A Domina e o Centurião - COMP...

By luclycan

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Na sociedade romana, a cultura de gladiadores chegou em outro patamar. Todo mundo agora patrocina um gladiado... More

Capítulo 1 - Parte 1
Capítulo 1 - Parte 2
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39

Capítulo 25

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By luclycan

   Camila saiu do quarto sem nem mesmo olhar para o Marcus, que a aguardava na varanda.Desceu as escadas e soube que ele a seguia porque ouviu os passos pesados nosdegraus de madeira.

   Estava frio e escuro, sendo impossível ver agora a orla de Nápoles. A ausência do barulho das gaivotas proporcionou um silencio quebrado apenas pela movimentação das águas.

   Prometera a si mesma que apagaria da mente o que tinha ocorrido. Precisava esquecer que ele estava a alguns metros. Ao seu alcance.

   Foi um erro traze-lo nesse cruzeiro. Foi um erro querer apenas se divertir com ele.

   Assim que pudesse, lhe daria a liberdade, quebraria o cristal. Ele não estaria mais influenciado pela submissão, não se importaria mais tanto com ela, estaria livre para viver a sua vida e ela começaria a dela, ao lado do Tibérius. Porém, não conseguia aceitar de uma vez o pedido de casamento.

   Depois de contornar o navio, começaram a aproximar-se de um burburinho de conversas. Vários nobres passavam pela entrada em arco que dava ao interior do cruzeiro.

   Notou o Tiberius em pé, próximo a mesma mesa que eles estavam quando chegaram. Ao lado dele, encontrava-se o gladiador negro, com um olho inchado.

   — Finalmente! — saudou o Tibérius, demonstrando felicidade — Achei que tinha resolvido dormir cedo.

   — Não hoje! — ela forçou um sorriso — Então, vamos ver o que tem lá dentro?

   — Vamos! — ele deu o braço para ela e foi inevitável pensar no Marcus atrás olhando. Seguiram em frente.

   — Olha quem eu vejo aqui! — a voz rachada do Vettius os encontrou de repente. Tiberius pareceu tomar um susto.

   Ele apareceu do lado da Camila, com a alegria própria de quem bebera mais do que deveria.

   — Fico muito feliz em ve-los! — disse o Vettius, embolando algumas silabas.

   — Fica? — perguntou o Tiberius.

   O Vettius passou o braço atrás do pescoço dele, num abraço desajeitado — Sua felicidade é a minha, meu amigo. — depois disso aproximou a cabeça ao ouvido do Tiberius, e falhou em falar algo baixo — Vai com tudo, já estou em outra.

   Tibérius deu uma risada sem graça, olhando de soslaio pra Camila.

   — Meu pai esta lá dentro num camarote, querem sentar conosco?

   A ponta da língua dela já estava no céu da boca, pronta para o "não", mas Tiberius aceitou o convite antes dela responder.

   — Claro, será um prazer, meu amigo.

   Ela olhou feio pra ele e ele murmurou.

   — Depois a gente foge!

   Respirou fundo e cruzou a entrada para o interior da embarcação.

   Um incomodo remexia dentro do seu peito, um desconforto de quando sabia-se que estava fazendo algo errado, mas continuava fazendo assim mesmo.

   O corredor deu numa escada de ângulo alto, de modo que quando terminou de subir, Camila estava arfando de cansaço.

   A despeito do frio do lado de fora, o calor da área interna a cobriu como uma manta grossa, estava agradável. O local consistia numa arquibancada de frente para um campo retangular coberto por areia e uma torre pontiaguda marcando o centro.

   Havia quatro espaços de luxo acima das arquibancadas e Vettius os conduziu para um deles, que ficava mais para o meio. Subir com o vestido fora um desafio. Tibérius segurou sua mão e foi na frente para ajuda-la.

   Sentia mais segurança com a presença do Marcus atrás, sabia que caso caísse, ele estaria ali para apara-la.

   O solitário General Solonius levantou-se quando eles chegaram. Havia oito cadeiras estofadas no espaço especial. Dali dava pra ver toda a extensão da arena de corrida.

   — Tibérius, senhorita Camila — saudou o General. A fala amistosa não acompanhava seu olhar de reprovação. Será que ele ainda queria casa-la com o Vettius? — Fico feliz que se juntaram a gente para apreciar o evento.

   — Nós que agradecemos, General — respondeu Tiberius e Camila sorriu pouco a vontade. Esse homem por algum motivo lhe dava calafrios. Sentia que passavam apenas pensamentos maldosos atrás daqueles olhos velhos.

   Vettius sentou ao lado do pai, em seguida, o Tiberus e depois a Camila.

   — Marcus — falou o General — Sente-se também! — O convite não foi extendido ao escravo negro.

