P.O.V Draco Malfoy
Eu e a Noora cobríamos nossos corpos com o meu lençol macio prateado, enquanto encarávamos as três figuras surpresas a nossa frente.
Astoria e Pansy nos olhavam assustadas, enquanto Blasio fazia uma cara esquisita atrás delas. Assim que meu olhar se volta para a garota-fantasma, vejo a decepção estampada nos olhos dela, e eu só rezo para que essa maldita não abra a boca.
A Noora estava bem comigo, não queria que ela ficasse chateada novamente.
Largo o lençol indo em direção à porta, não é nada que eles já não tenham visto. A Pansy e o Blasio fazem um som de indignação colocando a mão nos olhos enquanto a Astoria permanece calada com os olhos marejados.
- Com licença. - fecho a porta com força, a Noora ainda estava sem reação alguma, apenas apertava o lençol contra o próprio corpo.
A abraço por trás depositando um beijo no seu pescoço e colocando o lençol de volta na cama.
- Onde paramos, hm?
- Draco, acabou o clima. - ela se afasta, suspiro pesaroso. Enquanto a vejo amarrando novamente o vestido verde em seu corpo.
Coloco uma calça de moletom e uma camisa qualquer.
- Eu levo você até a torre da grifinoria. - ela assente me dando um selinho e amarrando seus sapatos.
No sofá, a Astoria ainda estava com sua cara um pouco assustada, e a Pansy e o Blasio nos encarava de forma incômoda.
Paro os fitando questionador.
- O que querem falar? - pergunto e Blasio parece incomodado demais para falar qualquer coisa, já a Pansy encarava os seios da Noora de maneira quase que invasiva. - Garota? O que você tá olhando? - ponho as mãos na frente, bloqueando a vista.
- Tá doendo? - ela pergunta e a Noora nega com a cabeça constrangida, Blasio a cutuca confuso. - A garota está cheia de marcas. - Diz não sendo nada discreta.
Astoria ainda estava com os olhos arregalados para nós e com a pouca expressão que seu rosto fúnebre conseguia ter.
- Você viu chegou a ver alguma coisa? - Blasio pergunta a Pansy que assente olhando para a Noora novamente.
- Mais do que eu gostaria, inclusive. - responde triste.
- Eu não acredito, a única coisa que eu consegui ver foi a grande bunda do Draco. - ele protesta. - A propósito, cara, você nunca toma sol?
- Eu disse que eu achava que ele era albino. - Pansy acrescenta dando de ombros e o idiota do Blasio parece se recordar.
Os olhos de Astoria ainda estavam fixos na Noora, que estava com a atenção completa nos dois idiotas discutindo a respeito do meu corpo faltar alguma vitamina. Astoria me olha brava e quando ia abrir a boca para falar algo, a Noora fala algo fazendo todos da sala se calarem.
- Amor, estou ficando constrangida. - meu corpo parece se derreter em êxtase ao escuta-la falando assim. Eu só queria beija-la inteira naquele momento.
Astoria a encarava abalada enquanto Pansy negava com a cabeça me reprovando.
- Você é um idiota, Malfoy. - A Astoria fala antes que eu possa arrastar a Noora dali. - Me beija e horas depois está com ela?
Os olhos da Noora intercalam entre mim e a Astoria. Ela tentava processar o que havia acontecido.
- Draco, eu não consigo entender, me disse que você e a Astoria não tinham nada, disse que ela nem se importava com você, falou que nunca encostou nela. - me olhava perdida, foi como um soco no estômago.
- O quê? Eu não beijei você, sua cobra! - Vocifero querendo arrancar a cabeça daquela mentirosa.
- Vai dizer que não nos beijamos horas atrás no seu quarto? - Astoria me desafia.
- Sim, mas não foi do jeito que está pensando, Noora. - seguro o braço dela antes que ela vá embora e nem me dê a chance de explicar. - Ela me beijou! - tento me explicar.
- Tá aí uma coisa que todo homem diz e mulher nenhuma acredita. - Blasio diz brincalhão e eu posso me imaginar matando ele ali mesmo.
- Por favor, me escuta. - peço para ela a impedindo de se mexer, um tapa atinge o meu rosto, me fazendo segurar as suas duas mãos. - Primeiro você me escuta. - tento manter a calma.
