Capítulo 08

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ㅡ O que está fazendo aqui? ㅡ Cruzei os braços e arqueei uma sobrancelha olhando para ele diretamente.

ㅡ Você é Lívia Almeida? ㅡ O tom de voz do rapaz a minha frente era frio, de desdém. Como eu odeio ele.

ㅡ Não, não sou a Lívia e suponho que você veio no apartamento errado. ㅡ Já ia fechar a porta quando Lívia apareceu na sala igual um furacão.

ㅡ Axel Baker? ㅡ Lívia perguntou, infelizmente é um nome muito bonito.

ㅡ Sim. Lívia Almeida?

ㅡ Isso mesmo, pode entrar, fique a vontade. ㅡ Ela me puxou da porta e deu espaço pra ele entrar, Lívia não pareceu ligar para a cara que eu fiz querendo matar ela. ㅡ Você é o segurança que a empresa ia mandar para entrevista, não é?

ㅡ Sim. ㅡ Foi só isso que ele disse, foi só isso que ele falou pra futura chefe dele.
ㅡ Eu vou ser seu segurança? por que suponho que a senhorita aqui não vai me querer por perto. ㅡ Axel olhou para mim ganhando a atenção de Lívia que revezou o olhar entre nós dois por alguns segundos.

ㅡ Vocês se conhecem? ㅡ Ela pareceu estar em dúvida.

ㅡ Esse aí é aquele cara mal educado do aeroporto. ㅡ Bufei. Não estava acreditando que aquilo estava acontecendo.

ㅡ É mesmo? então eu sou o mal educado? No entanto foi você que queria pegar meu táxi e jogou café no meu moletom branco naquele dia. ㅡ Ele soava sério mas parecia querer rir.

ㅡ Olha aqui, seu... ㅡ Lívia me interrompeu.

ㅡ Muito bem, vamos começar Axel? ㅡ Ele assentiu me fuzilado com os olhos, não retribui um olhar diferente para ele. ㅡ Bom, fale sobre você. O que achar importante, claro.

ㅡ Bom... ㅡ Ele respirou fundo, tão fundo que quase sugou todo o ar do mundo.

ㅡ Você por acaso virou aspirador de pó? ㅡ Perguntei encarando as minhas unhas, só então olhei para ele que tinha o maxilar travado, ele poderia facilmente meter medo em alguém olhando desse jeito.

ㅡ Sofia... ㅡ Lívia me repreendeu só com um olhar, como se eu ligasse para isso.

ㅡ Voltando ao que você perguntou, me chamo Axel Baker, como já sabe. Há dois anos fiz um curso para segurança pessoal e fui aceito pela empresa Stuart, empresa que me enviou até aqui. E acho que é só isso que precisa saber. ㅡ Axel pareceu esconder mais coisas, o que despertou minha curiosidade, mas eu não ia perguntar, ia descobrir sozinha.

ㅡ Eu acho que tá ótimo, nós precisamos com urgência dos seus serviços. Na verdade, Sofia precisa. ㅡ Axel me olhou e eu retribui o olhar com todo ódio que tinha no meu coração por ele.

ㅡ Mas ela não me suporta.

ㅡ Nem ele me suporta.

ㅡ Axel, hoje tentaram matar a Sofia, ela é a minha única família. Não posso perdê-la. ㅡ Lívia estava praticamente implorando, o que eu achei patético. Não preciso dele. ㅡ Eu pago o dobro do salário.

ㅡ Eu não quero ele, Lívia. ㅡ Protestei, eu jamais aceitaria ele colo segurança.

ㅡ Mas é a nossa única opção, apenas ele estava disponível pela empresa. Eles são muito conceituados nessa área e não vou desperdiçar essa oportunidade só porque você não suporta ele. ㅡ O tom de voz de Lívia era de quem não estava pedindo, mas sim, mandando. E eu só ia aceitar isso porque tenho medo de fazerem alguma coisa com ela. ㅡ Você pode começar amanhã, Axel, se for da sua vontade trabalhar para nós, claro.

ㅡ Eu vou ficar, mas só pela senhorita que parece ser uma boa pessoa. Ao contrário de outras. ㅡ Cerrei meu punho com vontade de levantar dali e bater nele, mas ele tinha o dobro da minha altura e do meu tamanho.

Lívia mostrou para ele os nossos horários e Axel disse que ia estar aqui amanhã antes de sairmos para o trabalho e ia ficar lá me esperando até a hora que eu saísse, como se eu fosse uma criança.

ㅡ Vocês moram sozinhas? ㅡ Ele perguntou a Lívia, já que não dirige a palavra a mim. Eu odeio ele.

ㅡ Sim, somos brasileiras. Sofia é advogada e eu sou professora de dança. Fomos chamadas para trabalhar aqui e como sempre sonhamos em morar fora do Brasil, aqui estamos. ㅡ Ela sorriu brincalhona, não estava mais sendo a Lívia que acha que manda em mim.

ㅡ E a família de vocês? ㅡ Axel estava andando pelo apartamento instalando algumas medidas de segurança, segundo ele.

ㅡ Bom, como eu disse, a Sofia é minha única família. Somos órfãs e crescemos juntas num orfanato do Brasil.

ㅡ Ah, desculpe, não queria tocar em um assunto delicado para vocês.

ㅡ Sem problemas, Sofia não liga pra isso e eu deixei de ligar faz um tempo.

Deixei de prestar atenção na conversa deles assim que meu celular tocou e um número desconhecido apareceu na minha tela. Olhei para Lívia e Axel que pareceram notar o que estava acontecendo. Atendi e coloquei a ligação no viva-voz para que eles pudessem escutar.

ㅡ Alô? ㅡ Não transpareci por fora, mas por dentro estava com medo.

Eu estou de olho em você, Cooper, a sua hora vai chegar e pode acreditar, não vai demorar. Eu sei de todos os seus passos, sei onde mora, onde trabalha e com quem anda. Não poderá se esconder de mim, avise isso para esse seu segurançazinho de merda. ㅡ Fiquei paralisada, a voz era estranha como se alguém tivesse mudado ela através de edições. Não soube o que responder. Fiquei com medo, essa pessoa sabe de todos os meus passos, sabe onde moro...

Axel se aproximou de mim rapidamente e tomou o celular da minha mão, mas já era tarde demais, já tinham desligado.

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