Capítulo 27 - Versões.

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— Que susto! — Exclamou, vendo a colega de trabalho não conseguir conter a risada.

— Tá fazendo alguma coisa errada, Chico? — Olívia brincou. — Eu sei bem no que você está pensando...

— Você quer me matar do coração e sou eu que estou pensando em coisa errada? — Francisco riu.

— Eu vi você olhando para o bonitão. — Ela sussurrou, sentado na cadeira vazia ao lado dele.

— Bonitão? — Ele fingiu não saber do que se tratava.

— Não se faz de bobo, você sempre fica com esse olhar apaixonado olhando para ele. — Ela riu baixinho. — Eu só queria te contar uma novidade... Ele colocou no perfil dele que tá solteiro, não é por nada não, mas eu nunca vi esse homem se expor desse jeito. Nem mesmo quando estava namorando ele tinha colocado na internet, parece que ele está disposto mesmo a virar a página.

— Ah, legal...

— Só legal? É sua chance, querido!

— É que eu não estou interessado mais nele. — Mentiu para ela.

— Não importa o que você diga, seus olhos não mentem. — Ela lhe deu uma piscadela.

O que ela havia dito tinha deixado Francisco pensativo, mas não queria que ela reparasse nisso, então disfarçou, tentando reafirmar que realmente aquela notícia não faria diferença alguma na sua vida. Enquanto, na verdade, em seu interior pensava se ele teria atualizado a rede social por sua causa.

Após isso, abstraiu-se, aproveitando que a colega de trabalho estava ali, para que ela tirasse suas dúvidas em relação aos processos que estava cuidando, pensando que aquilo também seria útil para que ela se distraísse e tirasse aqueles pensamentos da cabeça, porque por mais que ela soubesse de seu almoço constrangedor com Gregório e da ameaça de Otávio, não queria estragar o que poderia vir a ser uma relação com o gerente.

A colega voltou para sua mesa, mas mesmo com a saída dela, não conseguiu deixar a preocupação de lado, nunca em sua vida passava despercebido, Francisco sempre achava algum modo de fazer com que todos lhe notassem, ainda que na maioria das vezes fosse de maneira involuntária.

Tinha medo de que sua relação com Gregório fosse da mesma maneira, pois se seu passado estava recheado de momentos vergonhosos e situações embaraçosas em seus antigos relacionamentos, seu receio de tudo virar um fiasco somente crescia.

Sua mente que antes borbulhava, agora havia totalmente se esvaziado de pensamentos, não conseguindo nem mesmo disfarçar sua expressão paralisada. Sua boca estava semiaberta, enquanto Gregório passava por ele, com a mesma pasta em mãos, parecendo estar voltando de alguma reunião, seu coração bateu mais forte ao receber um olhar dele e um sorriso discreto, como se fosse um sinal de que tudo estava bem e uma resposta de que não queria se afastar, pois a maior preocupação de Francisco era saber como continuariam, e se, continuariam juntos.

Com aquilo como deixa, pegou a carteira dele da sua mochila e colocando-a em seu bolso, levantou-se para ir atrás dele. Mal Gregório adentrou seu escritório, que bateu em seguida em sua porta, mordendo o lábio em receio enquanto esperava. Ouviu a voz dele permitindo que entrasse e assim girou a maçaneta, botando os pés na sala, encostando a porta.

— Licença. — Francisco caminhou até a mesa dele. — Desculpa te atrapalhar, só vim te entregar a sua carteira.

— Não precisa se desculpar, é sempre bom te ver. — Sorriu, fazendo as pernas do estagiário darem uma leve fraquejada — Se você quisesse que eu fosse buscar, também não teria problema algum.

WorkaholicWhere stories live. Discover now