Capítulo 18

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NARRADO POR SOFIA

Hoje seria a minha reunião com Jefrey, o acusado do caso da morte dos dois policiais. Na verdade, é uma mini audiência só que só comigo.

ㅡ Sente-se. ㅡ Apontei a cadeira em frente a minha mesa para que ele se sentasse. Jefrey parecia estar abatido, sua pele escura contrastava com o branco do seu sorriso forçado. A barba estava por fazer e as olheiras demonstravam que ele não dorme faz uns dias. Mas, mesmo assim isso não disfarçava a pinta de rico que ele tem.
ㅡ Como vai, Jefrey? podemos começar?

ㅡ Vou indo, começamos quando a senhora quiser. ㅡ Assenti e olhei para Axel de relance, seus olhos estavam fixos em Jefrey e as vezes ele desviava o olhar dele para me encarar.

ㅡ Pode me relatar o que aconteceu no dia em que sua ex esposa foi embora?

ㅡ Claro... ㅡ Jefrey respirou fundo e abaixou a cabeça, logo depois a ergueu olhando em meus olhos. ㅡ Nós éramos uma família muito feliz, até que ela começou a mudar, começou a bater todos os dias na nossa filha, começou a sair de casa e voltar tarde sem dar nenhuma explicação. Certa noite eu cheguei do trabalho e minha filha estava assistindo TV sozinha na sala, perguntei da mãe e ela disse que não sabia. Que ela havia saído a algumas horas e que não tinha voltado. Fui até o nosso quarto e as coisas dela não estavam lá, só estavam as minhas roupas perfeitamente organizadas. Então deduzi que ela havia nos deixado.

ㅡ E a sua filha? Como ela reagiu? ㅡ Jefrey não parecia nervoso, parecia estar triste com o olhar caído.

ㅡ Bom, ela chorava por sentir saudade da mãe mesmo com tudo que ela fazia para maltrata-la. Com o tempo ela foi se acostumando com a ideia de que a mãe foi embora, mas se tornou rebelde e revoltada. Pedi a minha mãe que me ajudasse a cuidar dela porque passo o dia na minha empresa e não posso ficar de olho nela. Mas, minha mãe faleceu e então tive que contratar uma governanta para ficar de olho na minha filha. Mesmo que tenham se passado anos, ela continua amando a mãe.

ㅡ E como ela reagiu quando soube que a mãe tinha voltado.

ㅡ Ficou extremamente feliz...ㅡ Ele abaixou a cabeça e uma lágrima escorreu pelo canto do seu olho esquerdo. ㅡ A mãe voltou prometendo de tudo, mas não quis que minha filha ficasse com uma pessoa que a abandonou sem dó nem piedade. Não confio nela, tenho medo do que ela possa fazer por conta das crises de raiva que ela tinha e com certeza ainda tem.

Jefrey parecia desesperado, com certeza por medo de perder a sua filha. Tudo que ele falou foi muito comovente mas favoreceu somente ele, tenho certeza que há algo de errado por trás dessa história. Se não, a menina não ia querer deixá-lo para morar com a mãe que a abandonou.

ㅡ Vou ter outra audiência amanhã com a Lizzy, então lhe será enviado uma intimação para que o senhor compareça aqui de novo.

ㅡ Tudo bem, até mais. ㅡ Assenti e Jefrey deixou meu escritório.

ㅡ Ele parecia estar dizendo a verdade, o que vai fazer?

ㅡ Tenho uma audiência amanhã, não posso tomar decisões precipitadas.

[...]

ㅡ EU CONSEGUI! ㅡ Lívia abriu a porta do carro bruscamente, mal esperou que Axel parasse em frente ao estúdio de dança.

ㅡ O que você conseguiu? ㅡ Perguntei curiosa por causa da felicidade que ela esboçava.

ㅡ Lembra do festival? ㅡ Assenti balançando a cabeça. ㅡ Pois é, a próxima fase eles iam indicar um professor para que ensaiasse um casal. Me inscrevi mas como sou nova aqui não tive muitas esperanças, mas....

ㅡ Fala logo e deixa de suspense. ㅡ Axel resmungou, como sempre. Só aí percebi que o carro ainda estava parado. Eu e Lívia olhamos assustadas para ele, dificilmente se mete em nossas conversas.

ㅡ Eles me escolheram e agora vou ter que ensaiar um casal! ㅡ Bateu palmas sorrindo de orelha a orelha. ㅡ Mal posso esperar para escolher a música, ainda bem que os cobaias para estrear a minha coreografia que já criei na minha cabeça eu já tenho.

ㅡ Ah, é? ㅡ Perguntei desinteressada, Axel já tinha voltado a dirigir e já estávamos quase perto do nosso apartamento.

ㅡ Ora quem. ㅡ Deu uma gargalhada.
ㅡ Você e o Axel.

ㅡ O QUÊ? ㅡ Axel parou o carro instantaneamente e nós dois olhamos para trás para saber se tínhamos ouvido direito.

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