Karla Camila trajava um vestido da cor vermelho sangue. De todas as mulheres presentes, era a única até então em ter arriscado uma cor viva para a festa. 

Mais do que a cor do vestido, era a maneira que ele moldava e deixava suas curvas expostas. Era um vestido curto e colado de alças, um vestido convidativo, cogito que nove dedos  acima do joelho.  De qualquer forma, ela estava encantadoramente linda, e se antes eu já me dizia no limite após esses seis dias de abstinência, Camila com esse novo look para lá de provocante, apenas confirmou a minha tese de que eu não suportaria esperá-la até o término da celebração.

Eu precisava dela agora.

— Camila... — murmurei desnorteada, passando minhas mãos por todo seu corpo e sentindo um engasgo em minha garganta assim que desci meu olhar, conforme estimulava seus seios, e percebi que...

Ela não usava sutiã.

— Há dezenas de mulheres querendo te parabenizar lá fora, no salão. — se afastou do meu corpo, dando um passo a frente.

Eu sentia uma espécie de sátira no meio de sua fala. Não sei se estou correta, mas talvez não fosse à toa que Karla estivesse com uma das sobrancelhas arqueadas para o meu lado.

Em seguida, ela riu nasal enquanto me fitava intensamente.  

— O que faz trancada em um banheiro no dia da sua festa de aniversário, Sra. Jauregui? — disse séria, sem desviar o olhar.

— Eu vim apenas para mandar mensagem para você, amor. — tentei me aproximar novamente, mas bastou o olhar de Karla para eu entender que eu deveria manter a distância. O máximo de distância possível dela. Que mulher quente, por Deus! Amo ser negada assim... — Você está tão linda... — mais uma vez tento me envolver de fininho contra seu corpo, mas ela me barra, desta vez utilizando as mãos. — Você não vai deixar eu te beijar? 

— Eu estou de batom. 

E que batom! 

A maquiagem de Camila hoje estava mais atraente que a cor de seu vestido e decote. Seu delineado, seus cílios postiços, cada detalhe de sua maquiagem deixava explícito o carinho que teve ao se aprontar para a minha festa. A sombra em seus olhos e o blush em sua bochecha lhe passava a áurea de mulher importante. Como eu desejava aproveitar de cada detalhe dela nesta noite...

— Eu posso tirar para você... — respondi em malícia, onde novamente tentei me aproximar.

— Tsc, tsc.. — se desvencilhou com outro passo. — Aqui não, você sabe muito bem o risco que corremos ao fazer essas coisas em público...

— Eu não te toco ou beijo há seis dias, Camz... — minha súplica saiu dengosa. — Um beijo só, por favor, amor...

— Ora, ora... — abriu um sorriso surpreso. — Isso tudo é ansiedade para a nossa noite?

SIM!!!!!!!!!!!!!!!!!

— Não... — tive que engolir meu ego fragilizado. Para estar no controle, primeiro eu teria que me controlar. — Eu só... só...

— Escute-me, Lauren. — agora foi a vez dela de dar um passo para frente. Por instinto, recuei com um para trás, assim poderíamos chegar mais rápido na primeira parede. — Sei que está com saudade. Eu também estou. Mas vamos precisar esperar a festa acabar. Confia em mim.

— Você está brava comigo, Camz? — Camila negou. — Eu fiz alguma coisa de errado? — novamente negou com a cabeça. — Ok. Então, você está brincando comigo?

— Por que eu brincaria com você, meu amor? — molhou o lábio inferior enquanto me olhava. Aquilo me queimou por dentro. Queimou. Era mais do que ÓBVIO que ela estava tirando uma da minha cara!

A Amante do Meu Marido (Concluída)Where stories live. Discover now