2b. Jasy Jaterê, o deus da sesta

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Do lado de fora, passos invisíveis, leves e brincalhões fuçavam o ambiente, junto a pequenos redemoinhos.

Mãos pequenas rasparam as panelas, em busca do fundo das comidas.

Um pouco de bolo esquecido foi comido com sofreguidão e um copo pela metade de guaraná tomado, refrescando a garganta do menino invisível.

Por fim, ao se aproximar do barraco da família, ele sentiu o cheiro da pele jovem desabrochada. Era a idade da quentura.

Reconheceu o cheiro de mate e cravo, o perfume ancestral dos Primeiros humanos e sentiu um arrepio.

Seu coração bateu mais forte do que sempre: tinha que avisar seus irmãos: naquela aldeia vivia Porãsy.

E ela era sua prometida assassina...

Tremeu de medo. Desapareceu numa roda de vento fino.

Tinha pressa.


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Porãsy e o estranho mundo das histórias de seu avô indígenaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora