Capitulo 40

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(1 SEMANA DEPOIS)

Em solo brasileiro, finalmente. Não aguentava mais ficar dentro daquele avião. Eu, Lívia e Axel pegamos um voo ontem e chegamos no Rio hoje, pretendo começar as minhas buscas hoje mesmo, não estou nenhum pouco cansada já que dormi o voo inteiro.

ㅡ Aí, eu tô morta. ㅡ Lívia reclamou assim que entramos no Flat que alugamos já que não íamos passar tanto tempo e o hotel sairia bem mais caro pelas contas que fizemos. ㅡ Aqui é bem aconchegante. ㅡ Olhei em volta e realmente era, era bem pequeno e ainda assim aconchegante. Logo na entrada tinha um sofá e mais ao lado já ficava a pequena cozinha, ao lado da mesma tinha uma escada que dava acesso a uma cama, e atrás da escada tinha um banheiro pequeno, era perfeito, escolhemos bem.

Me surgiu uma dúvida na cabeça e me virei para Axel que parecia pensativo ao lado da porta.

ㅡ Amor? ㅡ Ele me olhou rapidamente com um enorme sorriso nos lábios. ㅡ O que você veio fazer aqui a alguns meses? já que pegamos o mesmo avião e você até roubou o meu taxi. ㅡ Dei uma risada mas o sorriso que Axel tinha nos lábios se desmanchou aos poucos.

ㅡ Er... Sofia... ㅡ Ele foi interrompido por Lívia que me puxou para a sacada para que eu visse a vista para a praia de Copacabana, era realmente linda, imagina a noite.

ㅡ Que horas você vai ao orfanato?
ㅡEla perguntou ainda encarando a vista.

ㅡ Também quero saber, eu e Lívia vamos com você. ㅡ Axel me abraçou por trás e apoiou o seu rosto na curva do meu pescoço.

ㅡ Daqui a pouco, ainda é cedo e eu preciso resolver isso o quanto antes.
ㅡ Me virei para Axel e dei um selinho seguido de outros. ㅡ Só vou tomar um banho e as 9h saímos. ㅡ Eles assentiram e fui tomar meu banho, iríamos demorar para nos arrumarmos já que só tinha um banheiro.

[...]

E lá estávamos nós, em frente aquele orfanato em que passamos tanto tempo de nossas vidas. Lívia parecia não ligar mas eu sei o quanto esse lugar afeta ela, porque nos fizeram muito mal aqui.

ㅡ Eu vou lá, fiquem aqui.

ㅡ O que? não, por que você quer ir sozinha? ㅡ Lívia perguntou com a voz um pouco embargada.

ㅡ A Lívia tem razão, Sofia, não pode ir sozinha. ㅡ Axel me olhava carinhosamente, parecendo ter medo de algo, faz dias que ele está assim, nervoso, com medo...

Me dei por vencida e saí do carro com eles dois atrás de mim parecendo cão de guarda. Toquei a campainha e logo a ex diretora, Maria, que estava a frente do orfanato quando eu cheguei aqui, abriu a grande porta do orfanato. Ela continuava a mesma, apenas o seu olhar mudou, não parecia mais carregar tanto ódio. Maria caminhou lentamente até nós parecendo não acreditar que estava vendo eu e Lívia ali depois de tantos anos.

ㅡ O que desejam? ㅡ Antigamente, a voz de Maria me dava medo, mas agora ela parece mais calma, será que é devido a idade?

ㅡ Preciso falar com você. ㅡ Olhei para ela que apenas assentiu, não era essa a reação dela que eu estava esperando.

ㅡ Venham comigo. ㅡ Nós adentramos o orfanato e ele também já não era mais o mesmo, tinham dado uma boa reforma nele, agora as paredes dele tinham mais vida e eram até decoradas. Fomos para o que me pareceu ser o escritório de Maria, ela virou você diretora quando descobriram os seus maus-tratos, o que pra mim é o mesmo que nada já que continuou na direção. Entramos e a mesma apontou as cadeiras para que nós nos sentassemos. ㅡ Como posso ajudar?

ㅡ Nossa, nem parece a mesma velha carrancuda de uns anos atrás. ㅡ Lívia resmungou baixinho mas acho que não deu para Maria escutar.

ㅡ Vim saber do meu passado. ㅡ Maria que antes olhava para uma tela de computador, agora olhava para mim com os olhos arregalados e parecendo surpresa. O que ela pensou que eu vim fazer aqui? ㅡ E quero por favor que não omita nada.

ㅡ Sofia... ㅡ Ela respirou fundo, parecendo pensar muito bem no que ia falar. ㅡ O que eu sei de você você mesma já sabe, que a assistente social veio deixar você aqui na porta, disse que você se chamava Sofia Cooper e que... ㅡ De repente Maria parou de falar, seus olhos expressavam tristeza ao se dirigirem a mim. ㅡ Olha, Sofia, acho que está na hora de você saber algo que a assistente me falou aquele dia e que nunca te contamos.

ㅡ Sou toda ouvidos. ㅡ Me inclinei apoiando meus cotovelos na mesa esperando com toda a paciência do mundo que Maria começasse a falar.

ㅡ Ela me disse que seu pai é um homem rico e era famoso no mundo dos empresários, mas também é muito perigoso, você veio parar aqui porque ele matou a sua mãe na sua frente, e além disso ele tentou te matar também, não sabemos como porque nunca conseguiram descobrir, mas o que ele fez com você foi tão grave que fez com que você perdesse muitas lembranças de quando você era criança, e por isso você também não falava quando chegou aqui, foi um trauma muito grande.

Agora tudo está fazendo sentido...

É por isso que só me lembro da minha infância em sonhos e depois que cheguei no orfanato, sempre que sonhava só conseguia ver o rosto da minha mãe e do meu pai de forma embaçada.

ㅡ Suponho que meu pai esteja preso, pode me dizer o nome dele? ㅡ Maria ficou pálida, parecia com medo, seus olhos se fecharam e ela parecia que ia ter um infarto a qualquer hora.
ㅡ Maria, não tenha medo, não vou deixar que ninguém venha até você.
ㅡ Ela abriu os olhos lentamente e começou a procurar algo no seu notebook, passado alguns minutos, ela voltou a dirigir o olhar para nós.

ㅡ Rafael... Rafael Albuquerque

 Rafael Albuquerque

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