Capítulo 19 - Dor.

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— Eu vou... — Bocejou. — Mas preciso tomar um banho antes, que horas são?

— Meia-noite e quinze.

— Caramba, já?! E eu nem jantei...

— Você não tinha me dito antes de eu sair que você não tinha almoçado?

— Mas eu comi um lanche depois.

— Vou ter que dar uma de mãe pra ficar verificando se você tá comendo direito agora? — Guilherme brincou. — Já faz dias que você não anda comendo bem.

— Eu sei, é que eu tô atolado de coisa.

— Sei... — Desconfiou, sabendo que geralmente o próprio irmão procurava se ocupar para não pensar nos problemas pessoais. — Vê se não demora pra dormir, pelo menos.

— Eu só vou ver onde parei e aí eu vou.

— Nada disso, senhor Gregório, vem cá, se levanta. — Puxou-o pelo braço, forçando-o a sair da cadeira. — Vem, vamos comer alguma coisa.

— Mas já está tarde, se eu comer antes de dormir vou engordar.

— Não começa com essas coisas. — Reclamou. — Se você não fizer por bem, vai fazer por mal. Quer que eu dê comida na sua boca igual criança?

— Eu não sou tão teimoso assim. — Gregório riu com ele. — Não consigo ser o tipo de pessoa que recusa comida.

— Acho bom. — Guilherme riu, indo com o irmão até a cozinha.

Ambos pegaram tigelas com iogurte e granola, sentando juntos ao balcão, não demorando para iniciarem um novo assunto.

— E aí, foi legal no Augusto? — Gregório indagou, antes de dar a primeira colherada.

— Foi sim, a gente só jantou, mas eu achei incrível, já que ele cozinhou pra mim... E como eu não sou muito bom na cozinha, ele até me ensinou um pouco. — Riu envergonhado.

— Vocês são fofos demais. — Admirou-se. — Tenho inveja, sinceramente.

— Você sofre porque quer também, né?

— Não vamos falar sobre mim, é complicado, você já está cansado de saber.

— Sim, sei disso.

— Tem uma coisa que eu ando querendo te falar... — Guilherme iniciou.

— Vai falar sobre o meu namoro de novo?

— Não, não é isso. — Rebateu. — É que ultimamente eu sinto um pouco a falta de falar mais com você, nesses últimos dias você andou bem ocupado e a gente mal conversou.

— É verdade, me desculpa, Gui. — O irmão entristeceu-se.

— O que você acha de a gente sair um pouco? Faz tempo que não fazemos isso, só nós dois.

— Eu gosto da ideia, gosto mesmo. — Gregório concordou, sorrindo.

— O que acha de sair amanhã depois do seu expediente? — Guilherme animou-se. — Vai estar ocupado?

— Não, amanhã é um dia bom, é melhor do que no fim de semana, que acaba sendo puxado.

— Então tá, você pode deixar o carro em casa amanhã cedo que eu te dou uma carona pro trabalho, aí de tarde eu vou te buscar pra gente sair, pode ser?

— Acho ótimo.

— Só não vale falar pro Otávio, hein.

— Pode deixar. — Riu baixinho. — Eu poderia até contar se ele fosse comportado. Só que como sei bem que é capaz de ele aparecer de surpresa, melhor deixar quieto.

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