Mas aí que começava o problema.

Todos os meus instantes de prazer que tive com aquele casal, por algum motivo, era sempre que eu fechava os olhos e imaginava aquela mulher no lugar deles. Tentei o mais forte que poderia nos primeiros minutos não fazê-lo, mas de alguma forma não me sentia à vontade o suficiente ou conectada com o corpo das pessoas que eu me deitava como eu achava que poderia.

Eu me equivoquei naquela noite, e isso não era sobre a chance de explorar minha sexualidade com aqueles dois, mas de levar um sentimento extra para a cama: a crença que resolveria com sexo meus problemas e indecisões. E não, aquilo definitivamente não era moeda de troca. Era uma questão particular de liberdade sexual. 

A minha frustração por Lauren já não era novidade nem para mim e muito menos para ela, afinal, nosso primeiro contato foi através de uma discussão equivocada minha. Eu simplesmente odiava a maneira fria que ela poderia tratar certas situações. Odiava como ela poderia me trazer para seu apartamento, me dar prazer, e ainda possuir uma caixa de calcinhas dentro do guarda-roupa. Odiava a forma educada que se portava no ambiente de trabalho, mas que, se dessem alguma brecha, não pensaria duas vezes antes de me prensar contra uma parede qualquer e acabar com a minha sanidade. Por fim, odiava quando me seduzia somente com um olhar ou uma palavra bem colocada em seu timbre rouco, como o meu corpo reagia as suas investidas mesmo sem eu querer.

Mais do que o ciúmes que eu estava intrinsecamente alimentando, era descobrir minha dependência sexual por aquela mulher num momento não tão oportuno. Essa dependência que a pouco estava se transformando em química sexual, em apego. A prova era clara, meu corpo reagia por espontânea vontade aos toques de Lauren, que aos pouquinhos estava tomando controle de mais um bem que julgava ser seu.

E eu juro que se tinha uma coisa no mundo que eu não precisava vivenciar novamente, sem dúvidas, era assistir outra pessoa conseguir tomar o controle do meu corpo, da minha atenção e da minha valiosa paz.

Desde pequena eu sempre tive medo de altura.

E olhar para Lauren um dia após aquela transa era a mesma fodida sensação da de estar em um avião prestes a dar um pouso forçado. Era assustador, já que não tinha nada a se fazer que não fosse torcer e esperar a turbulência passar. Logo, assim como em uma situação de emergência, esse sentimento de repúdio, mas ao mesmo tempo prazer, era incontrolável quando Lauren se aproximava de mim com aquele maldito sorriso luxurioso.

— Era só o que me faltava... Uma modelo ter enjoo em um voo. Em um voo! — como quem tivesse sido chamada no assunto, a sócia secundária da Jaguar's proferiu.

Com o passar do tempo, eu fui compreendendo o rancor de Alexa e a sua obsessão por Lauren. Se me parassem um mês atrás, enxergariam em mim o mesmo comportamento. A diferença é que Shawn não fode tão bem, muito menos tem a áurea sexual que aquela mulher teima em carregar consigo. Portanto, é mais que justificado Alexa querer alfinetar aquilo que ela queria ser, mas que nunca mais poderia: o desejo de Lauren.

— Oh, mas é bem melhor ser um enjoo corriqueiro do que, por exemplo, uma gravidez. — Lucy tomou a frente, sem perceber as farpas que estávamos trocando por olhar.

— E por que ela ficaria grávida? — olhou sua ajudante para só em seguida me mirar com aqueles olhos castanhos escuro. Da maneira que o fazia tão tranquila, dava a entender que sabia de algo.

— Exato, não há o que se preocupar quanto a isso. — mexo em minha bolsinha, procurando a metade do clonazepam que eu tinha separado para tomar durante a viagem. — ...Eu e meu marido usamos proteção todas as vezes que fazemos. É apenas um enjoo pelo o que eu comi no café da manhã. — pego o meio comprimido e o engulo sem necessidade de água, finalmente encarando Alexa que arqueava a sobrancelha esquerda. — O que foi?

A Amante do Meu Marido (Concluída)Where stories live. Discover now