A Domina e o Centurião - COMP...

By luclycan

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Na sociedade romana, a cultura de gladiadores chegou em outro patamar. Todo mundo agora patrocina um gladiado... More

Capítulo 1 - Parte 1
Capítulo 1 - Parte 2
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39

Capítulo 12

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By luclycan

   Deixando o escritório do pai para trás, Camila foi em direção ao ludus. Aprendeu a apreciar o frescor dessa passagem antes de chegar a grande lupa que era a região arena.

   Passando pela entrada do salão de eventos, lembrou-se de procurar a mãe para devolver a mascara dourada que havia encontrado.

   Havia na entrada duas cortinas de seda roxa, Camila pôs o rosto entre elas para ver lá dentro.

   Sua mãe não estava. Escravas domésticas apressadamente trabalhavam na arrumação de uma mesa de comida. Ficou impressionada com o luxo daquela decoração.

   No meio do salão, o pequeno lago estava repleto de pétalas de rosas, as colunas destacavam-se envolvidas com tecidos vermelhos brilhosos e boa parte do chão continham confortáveis carpetes de pelos.

   Decidiu continuar seu caminho pelo corredor. Sua mãe se dedicava de corpo e alma a sua deusa predileta. Pena que não havia feito o mesmo.

   Tinha certa curiosidade sobre essa reunião que já acontecia há alguns anos. Certa vez, perguntou ao pai sobre esse culto e descobriu que nem mesmo ele sabia direito como funcionava. Nessas noites, ele costumava sair de casa para se encontrar com amigos.

   Chegando a arena, viu pelo parapeito os gladiadores treinando lá embaixo. Ficou um tempo procurando pelo Marcus, não o encontrou junto aos outros.

   Um guarda estava plantado ali perto, tal qual uma estatua. Camila ia perguntar onde ficava a cela do seu escravo, mas ouviu uma voz familiar vindo das escadarias.

   — Senhorita!

   O Petrônio se aproximou com um semblante preocupado.

   — O que fizeram com você, pequena?

   — Isso aqui? — Camila fingiu indiferença ao machucado — Ah, não é nada! Tentaram mexer com uma filha de lanista, os bandidos levaram a pior.

   Petrôneo bufou com raiva.

   — Malditos! Se eu tivesse lá, eles não teriam lhe tocado.

   Camila entendeu que a raiva dele era genuína, e pôs a mão em seu braço.

   — Esta tudo bem! Não precisa se preocupar, foi apenas um susto.

   — Mas...— Quando ele ia reclamar algo, Camila o interrompeu.

   — Vim ver o meu patrocinado, onde posso encontra-lo?

   — Está na cela.

   — Não está no horário dos treinos?

   — Para ele, não hoje. Está ferido.

   Camila não entendeu a principio. O homem nem tinha sido tocado pelos bandidos, então, a visão do pai limpando a adaga lhe invadiu a mente num lampejo.

   — Meu pai puniu ele?

   Petrôneo assentiu.

   — Ele foi punido sim. Mas está bem agora. Só precisa repousar um pouco.

   — Quero ver ele.

   — Acho melhor deixar para outro momento.

   — Não. Quero ver ele agora! — exigiu a Camila.

   O Doctore suspirou.

   — Tudo bem, venha comigo. Mas eu vou junto.

   Camila não reclamou. De qualquer modo, seu pai queria que ela estivesse com dois guardas, a presença do Petrôneo não atrapalharia.

   Percorreram um pouco o caminho oval da arena, cruzando com várias as celas dos gladiadores. Não dava pra ver o interior delas, eram portas de madeira escurecidas com uma janela redonda em cima, que mal daria para colocar um braço pra fora.

   Petrôneo parou de frente a uma das celas, pegou um molho de chaves no seu cinto e demorou alguns segundo para encontrar a chave correta. Camila tinha a chave dela, mas resolveu esperar ele abrir com a dele.

   A porta foi aberta, Doctore gesticulou para ela esperar. Colocou a cabeça dentro do aposento e a chamou.

   — Não se preocupe, ele está acorrentado.

   Parando na soleira, Camila foi assaltada pelo cheiro forte do interior daquele cubículo. Viu o homem sentado com o rosto encostado na parede, protegendo os olhos com o braço.

   O lugar parecia uma caixa apertada. Camila fez menção de chegar mais perto e Petrôneo pôs a mão sobre seu ombro.

   — Não se aproxime muito, é perigoso.

   Ela agachou-se devagar. Por mais que estivesse com pena dele, Petrôneo devia saber o que estava falando. Abriu a boca para falar algo e lembrou-se que ele não falava a sua língua.

