Um vaso estourando na parede do átrio da casa, foi a resposta da Ilithya quando a Camila lhe contou o que o General lhe disse.
— Que os deuses joguem uma maldição na vida desse desgraçado.
Camila compartilhava dessa mesma indignação. A princípio tinha decidido não contar nada, mas percebeu que não conseguiria.
— Vamos matar esse maldito! — Sua mãe deu um soco com o lado do punho e dessa vez foi o espelho oval que sofreu as consequências, ganhando rachaduras em toda sua extensão.
Camila ficou olhando para baixo, ouvindo a ira da sua mãe. Sentia-se da mesma forma. Não poder levar justiça ao assassino do seu pai era mais frustrante que perder tudo e ficar pobre.
Notou gotas de sangue pintarem o piso.
— Você se feriu mãe — Camila correu na direção a ela, que estava segurando a mão direita molhada de sangue.
Enquanto analisava o corte, Ilithya trincava os dentes de raiva e sofrimento.
Camila aninhou a mão dela entre as suas e concentou-se no ponto machucado. Nessa altura ela nem precisava realizar rezas mentais para usar sua capacidade de cura.
Uma luz esverdeada brilhou por meio segundo e a apenas a sujeira de sangue lembrava que houve alguma ferida ali.
Ilithya massageou a pele curada com o polegar da outra mão e passou uma mão na outra.
— Não sabia que você ainda conseguia fazer isso.
— Eu tinha perdido o dom, mas recuperei recentemente.
Então, os olhos da Ilithya se dilataram, demonstrando a expressão própria de quando tinha uma ideia.
— Veja Camila. Ainda temos uma chance de resolver nossos problemas. Temos os dois melhores gladiadores de Napoles. Com a sua habilidade de cura, podemos coloca-los para lutar em curtos espaços de tempo. Mesmo que seja nas arenas clandestinas.
— Não posso fazer isso, mãe — disse a Camila, desanimada por não querer contraria-la nesse momento.
— Por que não?
— Não posso usar o poder de Euculápio para um proposito tão mesquinho. Eles são pessoas mãe, não galos de briga.
— Então, estamos falidas mesmo.
Camila notou que o Marcus estava na porta. Tinha combinado de ir na cidade com ele nessa tarde.
— Vou sair mãe. Tente descansar, vamos dar um jeito. Você tem muitas joias, talvez se penhorar as suas e as minhas.
Sua mãe balançou a cabeça, olhando feio pro Marcus.
— Você se envolveu demais com esse homem. Ele não pode te dar um futuro, Camila.
Camila bufou, porém não falou nada. Não era o momento apropriado para discutir suas escolhas amorosas. Já na porta de casa, Marcus perguntou.
— Onde vamos, minha domina?
Ela virou-se rindo e enlaçou o pescoço dele com os braços e lhe deu um beijo.
— Você já fala isso para me provocar né?
— Sempre — ele riu de volta, depois ficou o rosto um pouco mais sério. — Sua mãe tem razão. Eu e o Flamma podemos levantar uma boa quantia, se lutarmos com frequência.
— Não posso permitir isso.
— O Flamma provavelmente gostaria de uma briga. E a batalha corre em meu sangue. Você não estaria fazendo nada de errado.
YOU ARE READING
A Domina e o Centurião - COMPLETO
FantasyNa sociedade romana, a cultura de gladiadores chegou em outro patamar. Todo mundo agora patrocina um gladiador e resolve suas questões pessoais em combates através dos seus patrocinados. Camila é filha do dono de uma das maiores escolas de gladiador...