Lei do Coração

Capítulo 22

ㅡ Quem você acha que está te perseguindo? ㅡ Comecei a passar mal depois daquela ligação, Lívia me deu um calmante e agora estávamos na sacada olhando para a lua que estava linda, por sinal.

ㅡ Não sei, não faço a mínima ideia de quem seja. ㅡ Baixei a cabeça me sentindo frustrada.

ㅡ Se for levar em consideração o tanto de gente que ela já colocou atrás das grades e que talvez queira vingança...
ㅡ Lívia coçou a cabeça parecendo pensar naquela possibilidade, e sinceramente eu também já estava pra considerar aquilo.

ㅡ Madelyn convidou a gente pra sair amanhã. ㅡ Suspirei me jogando para trás, não queria ir e estava torcendo para que Lívia também não se animasse.

ㅡ Sério? Ah, eu vou adorar. ㅡ Ela se levantou rapidamente da cadeira. ㅡ Já vou até escolher a roupa que vou e...
ㅡ Axel cortou totalmente o que Lívia ia falar.

ㅡ Não vamos. ㅡ Falou secamente e se levantou, nos deixando com q maior cara de idiota.

ㅡ O quê? por quê não? ㅡ Tá legal, eu não queria ir mas também odeio que me deem ordens, dá vontade de fazer tudo ao contrário só porque a pessoa disse que não era para fazer.

ㅡ Iiih, hoje vai ter briga e não quero estar aqui para ver. Beijos. ㅡ Lívia me deu um beijo na bochecha e saiu para o quarto.

ㅡ Não vamos, Sofia. Simples. ㅡ Axel andava para a cozinha e eu andava atrás dele.

ㅡ Me dá um bom motivo para não irmos. ㅡ Cruzei os braços e parei atrás dele que estava abrindo a geladeira.

ㅡ Você acabou de receber uma ligação sabe-se lá de quem. Conhece a Madelyn a pouquíssimo tempo e vão sair juntas? Não podemos confiar nas pessoas com tanta facilidade, Cooper. Anota isso no seu livro de leis. ㅡ A raiva começou a ferver dentro de mim, a vontade que eu tinha era de matar ele ali mesmo e no momento não estava nem aí de ir presa e perder meu réu primário.

ㅡ Você acha que eu confio nas pessoas? não confio nem em você, apenas na Lívia e isso porque ela é a minha família. Você acha que é quem pra me dar ordens? ㅡ Já estava gritando e Axel não parecia estar se importando, aquilo estava fazendo eu ficar com mais raiva por não estar conseguindo atingi-lo.
ㅡ Escuta aqui. ㅡ Peguei em seu ombro e o virei para mim com facilidade, parecia até que ele estava esperando que eu fizesse isso. Imediatamente senti um calor em minha mão, um calor diferente que eu jamais havia sentido.

ㅡ O que foi? Vai dizer que eu tenho a obrigação de te acompanhar?

ㅡ É isso mesmo que eu vou dizer, e acho bom você não ficar com essa cara emburrada o jantar inteiro. ㅡ Soltei o seu ombro sentindo todo aquele calor de poucos segundos atrás ir embora.

Axel se aproximou de mim me empurrando devagar, fazendo-me encostar minha costa no balcão gelado. Ele apoiou as mãos no balcão ao meu redor, fazendo com que o seu corpo ficasse grudado com o meu. Senti um frio estranho na barriga, minha respiração começou a falhar e fiquei ofegante rápido. Axel aproximou sua boca de meu ouvido, onde pude sentir sua respiração bater contra o meu rosto. ㅡ Não se preocupe, já disse que não vou desobedecer suas ordens, Cooper.
ㅡ Sussurrou em meu ouvido, fazendo com que um frio percorresse por todo o meu corpo.

Eu estava me sentindo estranha.

Axel dirigiu seu olhar a mim, seus olhos estavam cravados nos meus e lentamente foram descendo para minha boca, fazendo com que minha boca ficasse seca. Que diabos é isso?

Ele aproximou seus lábios dos meus cada vez mais e quando estávamos a ponto de acabar com a distancia que havia entre nós o seu celular tocou, fazendo com que eu despertasse do transe que Axel me colocou.

Nós iríamos mesmo nos beijar?

Não. Não posso acreditar que estive a ponto de cometer uma besteira dessas. Saí de perto de Axel e fui para a sala, sem reparar em sua reação. Dei meia volta para pegar meu celular que havia esquecido, parei no corredor quando percebi que ele estava falando ao telefone.

ㅡ Não senhora... Sim, é estranho ficar aqui mas não posso fazer diferente, é o meu trabalho... Mãe, prometi isso a ela e vou cumprir... Já disse que não, mais cedo ou mais tarde vou cumprir o que prometi quando era criança.