Capítulo 07

31 4 0
                                    

Já haviam se passado alguns minutos desde que segurei as mãos da Lívia, a respiração dela não estava mais tão ofegante, havia se acalmado um pouco. Fiquei aliviada quando ouvi alguns barulhos vindo do lado de fora do elevador, soltei o ar que nem sabia que estava prendendo.

A porta foi aberta por dois bombeiros, ainda bem que o elevador deu problema um pouco a baixo de uma das portas em um dos andares, então foi mais fácil para eles. Quando Lívia deu um passo para sair dali de dentro, sentimos o elevador tremer, o que quer dizer que a corda estava arrebentando.

ㅡ Me dê a mão, rápido, não sabemos quando ele vai despencar. ㅡ Um dos bombeiros estendeu a mão, Lívia hesitou por um momento mas logo deu a mão e com dificuldade, conseguiu sair dali.

Barulhos de tiros preencheram o local em que estávamos assim que Lívia conseguiu subir e o elevador parecia estar por um fio. Um dos bombeiros me deu a mão, e, mesmo com todo medo do mundo, segurei sua mão e impulsionei meu corpo para alcançar a porta. Assim que cheguei na porta o elevador despencou juntamente com vários tiros, era como se alguém estivesse lá em baixo atirando com a intenção de realmente matar alguém aqui dentro.

ㅡ Está perigoso ficar aqui, vamos, temos que ir falar com a polícia lá em baixo.
ㅡ Olhei para baixo enquanto o bombeiro falava e vi um homem alto todo de preto olhando fixamente em meus olhos, aquele olhar... me deu medo novamente. Que nem no dia que fui comprar café, a diferença é que esse parece ser um pouco mais alto.

ㅡ ALI! TA VENDO, SOFIA? ALGUÉM QUER TE MATAR ㅡ Só percebi que Lívia estava do meu lado quando ela começou a gritar essas palavras em meu ouvido. Ela tinha razão, mas eu não queria acreditar nisso, pelo menos não agora.

Os bombeiros pediram licença e olharam para lá também, mas ele já tinha ido embora.

ㅡ Se tinha alguém ali, com certeza já fugiu, e as senhoritas encontram-se em perigo. Precisamos descer e registrar um boletim de ocorrência. ㅡ Eu assenti e descemos junto com eles, não acredito que vou ter que aceitar essa história da Lívia de contratar um segurança.

[...]

ㅡ Sim, apenas Sofia Cooper. ㅡ Estava falando com um policial agora, totalmente contra a minha vontade, se dependesse de mim eu já estaria em casa e não aqui na recepção do prédio tendo que fazer algo que se encaixa no meu trabalho. Prefiro eu mesma fazer esse interrogatório do que outras pessoas fazerem comigo.

Detalho tudo o que vinha acontecendo nos últimos dias para o policial, até o dia em que a Lívia viu alguém na escada quando ainda estávamos no Brasil.

ㅡ Está liberada, senhorita. Mas recomendo que tome cuidado, evite andar sozinha. ㅡ O delegado se levantou e balançou a cabeça em cumprimento. ㅡ Vamos começar as investigações, mas, por favor mesmo, tome cuidado. ㅡ Assenti e ele se retirou do prédio juntamente com vários policiais.

ㅡ Vamos Sofia, nossa entrevista começa às 18h30 e já são quase isso. ㅡ Lívia me puxou pelo braço mas antes pegou as caixas de Donuts de cima do balcão da recepção e me entregou duas delas.ㅡ Só de pensar na possibilidade de isso estragar eu tenho até vontade de chorar.ㅡ Lívia ama doces, na verdade ama qualquer tipo de coisa que seja comida. Acho que porque na época do orfanato quando tinha uma freira que era má, nós comíamos pouco e ela sempre reclamava que estava com fome. Mas a única coisa que lhe davam era uma punição porque segundo a freira, Lívia era mal educada e tinha que aprender a se portar.

Chegamos no apartamento e liguei logo as luzes que ficam no canto da porta, iluminando a sala inteira.
Fui tomar banho já que teria que receber entrevistados por livre e espontânea pressão da Lívia, me arrumei basicamente e peguei um vestido preto do meu guarda-roupas, vesti e fui para a sala, Lívia ainda estava se arrumando então fiquei sozinha observando a noite que estava linda, por sinal.

ㅡ Atende a porta, tô acabando de pentear meu cabelo. ㅡ Lívia gritou do quarto dela, revirei os olhos e caminhei em direção a porta. Quando abri meus olhos se arregalaram devagar e eu mal pude acreditar que eu estava vendo aquele tipo de gente mal educado na minha porta.

ㅡ Você? ㅡ Perguntei não acreditando no que estava vendo.


Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.
Lei do Coração Onde as histórias ganham vida. Descobre agora