Capítulo 8

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   Marcus estava no corredor interno na arena de Nápoles, com a cabeça voltada para janelas em formatos de losangos, da onde via as lutas.

   — Vejam e abracem o futuro de vocês! Se forem bons guerreiros na arena, farão fortuna e um dia poderão comprar a própria liberdade — disse o traficante barrigudo, que também olhava para os combates.

   — Ou virar comida de jacaré, depois de morrerem! — disse o outro traficante ao lado, que fazia papel de segurança. Recebeu um tapa do barrigudo no ombro.

   Marcus achou as primeiras lutas monótonas. Poderia enfrentar os quatro gladiadores iniciais juntos e sair sem se machucar.

   A luta principal chamara a sua atenção. Já tinha ouvido falar desse Degolador em suas andanças. Era um gladiador livre, que periodicamente deixava a sua cidade natal para enfrentar os melhores de outro lugar.

   O que ficou nítido era que ele tinha um legado de um deus pagão. Ao longo de toda a luta, Marcus se fascinou com a técnica e brutalidade de ambos os guerreiros. Lembrou imediatamente do Spartacus.

   O único que vira se tornar um berserker de Marte.

   O Degolador, sem duvidas, era um desafio a sua altura. Marte lhe concederia o seu legado se o vencesse. Com certeza que sim.

   Talvez, sua presença ali não fosse uma tragédia, ou um acaso. Talvez, Marte estivesse mostrando o caminho para o Marcus ascender.

   Assim, como Spartacus fizera um dia nessas arenas de gladiadores. Faria como o mercador falou, abraçaria o seu destino e faria história.

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   Camila teve que esperar um pouco para recuperar o folego. A arena estava esvaziando e ela ainda absorvia o que tinha visto.

   Talvez, o problema estivesse consigo mesma, pois todos reagiam com naturalidade. Talvez, esse tipo de evento não fosse mesmo para mulheres.

   Saiu da plataforma e chegou num corredor oval, por onde saiam os nobres. Todos debatiam animados. Resolveu ir embora. Desistiu de tentar entender o motivo dessas lutas serem tão populares.

   E não sabia o que pensar sobre a Lucille e o Tibérius. Pode ser que com as emoções a flor da pele, tenha interpretado errado. Ele perdeu um gladiador pessoal e apenas fora consolado por um ombro amigo.

   Sentiu uma tênue dor de cabeça e não queria pensar mais sobre isso. No entanto, todos que estavam na plataforma principal vinham em sua direção.

   — Minha filha! — Lucios abriu um sorriso e a chamou. — Venha cumprimentar o bom Edil e o seu filho.

   — Bom Edil, Tibérius. — fez uma leve mesura e se esforçou para colocar um sorriso no rosto, a voz saiu quase sem inflexão.

   — Menina Camila — o Edil franziu o cenho — Está pálida, sente-se bem?

   — Tive uma pequena indisposição. Já melhorei.

   — As mulheres demoram a acostumar-se com esse tipo de recreação.

   Já estava cansada de ouvir aquilo.

   — Se é que pode chamar isso de recreação. — Camila se arrependeu logo após a resposta.

   — Por quê? Não gostou das lutas? — perguntou o Edil, como se isso fosse à coisa mais absurda que já tinha ouvido.

   — Gostei — mentiu — Só achei uma pena à queda do Golias — virou para o Tibérius que não parecia tão abalado.

   — Foi uma pena, realmente. — falou o Tibérius, com naturalidade.

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