   — Obrigado General, ficarei em pé cumprindo a minha posição.

   — Como quiser — respondeu o General, com uma feição de desagrado. Poucas pessoas negavam qualquer coisa ao velho. Marcus o fez mesmo na condição de um escravo.

   Uma empregada passou servindo vinho em taças de ferro. O objeto tinha símbolos de arabestos e figuras de cavalos em autorelevo por toda a extensão. O General pegou uma com indiferença, Vettius pegou uma com reverência e Tiberius negou.

   — Ah não, você vai beber sim! — disse o Vettius — Você fica muito mais legal bêbado!

   O filho do General pegou mais uma e entregou na mão do Tibérius.

   — Já bebi bastante, quero dar um tempo.

   Mas por fim, o filho do Edil acabou cedendo e começou a beber junto com Vettius.

   Camila se lembrou do que o Vettius dissera em sua festa, há alguns meses. Que o Tiberius ficava diferente quando bebia, até mesmo violento. Ligou isso ao que aconteceu com o escravo negro e ficou preocupada.

   A corrida de bigas começou. Já tinha visto essa atração algumas vezes com os pais. Era uma miniatura do que acontecia na arena da cidade.

   Aqui as bigas eram puxadas por apenas um cavalo, diferente da arena da cidade que eram puxados por dois ou quatro. As voltas eram bem mais curtas e as bigas menores. Contudo, o fato dela ocorrer em alto mar tornava tudo sensacional.

   Vinhos eram servidos periodicamente e Vettius não permitia que o Tiberius recusasse. Chegou um momento que ele já não resistia e esbaldava-se por conta própria. Resolveu tentar tira-lo dali.

   — Está na hora daquela fugida! — murmurou a Camila e Tiberius assentiu com os olhos pequenos e cabeça pendendo.

   — Amigos, iremos tomar um ar livre!

   Vettius tentou protestar algo, mas perdera essa capacidade há duas taças.

   Do lado de fora batia um vento gelado, que fazia seu nariz parecer puro gelo.

   — Esta frio não é mesmo? — comentou a Camila, abraçando a si mesma, enquanto caminhavam na lateral do navio. Seguidos pelos dois gladiadores patrocinados.

   — Eu não sinto nada! — respondeu o Tibérius, concentrando-se a cada passo.

   Periodicamente o vento levava borrifos molhados para o rosto da Camila, e ela estremecia de frio.

   Eles andaram até a extremidade norte do cruzeiro e ficaram apreciando o mar escuro na proa, na praça frontal.

   De repente um golfinho deu um salto, tinha certeza que o Tiberius não tinha visto nada, então, nem comentou.

   — Sei que eu estou mais bêbado do que deveria, mas preciso te dizer o quanto estou feliz por você estar aqui comigo.

   Ela olhou para o rosto dele e deu um sorriso.

   — Também estou feliz.

   Tiberius aproximou-se e colocou a mão em seu braço.

   — Como você está gelada! — ele a abraçou, e ela deixou ser abraçada. Em seguida, Tiberius a olhou em seus olhos e afastou os cabelos molhados da bochecha. Camila conseguiu ver de soslaio o Marcus virar o rosto.

   — Você é muito linda!
   O rosto dele avançou devagar em sua direção. Quando estava a alguns centímetros, Camila pensou em virar o rosto. Mas resolveu ir até o fim. Foram dois anos esperando por isso.

   O Marcus teria a vida dele de volta e ela teria a dela.

   O momento era perfeito. O navio balançava na medida certa, de vez enquanto gotículas de agua refrescantes caiam sobre eles. As últimas tochas teimavam acesas e geravam uma meia luz conveniente. Estava num cruzeiro luxuoso e construído para um imperador. Um momento que ela lembraria e rememoraria para sempre.

   Os lábios se encontram, o beijo ocorreu devagar e ela não sentiu nada. Colocou ambas as mãos no rosto dele e insistiu.

   Como se sugasse uma fruta insossa na esperança de encontrar doce no fundo. Encontrar o sentimento que remetia a Camila adolescente e apaixonada.

   Nada. Ela tirou os lábios, mas ele avançou com fome. A encostou numa torre de madeira e tentou levantar o vestido enquanto a beijava cheio de desejo.

   Ela tentou empurra-lo, mas ele nem se mexia.

   Marcus deu alguns passos a frente e ela fez um gesto para ele não interferir. Sabia que se ele fizesse algo, aquilo não acabaria bem.

   — Para — disse a Camila. Tiberius a ignorou, sua mão já chegava a sua coxa.

   — Chega! ela o empurrou com toda a força que tinha e Tiberius parou.

