Sofia Cooper, uma advogada renomada no Brasil com tão pouco tempo de carreira e ainda tendo apenas 25 anos. Fria, calculista, cheia de traumas por não conhecer nada do seu passado e ter crescido em um orfanato que a fez sofrer muito, mas agora reso...
ㅡ Não vamos ser seus cobaias, Lívia. ㅡ Virei para frente e Axel voltou a dirigir por conta dos carros que estavam buzinando atrás de nós.
ㅡ Concordo com a Sofia. ㅡ Olhei para Axel de relance um pouco surpresa, dificilmente ele concordava comigo.
ㅡ Se vocês não me ajudarem vou perder a vaga de professora. É muito importante para a minha carreira e não conheço ninguém aqui que possa me ajudar. Vocês não podem pensar só em vocês, não é porque se odeiam que não vão me ajudar. Poxa, são meus amigos e são os únicos que eu tenho, e também... ㅡ Lívia foi interrompida por Axel.
ㅡ TA BOM! ㅡ Ele parecia irritado e logo tive a certeza quando bufou assim que estacionou o carro na garagem do prédio. ㅡ Nós vamos te ajudar, mas vai ser só essa vez.
ㅡ Você não perguntou se eu quero ou não. ㅡ Desci do carro indo atrás dele.
ㅡ A sua opinião não importa pra mim, é a sua amiga, você tem que ajudar.
ㅡ EU IA DAR OUTRO JEITO. ㅡ Gritei e sem querer atraí o olhar do zelador do prédio que estava na recepção. Entramos no elevador com Lívia ao nosso lado, ela parecia estar se divertindo ao ver nós dois discutindo.
ㅡ Ia dar outro jeito como? ia pedir para que o Conway te ajudasse? ㅡ O tom de voz de Axel pareceu ser irritado com um pouquinho de deboche.
ㅡ Seria melhor chamar ele do que ter que dançar com um ignorante igual você. ㅡ Cruzei os braços e virei de costas para ele.
ㅡ Você acha que eu quero dançar com você? Se estamos fazendo isso é pela Lívia. E espero nunca mais ter que voltar a ajudar ela nesse tipo de coisa.
ㅡ Tu não tem ideia do quanto eu te odeio. ㅡ Cerrei os olhos tentando conter a minha raiva, minha vontade era de bater nele ali mesmo.
ㅡ Eu também te odeio, Cooper. ㅡ O seu tom de voz saiu divertido, ele se divertia me irritando e isso me irritava ainda mais. Lívia começou a rir atraindo o olhar de nós dois.
ㅡ Do que está rindo? ㅡ Saí do elevador na frente deles, não aguentava ficar tão perto do Axel.
ㅡ De vocês dois, parecem cão e gato. Vocês são um enemies to lovers pra mim. ㅡ Falou em meio a gargalhadas.
ㅡ Enemies o que? ㅡ Axel olhou confuso e trancou a porta atrás de si.
ㅡ Um dia eu te explico. Agora vou dormir porque amanhã temos um longo dia de ensaio. ㅡ Ainda eram sete da noite, Lívia tinha o costume de dormir cedo demais desde que a conheço.
ㅡ Não vai comer nada?
ㅡ Comi vários Donuts antes de vim para cá, ganhei dos meus alunos. ㅡ Ela gritou do seu quarto. Dei de ombros e fui até a cozinha pronta para pedir alguma coisa pelo aplicativo, detesto ter que cozinhar.
Quando cheguei na cozinha a geladeira estava aberta e Axel estava abaixado parecendo procurar por algo. ㅡ Vocês não compram comida de verdade pra essa casa? ㅡ Perguntou.
ㅡ Temos que fazer compras mesmo. ㅡ Ele me olhou com a maior cara de deboche como se eu tivesse falado a coisa mais óbvia do mundo. ㅡ Ué, não passamos o dia em casa, geralmente comemos alguma coisa da rua.
ㅡ E diminuem anos da vida de vocês. ㅡ Fechou a porta da geladeira mas pegou um pacote de massa de dentro dela que eu nem sabia que estava lá. ㅡ Comer de verdade faz bem, sabia?
ㅡ Claro que sei, mas as vezes não temos tempo, idiota. ㅡ Me sentei em um banco perto do balcão. ㅡ O que vai fazer? ㅡ Estava o observando misturar a massa com algo que eu não sabia o que era.
ㅡ Não esta vendo? é cega agora? ㅡ Revirei os olhos tentando ao máximo não bater nele ali, apenas balancei a cabeça negativamente. ㅡ Vou fazer macarrão do zero, com molho branco e queijo.
ㅡ Você não tem cara de quem sabe cozinhar. ㅡ Fiz uma careta não acreditando naquilo.
ㅡ Tem muitas coisas que você não sabe sobre mim, Cooper. ㅡ Aquela frase soou estranha, não havia deboche nem brincadeira nenhuma da parte dele. Era como se ele estivesse falando sério. Mas, não liguei, dei de ombros esperando que ele fizesse o macarrão e que ele ficasse ruim para eu poder jogar na cara dele que não sabe cozinhar.
[...]
ㅡ Come. ㅡ Axel colocou um prato todo enfeitado em cima da mesa, ficou bonito e o cheiro estava me dando água na boca. Mas, mesmo assim fiz uma careta como se eu estivesse achando aquilo horrível.
ㅡ Come primeiro, vai que você envenenou isso daí. ㅡ Ele revirou os olhos e começou a comer tranquilamente. Então, decidi comer também. Dei uma garfada e coloquei na boca, e nossa! aquilo estava muito bom, foi o melhor macarrão que já comi. Nem os do restaurante são tão bons assim.
ㅡ Está bom? ㅡ Não expressei reação nenhuma, mesmo aquilo sendo a melhor coisa que já comi.
ㅡ Dá pro gasto. ㅡ Axel começou a rir, rir de verdade e não com deboche como sempre faz, chegava a ser engraçado. E... ele tinha uma risada tão boa de se ouvir. ㅡ Como fez isso? você pareceu não estar seguindo a receita que a moça estava falando no vídeo. ㅡ Cruzei os braços o encarando curiosa.
ㅡ Podem questionar meus métodos, mas nunca os meus resultados. ㅡ Ele sorriu convencido, sabia que aquele macarrão estava delicioso e por isso estava fazendo aquilo.
ㅡ Não suporto esse teu deboche.
ㅡ Eu não suporto você.
ㅡ E porque não vai embora? ㅡ Cruzei os meus braços emburrada.
ㅡ Não posso abandonar uma missão.
ㅡ Que missão?
ㅡ Não se meta onde não deve, Cooper. ㅡ E assim ele se levantou da mesa me deixando com a maior cara de idiota por não ter entendido sobre o que ele estava falando.
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