- Eu já escutei o suficiente. - ela esbraveja correndo de mim.
Não. Não. Não.
Antes que ela possa sair, a agarro pelas costas e após muitos chutes e tapas, a consegui colocar para dentro do meu dormitório, o trancando logo em seguida.
- Você me bate depois que me escutar. - aviso a colocando na cama. Passando a mão na perna machucada. - você é violenta demais, acho que não vou conseguir jogar amanhã.
- Voltei aqui para você se explicar ou para você se consultar comigo? - me dá um fora.
- Eu não a beijei, pelo menos não de início. - explico e ela me interrompe.
- É essa a sua defesa? - ela se levanta e eu a empurro novamente na cama.
- Da pra você não me interromper? - peço e ela arregala os olhos.
- Está abusando da minha boa vontade.
- Boa vontade? Eu arrastei você até aqui e você me chutou inteiro, não teve boa vontade alguma.
- Malfoy, eu te dou 10 segundos. - ela ordena me fazendo arrepiar, seus olhos me confrontavam e eram semelhantes aos de uma cobra.
- E-eu...
- Acabou o seu tempo. - ela se levanta novamente me fazendo ficar na frente da porta.
- Eu juro que não a beijei, ela me beijou. - Digo olhando nos seus olhos. - Eu estava aqui, tinha acabado de tomar banho e estava deitado na cama, ela entrou no meu quarto e me beijou. - procuro em algum lugar no rosto bravo um indício de que acredita em mim.
Ela solta a maçaneta, posso respirar de alívio.
- Por que está se explicando para mim? - seguro os cotovelos dela. - só uma noite, esqueceu?
Sorrio a abraçando pela cintura.
- Eu queria tanto que pudéssemos ficar juntos. - ela me olha sorrindo.
- Mas podemos.
Nego com a cabeça, é claro que não podemos, se pudéssemos, eu iria estar beijando-a até durante a aula do Snape.
- Eu adoraria, Noora, mas infelizmente não é possível.
- Claro que é, se fizéssemos escondido. - ela me beija e eu tento manter a concentração. - Só precisa me dizer o motivo. - nego com a cabeça a afastando.
- Isso eu não posso, Noora, não... - ela senta no meu colo me fazendo perder a fala. Ela deve ser algum tipo de anjo ou coisa assim.
- Eu juro que não vai fazer mal, você não confia em mim? - ela me olha triste brincando com a gola da minha camisa. - sabe que pode me contar qualquer coisa, não sabe? - sussurra enquanto beija o meu pescoço.
- A minha família descobriu o meu ponto fraco, bom, não só ela, como o lorde das trevas também, maldita Bellatrix. Ele consegue se comunicar conosco por meio da marca, e toda hora me mandar matar o cara, se eu não fizer, você vai morrer. - digo antes que eu possa controlar a minha língua.
- Tem mais algum outro comensal aqui em Hogwarts pra te ajudar a fazer isso? - sua voz me faz ficar mais fraco ainda. Assinto.
- O Snape está aqui o tempo todo. - gemo quando ela morde a minha orelha. - Tem também a única forma de invadir hogwarts, um armário sumidouro.
- O que? - ela responde assustada parando de me beijar.
- É isso. - digo baixo a puxando para o meu colo novamente, não conseguia raciocinar mais com ela me beijando daquela maneira. - Acha que pode ser minha? - pergunto passando a língua pelo seu maxilar.
- Não. - se levanta me fazendo cair a ficha, ela acabou de me enrolar? - eu disse que só era sua se me implorasse, não disse? - assim que ela põe a mão na maçaneta, corro em seu encontro.
Sabe a parte do anjo? Eu retiro o que disse, ela era um demônio. O mais tentador que existe.
- Quer, que eu implore? Eu imploro. - digo a colocando contra a porta. - Por favor, seja minha.
Um sorriso brinca nos lábios avermelhados.
- Não assim, vai ter que me implorar de joelhos. - o meu orgulho infla como uma bola.
Eu não vou ficar de joelhos para ninguém, esse é o ápice da humilhação.
- isso não vai acontecer.
- Então isso... - aponta para nós dois. - não vai acontecer.