   Os olhos do filho do Edil abriram incrédulos. Parecia que a frustração havia revitalizado um pouco a bebedeira. Camila olhou involuntariamente para o Marcus e Tiberius percebeu.

   Devia ter achado que a recusa tivesse a ver com vergonha pela presença dos escravos.

   — Portus, vá para o aposento dos escravos. Vá com ele, Marcus. — ordenou o filho do Edil.

   — Sim, dominus — respondeu o negro, que virou e foi embora, Marcus ficou parado.

   — Marcus, você também!

   O gladiador o encarou e não moveu um músculo. Tibérius avançou em direção ao Centurião com o rosto transfigurado em raiva.

   — Você está surdo, escravo?

   — Não sou seu escravo, garoto!

   A resposta deve ter soado com uma impertinência absurda ao Tiberius, pois ele fechou o punho e lançou um soco.

   Marcus interceptou como se apanhasse uma bola lenta. Tiberius ia tentar outro golpe, antes disso, foi levado ao ar com uma rasteira do Centurião.

   A cabeça dele bateu no piso de tabuas e fez um som oco.

   Depois de um instante, ele levantou-se quase gritando, com um filete de sangue escorrendo num inchaço no canto da testa.

   — Você vai ser crucificado por isso!

   — Então vou fazer por merecer! — Marcus foi pra cima do Tibérius. Camila viu algo assustador no rosto dele, um olhar assassino. Tiberius também notou, pois perdeu o ímpeto diante do Centurião.

   Tiberius plhou para a lateral do navio, provavelmente para ver se o seu patrocinado estava muito longe. Estava.

   — Pare! — o cristal brilhou, o comando foi lançado pela Camila. Ele virou para ela, com um olhar de traído — Vá para o aposento dos escravos, agora! — o gladiador virou e foi embora, com passos quase arrastados.

===

   Começou a chover fino e os passos do Marcus eram curtos. Uma força mística o impedia de voltar. Dar uma lição no merda que tentou toma-la a força.

   Há um tempo acreditava que o cristal fosse desnecessário. Ele faria qualquer coisa que ela pedisse. Encontrou uma exceção.

   Se não fosse o comando estaria esmurrando-o agora, mesmo que ela pedisse para não fazer. Seus músculos pulsavam de raiva e as gotas pareciam evaporar em sua pele fervendo em fúria.

   Estava quase na extremidade do navio, onde encontrava-se o dormitório dos escravos. A chuva estourou poderosa.

   — Não nasci para me submeter a ninguém! — disse Marcus, para si mesmo. Tirou a camisa e sacou a sua espada. Cortaria essa marca e tiraria esse grilhão do seu corpo.

   Quando fizesse isso, esperava não mais se importar tanto com ela. Esperava retornar a sua trilha para se tornar o guerreiro impiedoso que estava destinado a ser.

   Colocou a lamina afiada contra a pele e iniciou o movimento para cortar a própria carne.

   — Marcus — ouviu a voz dela chamando bem ao longe. Ecoava em sua imaginação e fazia seu peito doer como se alguém estivesse fazendo alguma pressão contra ele.

   — Marcus! — Ele virou e não era a imaginação. Ela vinha correndo, pequena ao longe, quase imperceptível por causa da chuva.

===

   Os pulmões da Camila já ardiam, mas ela continuou correndo. A chuva criava poças que deixava cada passada mais difícil. Ela caiu e espatifou-se num pequeno lago. Queria encontra-lo. Precisava. Mas não tinha mais forças para gritar.

   Apoiou-se nas duas mãos no chão. O cabelo emplastrado de água pendia pesado. O semblante de dor e decepção no rosto dele não saia da sua mente e a deixava com falta de ar.

   — Camila! — Marcus surgiu no meio da chuva que já era uma tempestade. Ele pôs sua camisa sobre as costas dela e a abraçou de forma protetiva. Seu corpo era quente.

   Um raio tenebroso passou riscando o céu e um trovão quase imediado explodiu barulhento. Estremeceu em calafrios.

   O momento era inoportuno. A agua mal permitia que ela ficasse com os olhos abertos. Tudo balançava e tinha que apoiar-se nele para não cair. O vento trazia chicotes de agua doloridos, e ela estava com medo do mar revolto.

   Mas, ainda assim, o beijou, e foi perfeito.

   Foi como estar afundada em trevas e perceber a escuridão granular ao redor com a chegada dos raios solares. Não hesitaria mais. Não tinha mais duvidas, precisava encarar o medo e lidar com as consequências.

   Ficaram se beijando suavemente por alguns minutos. Ele parou, e apenas então, ela notou que o mundo externo ainda desabava em fúria.

   — Vou te levar ao seu quarto!

   — Você vai vir comigo para o nosso quarto!

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