Capítulo 32

12 2 0
                                    

   Até mesmo o pagão ficou olhando assustado para o Marcus

   Já sentira essa sensação antes. A raiva se avolumava e escapava quente através da sua pele. Não estava mais hesitando, não estava mais com cautela, queria guerra, sem pensar nas consequências.

   O legado do Marte proporcionava o rompimento dos limites humanos da dor e do cansaço. Todas as feridas do não mais o incomodavam mais. Todo o cansaço se dissipara como uma nuvem sobre um sol furioso.

   Ser um Beserker significava parar apenas quando o inimigo não mais respirasse, mesmo que seu corpo estivesse em frangalhos.

   O pagão respondeu fúria com fúria e foi pra cima do Centurião rugindo.

   A luta recomeçou quando as quatro armas se encontraram repetidamente, lançando barulhos metálicos pela arena. Marcus não sentia mais a pressão dos golpes do monstro em seu pulso.

   Acertou um golpe no abdômen do pagão, deixando uma fissura ali, a espada do degolador resvalou em seu braço direito. Sentiu o sangue escorrer. Sem dor.

   O Degolador girou a espada direita diagonalmente. Esticou demais o braço. Marcus bloqueou o golpe com a lança e posicionou o gládio direito atrás do braço do gaulês e puxou. Tudo numa fração de segundo.

   Sentiu a lamina chegar no osso do monstro, que gritou.

   O pagão era um demônio. Mesmo com um braço pendendo, lançou um ataque desesperado com a outra espada. Marcus inclinou o corpo pra trás e sentiu o vento da arma passar a centímetros do rosto.

   Em seguida, cravou o gladio direito fundo na lateral do abdômen do monstro. O pagão urrou alto. O sangue melou a empunhadura do gládio, em seguida, sua mão.

   O Degolador lhe acertou um golpe com a coronha da espada esquerda e o fez dar uns passos atrás.

   O gládio do Marcos ficou preso dentro dele, que o puxou para fora como se tivesse sido pintado de vermelho.

   Marcus, que agora estava apenas com a lança, se agachou e pegou uma lasca grande do escudo do Nicolas, no formato de uma estaca.

   O monstro berrou enraivecido e foi pra cima do Centurião. Um rio de sangue descia da barriga e escorria pelas pernas. Sem contar o braço direito pendurado e inútil.

   Veio com um ataque com a esquerda mirando a cabeça do Marcus, que bloqueou com força usando a lança. O Degolador tentou dar outro ataque com a mesma espada e Marcus teve tempo de esquivar com facilidade.

   Logo depois, o Centurião avançou a fim de afundar a estaca no peito do pagão, no coração, parou a um palmo.

   O que estava fazendo? Cravar essa estaca significava o mesmo que matar a Camila.

   Deu um passo pra trás e o público reclamou em coro. Olhou para o Nicolas, o movimentar do peito dele significava vida. Não sabia por quanto tempo.

   Ficou ofegando, enquanto afastava a adrenalina de Marte que o impelia a continuar. Caiu de joelhos e fincou as armas na areia.

   Olhou para o tablado principal e viu o General aplaudindo.

   O Degolador se aproximou, trazendo uma sombra de morte. O público rugiu irritado. Pareciam perceber que ele perdia de propósito e queriam que ele fosse punido por isso.

   Há um segundo o exaltavam como um deus, agora ansiavam que ele tivesse a morte mais brutal possível.

   O editor colocou o polegar no meio e Marcus olhou mais uma vez ao tablado. Viu uma mulher com o vestido branco brilhante flamulando ao vento. Minerva viera ver a sua despedida?

A Domina e o Centurião - COMPLETOWhere stories live. Discover now