Capítulo 34 - Expressão.

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— Tá certo.

— Ah! E sobre o que você e a mamãe conversaram ontem, quando é que o pai volta? — O caçula indagou.

— Bom, ela está tentando acompanhar a agenda dele de longe, mas ela tem quase certeza de que ele vai voltar antes do previsto. — Respondeu. — Então ela está correndo contra o tempo para ir atrás de todos os fornecedores, ela mesma está organizando tudo.

— Daqui a pouco eu vou dar um pulo lá pra ajudar ela, então. — O irmão observou.

— Precisando de alguma coisa, me mensagem. — Gregório despediu-se dele com um beijo no rosto. — Eu já vou indo, Gui.

— Até mais tarde!

•••

Francisco guardava suas coisas após o final do expediente do pessoal, na realidade poderia ter ido embora há muito mais tempo, mas ficava sempre porque sabia que poderia ser recompensado por aquilo, nem que ao menos fosse uma pequena e privilegiada visão da saída do gerente mais irresistível que já havia conhecido.

Mas naquele dia em particular, o estagiário viu Gregório sair de seu escritório com uma expressão nada boa, caminhando em direção à sala de reuniões, parecendo estar com pressa. Resolveu então que não o esperaria, decidindo ir embora, pois em outro momento poderia perguntá-lo sobre o que tinha acontecido.

Olhou mais uma vez procurando-o, sabendo que ele não iria sair tão cedo, então assim pegou elevador, descendo até o térreo e indo para o ponto de ônibus. Aproveitaria que não teria aula naquele dia e iria à casa de sua mãe, já estava com saudade e sentia que precisava conversar com a Dona Vanderléa.

Até o horário de pegar a lotação, ficou em seu celular, vasculhando as redes sociais para passar o tempo. Conseguiu um lugar para sentar-se no ônibus e durante o caminho pensou se pareceria desesperado caso mandasse mensagem para Gregório perguntando o que tinha acontecido mais cedo.

Resolveu esperar, olhando para a janela, vendo todo o percurso, não levando muito tempo para que chegasse ao bairro de sua mãe. Desceu e caminhou por pouco tempo, indo em direção à casa que tanto queria ver.

— Mãe! Tô entrando! — Francisco avisou, abrindo a porta da sala.

O estagiário ouviu as conversas na cozinha e quem conversava com Vanderléa não era sua irmã, era uma voz masculina. Reconhecendo-a, continuou indo até lá, querendo se certificar de quem era.

— Eu vou indo, acho melhor voltar outra hora. — O estagiário observou Fabrício na mesa com ela.

— Por que, meu filho? — A mulher levantou-se, indo recebê-lo com um beijo no rosto. — Que bom te ver aqui!

— Você sabe muito bem o porquê, eu não quero brigar. — O estagiário falou, após cumprimentá-la.

— Eu também não quero. — Fabrício rebateu, ainda sentado.

— Cheguei! — A voz de Beatriz ecoou da sala.

Francisco deu as costas para a cozinha, indo abraçar a irmã no cômodo ao lado, a garota abriu um sorriso enorme ao vê-lo, agarrando-o com força em seus braços. O estagiário sussurrou que o irmão mais velho estava na cozinha e assim convenceu-a a irem conversar a sós.

A adolescente deixou sua mochila ao chão do seu quarto, puxando o irmão para sentar-se ao seu lado no colchão.

— O que foi, Chico? Por que essa cara? É só por que o Fabrício está aqui?

— E você ainda diz "só"?

— Eu entendo o seu lado, mas acho que você deveria dar uma segunda chance a ele... — Ela retirou os sapatos, em seguida cruzando as pernas sobre a cama.

WorkaholicWhere stories live. Discover now