Capítulo 18

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   Apesar de não haver sangue, Marcus estava com uma dor aguda na barriga e no braço queimado.

   Seus danos não eram sérios. Já lutara muito nessa vida para entender a diferença do que era ou não grave.

   Mas o que o incomodava era a clemência que recebeu do seu oponente. Sabia que se tivesse a oportunidade o mataria sem pestanejar.

   Ofegando, olhou ao redor. Os convidados estavam agitados. Imaginou se o Flamma estaria irritado pela derrota injusta.

   Se fosse num campo de batalha, Marcus estaria morto agora.

   Olhou para ele e o homem ofegava e sorria de forma contemplativa. Como se houvesse encontrado um companheiro de dança a altura.

   A mesma escrava que o ajudou após o banho, foi até ele com uma flanela úmida, e limpou suas feridas. O Centurião fez uma careta. As queimaduras latejavam intensamente, e ainda tinha o corte atrás do ombro que também necessitava de cuidados.

   Ela passou um unguento verde por cima dos seus ferimentos e o alivio gelado foi imediato.

   — Obrigado. — murmurou para a jovem, que respondeu com um sorriso.

   Vários romanos invadiram a arena improvisada e saudaram o Marcus. Alguns lhe ofereceram vinho e comida, como oferendas a uma entidade que acabava de nascer diante dos seus olhos.

   Camila apareceu e o chamou para acompanha-la pela festa.

   — Tenho boas notícias, campeão! — ela virou o rosto rapidamente para ele, com um entusiasmo adorável, Marcus sentiu vontade de toca-la.

   O perfume dela invadiu suas narinas e ele não conseguia tirar os olhos de suas costas nuas.

   — Conversei com o General e ele esta inconformado com a sua situação, disse que quer ajudar.

   — Obrigado por cumprir a sua palavra, minha domina. — acrescentou a última palavra como uma provocação.

   Ela virou abruptamente e ele parou a centímetros dela.

   — Não precisa me chamar dessa forma — disse a Camila, num murmúrio pausado, aquilo pareceu ter despertado lembranças nela — O General pediu para trocar algumas palavras a sós com você.

   — Não é com ele que eu gostaria de ficar sozinho.

   A filha do lanista corou, e Marcus umedeceu os lábios inferiores uma vez que tinha uma sede bem especifica.

   — Depois que virou campeão ficou convencido?

   — Sou apenas um servo querendo agradar a sua dona.

   Camila abriu a boca e por fim deu um sorriso — Vou levar você até ele.

   Ela o levou direto ao General, do outro lado da festa. O velho lobo estava sentado numa mesa, sugando um fumo e jogando uma coluna de fumaça para o alto.

   O General apesar da idade, tinha ombros largos e aspecto forte. Em sua cabeça, ocorria um combate entre cabelos cinzas e brancos, pela definição de grisalho.

   — Obrigado, senhorita Camila — disse o General. Camila assentiu e se afastou para o interior da festa — Não vai saudar um superior, soldado?

   Marcus ergueu a cabeça e levantou o braço realizando uma continência militar. Entendeu aquilo como um reconhecimento e ficou animado.

   — Grande luta, Centurião. Apesar de ser dolorido lhe ver como um escravo, essa apresentação apenas demonstrou sua competência em qualquer função que esteja exercendo.

A Domina e o Centurião - COMPLETOWhere stories live. Discover now