Capítulo 18 - Saída.

Začať od začiatku
                                    

Enquanto o estagiário começava seu expediente, Gregório se perguntava do porquê de estar olhando novamente pela persiana, assustado por quase ser pego. Refletindo novamente sobre seu trabalho e quais eram as suas prioridades, pois não entendia por que não conseguia mais focar-se.

Seu celular vibrou em seu bolso, fazendo-o pensar que era uma simples mensagem, mas quando percebeu que os toques não paravam, viu que era uma ligação do namorado, onde então atendeu-o:

— Alô?

— Que bom que você atendeu, eu precisava falar com você. — Otávio falou, do outro lado da linha.

— Mas tem que ser agora? — Gregório indagou.

— Claro que tem, você não fala direito comigo desde ontem e quer que eu fique tranquilo? — O namorado disparou. — Por que você foi dormir sem me ligar? Eu estou preocupado e nem ler minhas mensagens você leu.

— É que eu não estou com cabeça pra isso, você sabe que eu estou atolado de coisa essa semana.

— Você diz "pra isso" para o nosso relacionamento, é o que eu entendi, Gregório?

— Olha, você não começa com as suas arrogâncias para o meu lado que a razão de eu estar de saco cheio é você mesmo.

— Como é que é? — Otávio mudou o tom de voz, irritando-se.

— Eu ia falar com você mais tarde, mas já que não me dá escolha, eu tenho que te perguntar... Qual é a finalidade de você ficar ligando para o meu irmão? Hein?!

— O que é que ele te disse?

— Não se faça de idiota! — O gerente exaltou-se, tentando controlar a voz, para não ser ouvido do lado de fora de sua sala. — Eu sei que você anda o usando para saber de coisas sobre mim!

— Esse garoto enlouqueceu, ele inventou tudo isso pra quê?

— Agora o meu irmão é o mentiroso, Otávio? — Gregório sentiu uma veia pulsar em sua testa. — Você já sabe o quanto eu estou estressado com o trabalho e ainda tenho que aturar essas suas crises babacas de ciúme, agora chamar o meu irmão de louco e ainda querer tirar satisfações enquanto eu estou trabalhando é golpe baixo demais até mesmo para você!

— Como assim "até mesmo para mim"? Que tipo de pessoa você acha que eu sou, hein? Eu não acredito que isso saiu da sua boca!

— Eu que não acredito o idiota que eu estou sendo... — Segurou a raiva e uma possível lágrima, sentindo um embrulho na boca do estômago. — Otávio, me faz um favor e vê se some.

— O que você está dizen...

Gregório interrompeu a ligação, não aguentando mais ouvir a voz cínica dele, normalmente o estresse não lhe dominava daquela maneira, mas só pensava em fugir naquele momento, queria abandonar tudo: o trabalho, o relacionamento e deixar de lado todas as preocupações.

Desligou o celular e jogou-o na mesa. Ainda sentia ânsia quando impulsivamente saiu pela sua porta, caminhando rapidamente pelo corredor, com receio de ser interrompido por algum funcionário. Não teria cabeça para agir como o gerente naquele momento, na realidade, queria abandonar até mesmo sua identidade e fugir.

Porém, o mais longe possível naquele instante, era o banheiro no qual havia acabado de entrar, onde correu para a pia e observou-se no espelho. Tratou de lavar o rosto para ver se a vermelhidão nele presente o abandonava, porém, mesmo jogando água por toda sua face, percebia que sua pele ainda estava quente.

Enxugou-se com as folhas para as mãos, que eram um tanto quanto ásperas para o rosto, mas já lhe auxiliava. Respirou fundo e em seguida ouviu um ruído na porta, sabia que ali não ficaria sozinho, mas não imaginou que naquele horário poderia ser perturbado.

WorkaholicWhere stories live. Discover now