   O gladiador tirou o braço e a encarou diretamente. O sol batia nos seus intensos olhos castanhos e ela logo notou o corte no rosto dele. Estava inchado e, por vezes, ele afastava moscas.

   Havia sangue seco em seu queixo. O peito, onde fora marcado com a primeira letra do nome dela, ainda estava em carne viva. Minando água e rodeado por bolhas.

   — Meu pai fez isso? — perguntou num tom amargurado para o Doctore.

   — Sim. — respondeu Petrôneo.

   — Ele não tinha esse direito.

   O escravo virou o rosto nesse instante, ela teve a impressão que ele tinha entendido algo.

   Camila respirou fundo. Entendeu porque o pai fizera aquilo. Esse homem apenas a salvou porque fora compelido pela submissão do ritual, no último instante. Como não havia recebido os comandos básicos, ele apenas agiu quando foi ordenado diretamente.

   Do contrario, provavelmente me veria morrer e não faria nada. Mas, por que ele iria querer defender algum de nós de bom grado? Fomos nós que o escravizamos.

   — Preste atenção — falou a Camila, colocando firmeza na voz — Você sempre me protegerá quando eu estiver em perigo e nunca me fará mal algum. Daqui em diante, sua maior preocupação será o meu bem estar.

   O homem assentiu devagar, sem relutância, e Camila levantou satisfeita. Deveria ter feito isso quando o sacerdote falou. Teria evitado muita coisa.

   — Todas as celas são assim? — Camila perguntou.

   — Não, Essa é a menor. Reservada a novatos ou aqueles que tiveram mal comportamento. Conforme eles se esforçam nos treinos ou vencem na arena, vão ganhando celas maiores. As celas dos campeões são melhores que os meus aposentos.

   Em outras palavras, ele esta no pior buraco desse lugar.

   — Quero que o transfira pra outra cela.

   O Doctore hesitou, claramente desconfortável por negar um pedido a ela. — ele precisa merecer, seu pai não permitiria que fosse diferente.

   Camila ficou irritada, mas não protestou. Entendeu que se tinha que reclamar com alguém, era com o pai.

   — Pelo menos cuidem melhor dele. Está ferido e pode pegar uma infecção. Chame um medico para inspeciona-lo e fazer curativos. Coloque-o para tomar um banho. Pelos deuses! Mande Limpar essa cela, é desumano.

   — Acho que o médico virá hoje.

   — Virá agora! — ordenou a Camila, como uma dona de escravos, de modo como raramente tinha feito antes. Depois, suspirou — Por favor, Petrôneo. Não quero essa culpa. Ele salvou a minha vida.

   — Tudo bem, senhorita. Pedirei urgência ao médico e farei tudo que me pediu.

   Ela assentiu com um sorriso e virou para ir embora. Chegou na frente no corredor que retornava a sua casa e repensou.

   Não tinha nada para ela em casa. Seu pai devia estar se preparando para a sua noitada com amigos. Sua mãe estava na rua se preparando para o culto.

   Resolveu ir para a casa da Lucille e fazer as pazes com ela. Nunca tinha brigado com a sua única amiga, mesmo que ela estivesse interessada no Tiberius, a amizade seria maior que isso.

   Sabia que seu pai com toda a certeza não ficaria feliz quando soubesse que ela saiu tão cedo, depois do que houve na praça, mas resolveu ir mesmo assim. Pediu para o Petrôneo solicitar uma carroça e avisar ao lanista que passaria a noite na casa da amiga.

   Assim ele não teria tempo de recusar ou colocar um monte de cães seguindo ela. Também não levaria o seu patrocinado. Queria um pouco de liberdade, mesmo se pagasse por isso depois com as reprimendas do pai.

   A Lucille morava do outro lado da cidade, de modo que ir pra casa dela demandava algumas horas. Se demorasse muito, chegaria à noite. Saiu assim que a carroça chegou.

   No caminho, lembrou-se de como a conheceu e então teve certeza que fazer as pazes era a coisa certa.

   Lucille e ela sempre foram as excluídas da aristocracia de Nápoles. Os jovens nunca aceitaram a Camila como parte do grupo, por ela não ter origem nobre. Já a Lucille, desde que sofreu o escândalo, fora repudiada por todos que conhecia.

   Nos eventos sociais, uma fazia companhia a outra. Com isso, ficaram inseparáveis.

   Finalmente chegou ao bairro nobre da zona oeste de Napoles. Desceu da carroça e pediu para o cocheiro aguardar um pouco antes de voltar. Afinal, não tinha combinado nada com a amiga e ela poderia muito bem não estar em casa.

