Capítulo 43 - Sozinho.

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— Bom, gente, eu preciso fazer alguma coisa, então eu vou procurar por ele. Alguém quer ir comigo? — Gregório informou, vendo o irmão desviar o olhar.

— Pode ir, eu vou começar pelo bairro, já até falei com alguns vizinhos. — Augusto informou. — Se tiver alguma notícia, me avise.

— Igualmente. — Gregório afirmou, dando uma última olhada para o irmão, que preferia continuar a ignorar sua presença. — Eu vou indo.

O gerente saiu em busca de mais informações, não economizando na velocidade durante todo o caminho, principalmente quando entrou na estrada que levava até a chácara de Otávio. Mal se preocupou se havia levado alguma multa durante o trajeto, somente queria encontrar Francisco logo.

Gregório chegava à propriedade, vendo a casa ao longe, mas nenhum sinal do carro de Otávio. Pensou em descer para verificar, até notar as marcas fortes de pneus de caminhonete na terra, que indicavam outra direção. Tomou aquele rumo sem pensar duas vezes.

•••

— Chega... — Francisco implorou, encolhido ao chão, já com o corpo dolorido pelos chutes dele.

— Ah, agora é você que vai decidir o que eu devo fazer? — Riu, ajeitando os cabelos em seguida. — Você pediu por isso, tá todo cheio de gracinha, tem que baixar sua bola pra falar comigo, seu merda.

— Desculpa! — Vociferou. — Mas o que é que você acha que tá se passando na minha cabeça agora?! Não tá nada agradável estar aqui, então fala logo o que você quer de mim!

— Então você quer gritar comigo? — Perguntou, vendo-o se encolher, imaginando que seria atingido novamente.

— Foi mal... — Falou, abaixando o tom de voz, tremendo de ódio.

— Ah, aprendeu rápido... Melhor assim. — Riu em deboche. — Agora desembucha, me fala exatamente o que você e o Gregório tiveram, sem rodeios. E é melhor não mentir.

— A gente ficou junto por uns dias, só isso. — Protegeu o rosto ao vê-lo se aproximando, ainda com as mãos amarradas.

— Vocês foram na festa de aniversário da melhor amiga dele, não foi só um caso "Chico". Eu quero saber de tudo. — Abaixou-se na altura dele. — Vocês dormiram juntos?

Francisco engoliu em seco, encarando a expressão séria dele, com medo de apanhar mais caso ele pensasse que estaria mentindo. Assentiu timidamente com a cabeça, vendo os olhos do outro se enfurecerem.

— Eu sabia...

— Você sabe que ele não me ama, não sabe? Por que tá fazendo isso?

— Preste atenção no que eu vou te dizer, moleque. — Levantou-se, puxando-o consigo, vendo-o tentar se equilibrar com as pernas amarradas. — Eu quero te fazer um pedido muito especial... Eu posso ser bondoso quando eu quero, então isso aqui é um trato.

— Trato? — O rapaz quis saber, tentando não demonstrar nervosismo por estar tão próximo ao corpo dele.

— Gregório não é o meu maior fã nesse momento, o meu receio é que ele corra todo carente para o seu muquifo outra vez. Mas isso não vai acontecer, vai?

— Se o Greg vier correndo pra mim, pode ter certeza de que eu vou receber ele de braços abertos! — Exclamou, vendo a irritação na expressão do outro, recebendo um tapa em seguida.

— Parece que você se esquece rápido. — Otávio queixou-se, franzindo o cenho ao mesmo tempo que abria um sorriso sórdido. — Quem sabe um tempo com aqueles cãezinhos dóceis não te deixe na linha? Foi o Max quem os treinou e não foi para serem gentis com os invasores.

WorkaholicWhere stories live. Discover now