Deixando o escritório do pai para trás, Camila foi em direção ao ludus. Aprendeu a apreciar o frescor dessa passagem antes de chegar a grande lupa que era a região arena.
Passando pela entrada do salão de eventos, lembrou-se de procurar a mãe para devolver a mascara dourada que havia encontrado.
Havia na entrada duas cortinas de seda roxa, Camila pôs o rosto entre elas para ver lá dentro.
Sua mãe não estava. Escravas domésticas apressadamente trabalhavam na arrumação de uma mesa de comida. Ficou impressionada com o luxo daquela decoração.
No meio do salão, o pequeno lago estava repleto de pétalas de rosas, as colunas destacavam-se envolvidas com tecidos vermelhos brilhosos e boa parte do chão continham confortáveis carpetes de pelos.
Decidiu continuar seu caminho pelo corredor. Sua mãe se dedicava de corpo e alma a sua deusa predileta. Pena que não havia feito o mesmo.
Tinha certa curiosidade sobre essa reunião que já acontecia há alguns anos. Certa vez, perguntou ao pai sobre esse culto e descobriu que nem mesmo ele sabia direito como funcionava. Nessas noites, ele costumava sair de casa para se encontrar com amigos.
Chegando a arena, viu pelo parapeito os gladiadores treinando lá embaixo. Ficou um tempo procurando pelo Marcus, não o encontrou junto aos outros.
Um guarda estava plantado ali perto, tal qual uma estatua. Camila ia perguntar onde ficava a cela do seu escravo, mas ouviu uma voz familiar vindo das escadarias.
— Senhorita!
O Petrônio se aproximou com um semblante preocupado.
— O que fizeram com você, pequena?
— Isso aqui? — Camila fingiu indiferença ao machucado — Ah, não é nada! Tentaram mexer com uma filha de lanista, os bandidos levaram a pior.
Petrôneo bufou com raiva.
— Malditos! Se eu tivesse lá, eles não teriam lhe tocado.
Camila entendeu que a raiva dele era genuína, e pôs a mão em seu braço.
— Esta tudo bem! Não precisa se preocupar, foi apenas um susto.
— Mas...— Quando ele ia reclamar algo, Camila o interrompeu.
— Vim ver o meu patrocinado, onde posso encontra-lo?
— Está na cela.
— Não está no horário dos treinos?
— Para ele, não hoje. Está ferido.
Camila não entendeu a principio. O homem nem tinha sido tocado pelos bandidos, então, a visão do pai limpando a adaga lhe invadiu a mente num lampejo.
— Meu pai puniu ele?
Petrôneo assentiu.
— Ele foi punido sim. Mas está bem agora. Só precisa repousar um pouco.
— Quero ver ele.
— Acho melhor deixar para outro momento.
— Não. Quero ver ele agora! — exigiu a Camila.
O Doctore suspirou.
— Tudo bem, venha comigo. Mas eu vou junto.
Camila não reclamou. De qualquer modo, seu pai queria que ela estivesse com dois guardas, a presença do Petrôneo não atrapalharia.
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A Domina e o Centurião - COMPLETO
FantasiaNa sociedade romana, a cultura de gladiadores chegou em outro patamar. Todo mundo agora patrocina um gladiador e resolve suas questões pessoais em combates através dos seus patrocinados. Camila é filha do dono de uma das maiores escolas de gladiador...