que nem tinha percebido que havia prendido. Deu tudo certo. Dona Célia estava chorando de alegria, ela veio em minha direção e me abraçou, me abraçou tão forte que eu mal consegui respirar.

ㅡ Obrigada por isso, minha filha, muito obrigada mesmo. ㅡ Me abraçou mais uma vez, só que com menos intensidade.

ㅡ Não tem de quê. ㅡ Foi só isso que consegui falar, eu estava feliz mas não conseguia expressar isso em palavras, por isso apenas dei um meio sorriso para ela, peguei minha bolsa e saí de lá, ainda tinha que ir em casa buscar a Lívia, nosso voo é daqui a pouco e não podemos perdê-lo.

Ao passar pela porta de saída do tribunal percebi que havia alguém me observando, rapidamente olhei para o lado mas não vi ninguém, dei de ombros e segui meu caminho para fora daquele lugar.

ㅡ Está se achando a melhor, não é Cooper? ㅡ Emerson estava caminhando ao meu lado, estava tão perdida em meus pensamentos que nem percebi a sua presença. ㅡ Já pode dizer que é a melhor e que percebeu coisas que ninguém percebeu. ㅡ Ele deu um sorriso irônico que acordou vários sentimentos de raiva em mim.

ㅡ Eu só tenho uma coisa a te dizer.
ㅡ Parei ao lado do meu carro e virei totalmente para olhar em seus olhos.
ㅡ Jamais se deixe manipular pelas pessoas, elas não são confiáveis, nem mesmo aquela que tem uma face angelical e parece estar sendo julgada incorretamente. Nunca se deixe levar pela sua emoção, mas sim pela sua razão. Tenha um bom dia, Emerson.
ㅡ Entrei em meu carro e saí dali o mais depressa possível o deixando parado de braços cruzados.


Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.
Lei do Coração Onde as histórias ganham vida. Descobre agora