Capítulo 31

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Mas quem? quem poderia ter me mandado isso?

ㅡ Axel... ㅡ Olhei para ele já sentindo que o pior estava para acontecer. Ele apenas fechou os olhos com força e respirou fundo, parecia que também estava com medo.

ㅡ Vem, Sofi, vamos entrar. ㅡ Lívia pegou no meu braço e me levou para o elevador. E eu não entendia. Eu só tinha a Lívia de família, mais ninguém, ninguém mais me conhece, estou realmente começando a acreditar que as pessoas que já consegui que fossem presas estão mandando vim atrás de mim. ㅡ Semana que vem vai ser a final do festival, você poderia ir para esfriar a cabeça. ㅡ Lívia e eu sentamos no sofá assim que entramos no apartamento. Ela me puxou para que eu deitasse minha cabeça em sua perna. ㅡ Além do mais, daria os créditos de execução da coreografia para você e para o Axel.

ㅡ Não acho que seja uma boa ideia irmos. ㅡ Axel falou do outro sofá. Ele estava sentado lá com um livro em mãos. Não reparei qual era porque já estava começando a ficar irritada, tão irritada que nem notei que levantei do sofá rápido sem precisar da muleta.

ㅡ Porque não acha que é uma boa ideia? ㅡ Cruzei os braços parando em sua frente.

ㅡ Por que não! ㅡ Ele se levantou também. ㅡ É um lugar que vai estar cheio de gente, pessoas que não conhecemos, não sabemos se a pessoa que quer te matar vai estar lá. É melhor evitar, Sofia.

ㅡ Eu vou no festival e você nao vai me impedir. ㅡ Cheguei mais perto dele sentindo a raiva me consumir.

ㅡ PARA DE SER TEIMOSA, INFERNO.
ㅡ Ele se virou e deu um soco na parede. ㅡ Você não pode nem correr direito e quer ir em um lugar que pode morrer lá.

ㅡ É daqui a uma semana apenas, até lá eu já vou estar melhor.

ㅡ Então vai sozinha, eu não vou. ㅡ Ele se sentou e parecia que eu ia explodir de tanta raiva.

ㅡ EU NÃO PRECISO DE VOCÊ. ㅡ Axel levantou de novo com raiva nos olhos.
ㅡ Não preciso que me proteja, não preciso que esteja perto de mim, não preciso dos seus cuidados, só estou te suportando porque Lívia pediu, mas odeio que você esteja por perto. Odeio até a forma como você respira.
ㅡ Apontei meu dedo no seu peito.

ㅡ É mesmo? então se vira sozinha e deixem te matar pela sua inconsequência. Eu te odeio tanto quanto você me odeia, e se estou aqui é pra ajudar a Lívia, que diferente de você, é uma pessoa boa, Cooper. Eu não te suporto e odeio estar perto de ti.

ㅡ Ótimo, então pegue suas coisas e vá embora. ㅡ Cruzei meus braços em frente ao meu corpo. Axel pareceu surpreso, ele não esperava isso. Nem eu esperava, e espero muito não me arrepender.

ㅡ Sofia, você foi longe demais. Não queria me meter na discussão de vocês porque são adultos e sabem muito bem o que fazem, mas dessa vez você foi longe demais. Precisamos do Axel, você precisa do Axel, está correndo risco.
ㅡ Lívia se colocou entre nós dois e ela estava séria, mais séria do que das outras vezes. ㅡ O Axel fica.

ㅡ Não. ㅡ Lívia se virou surpresa para Axel.

ㅡ ... O... o que? ㅡ Ela gaguejou, não estava esperando por isso.

ㅡ Não posso ficar tentando proteger uma pessoa que não quer ser protegida, é simples. Sinto muito, Lívia. ㅡ Ele se virou e foi para o seu quarto, suponho que arrumar as suas malas.

Naquele momento, apenas naquele momento, senti uma ponta de arrependimento, era como se uma parte de mim fosse embora junto com ele, mas eu jamais pediria para ele ficar.

Passaram alguns minutos e Axel saiu do quarto com uma mala, Lívia se levantou mas eu não. Eu não podia quebrar meu orgulho.

ㅡ Axel, repense, por favor. ㅡ Ela só faltou ficar de joelhos para ele.

ㅡ Não. Já disse que sinto muito por você, e espero que encontre alguém para proteger a sua amiga rápido. ㅡ E assim ele saiu do apartamento, me deixando angustiada, por um momento quis ir atrás dele, mas não. Eu não iria.

ㅡ Viu o que fez? ㅡ Lívia colocou as mãos na cintura furiosa. ㅡ Por causa da sua atitude infantil perdemos uma pessoa que realmente queria nos ajudar, e agora? como vamos ficar? como você vai ficar? por que quem está correndo risco aqui é você, e não eu. Caso contrário eu tinha 5 seguranças na minha cola.

ㅡ Eu me viro, Lívia. ㅡ Levantei e fui para o meu quarto trancando a porta. Lívia chutou, bateu, esmurrou a porta mas eu não abri. Não queria conversar, ou melhor, não queria ela brigando comigo como se eu fosse uma criança que não sabe o que faz.

E o pior de tudo, estou arrependida de ter mandado Axel ir embora.

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