Capítulo 23 - Noite.

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— Outro dia nós combinamos, ou assistam vocês dois e nos contem se a continuação valeu a pena. — Guilherme informou, beijando o rosto do irmão para despedir-se.

— Boa noite, gente. — Augusto também se despediu, indo para a entrada da casa. — Fran, abre o portão pra gente?

Francisco viu que Gregório permanecia sentado no sofá, ele tinha acenado para o casal e agora voltava a olhar para o próprio celular. O estagiário sentiu seu coração inquietar-se dentro do seu peito ao perceber que Greg não demonstrava que queria ir embora, então tentou se conter enquanto saía da sala e caminhava com os amigos à frente da casa, destrancando a grade e vendo os dois irem para a calçada.

— Amanhã vai lá em casa pra almoçar. — Augusto sugeriu, abraçando a cintura do namorado.

— Eu vou pousar no Guto, então vou estar aqui e vou querer saber de tudo depois. — Guilherme deu uma piscadela, se referindo ao seu irmão que ainda estava dentro da casa.

— Vocês não valem nada. — Francisco abriu um sorriso tímido.

— Vai, vai lá aproveitar o seu date, não esquece de agradecer a gente depois. — Augusto riu maliciosamente. — Até amanhã.

— Até!

Francisco viu o casal seguindo para a casa ao lado e assim fechou seu portão, voltando para dentro. Começando a sentir seu corpo todo estremecer, precisava tomar coragem para conversar com Gregório.

— Eu espero que você não queira ir só por eles terem ido. — Francisco sorriu envergonhado, se aproximando vagarosamente de onde ele estava.

— Não quero, a não ser que eu esteja atrapalhando. Se você quiser, eu vou embora. — O gerente afirmou, convicto.

— Não, por favor! — O estagiário colocou-se ao seu lado no sofá, dessa vez ficando mais próximo. — Eu gostei da sua visita... Não sabia que você vinha, fiquei feliz.

— No começo, eles tentaram não me dizer onde iam me levar, mas eu meio que adivinhei, já sabia qual era a deles quando o Gui ficou meio esquisito. — Gregório respondeu, intrigando-o.

— Como assim? — Francisco indagou, encarando-o com o cenho franzido.

— Eles deram umas desculpas esfarrapadas, coisas como eu ter que sair um pouco de casa ou sei lá. E eu só colaborei fingindo que acreditava. — Riu baixinho, surpreendendo o estagiário pela informação. — No fundo, as intenções deles também são as mesmas que as minhas.

Francisco demorou alguns segundos para internalizar aquela última frase, tentando não tirar conclusões precipitadas, reunindo coragem para perguntar:

— E quais são essas intenções?

— Me aproximar de você. — O gerente entregou.

— A-Ah, mas... — Francisco engoliu em seco, não queria perder aquela oportunidade, mas tinha medo de arruinar tudo. — Se aproximar de que forma?

— Eu disse pra você que a gente precisava conversar, não disse? Eu sei o que você sente e eu também sei que você é uma ótima pessoa, que sempre me anima quando está por perto e... — Gregório procurou as melhores palavras que conseguia para explicar o que precisava. — Então sobre qual maneira eu quero me aproximar de você, Francisco, ainda não é nada concreto, mas eu estou aqui. Disposto a qualquer uma delas.

As palavras de Gregório acertaram precisamente o peito do estagiário, que não pôde deixar de sorrir com aquilo, com o coração aos pulos, ainda esforçando-se para não demonstrar o seu nervosismo.

WorkaholicWhere stories live. Discover now