   Entrou por uma passagem no meio de uma cerca viva que circundava a propriedade e tomou um susto. Deu de cara com um homem e o reconheceu de imediato. Era o jardineiro que cuidava da área externa da mansão.

   Um senhor de uns sessenta anos.

   — Senhorita Camila, boa noite!

   — Boa noite, seu Leonidas!

   — Veio com os seus pais?

   — Não, eu vim sozinha ver a Lucille.

   — Ah sim. O Questor saiu com a esposa ainda pouco, por isso perguntei dos seus pais. Mas a senhorita Lucille ficou em casa e pode lhe receber.

   — Que bom!

   — Irei levar a senhorita.

   — Não precisa parar o seu trabalho, sou de casa. Obrigada, senhor Leonidas.

   O jardineiro assentiu e Camila prosseguiu para a porta dupla, que estava encostada. Entrou no amplo salão de recepção. Um aposento bem ornado com quadros de cavalos e bustos de mármore, que representava os falecidos da família da Lucille. Havia uma bela mesa comprida de carvalho claro no centro e vários lampiões em suportes estilizados.

   O pai da Lucille era um político importante e constantemente usava esse local em reuniões acaloradas.

   Cruzou o salão, passando em seguida por um aposento que continha uma galeria de quadros muito bonitos. Sempre se fascinou por esse lugar, mas não deu atenção dessa vez. Estava com saudade da amiga.

   Adentrou um corredor lateral, cruzando por três entradas até as portas duplas do quarto da Lucille. Estavam abertas e Camila ouviu barulhos. Na verdade, gemidos e batidas de pele com pele. Alguém estava transando lá dentro.

   Em qualquer outra circunstancia, daria a volta e iria embora. Mas reconheceu a voz masculina por traz daquele ardor.

   Tibérius? O coração dela deu uma batida a menos. Olhou para o chão com tristeza. Foi idiotice ter vindo aqui.

   Resolveu ir embora, então uma dúvida lhe assolou. Ela apenas transara uma vez na vida. E se todos os homens gemessem de modo parecido?

   Não podia ir embora sem uma confirmação. Entrou no quarto com hesitação e a sua primeira visão foi de uma cortina que criava uma antessala. Deu pra ver a silhueta das costas de um homem cima da cama, marcado pela iluminação da lareira.

   Ouvia-se apenas o crepitar e barulhos de sexo. Camila se perguntou se deveria olhar. Disse a si mesmo que seria por meio segundo.

   Tampou a respiração e colocou o rosto no canto da cortina.

   Viu as costas nuas de um homem pegando a Lucille de quatro com ardor. Enrubesceu. Ele segurava a sua amiga pelo cabelo e dava estocadas fortes. Lucille gemia a cada batida.

   Era um jovem romano, tinha visto o rapaz algumas vezes nas festas da alta sociedade. Não era o Tiberius. Uma onda de alívio a invadiu e ela demorou a tirar os olhos da cena.

   O homem estava suado. As roupas da Lucille espalhadas pelo quarto. A doida espera os pais sair para se divertir.

   Lucille já havia narrado esses encontros algumas vezes, mas ela nunca havia presenciado. Só não entendia porque os escravos não a deduravam.

   Tinha transado apenas uma vez na vida, e não tinha sido lá uma grande experiência. Lucille lhe dissera que começava a ficar bom a partir da segunda vez.

   Camila estava ficando excitada e quis continuar vendo, mas o medo do flagra a fez sair. Quando se virou e atravessou a porta, tomou um susto.

   Havia duas pessoas olhando para ela, ambas peladas. O homem era o Raskos, o patrocinado que lutou pela Lucille na arena e uma escrava da cozinha. Lembrava vagamente dela.

   Camila ficou toda arrepiada de vergonha.

   O homem estava com o pau ereto e todo animado ao ver ela.

   — Senhorita, Camila — disse a escrava iluminando um sorriso — Também vai participar?

   — Não...

   A moça arregalou os olhos e se deu conta da situação. Deu um tapa no gladiador. — Tampa isso!

   O rapaz colocou as duas mãos sobre as partes.

   — Tudo bem, já estou de saída. — Camila saiu de fininho.

   Não sabia se ria ou se ficava constrangida. Voltando pelo caminho, entendeu porque nenhum escravo a dedurava. Eles também participavam.

   Camila sentiu medo da viagem de volta.

   Já estava anoitecendo e provavelmente a noite dividiria o dia antes dela chegar em casa. Já iria receber uma reprimenda do pai por ter saído contra a vontade dele, se ele soubesse que ela tinha voltado à noite, sem guardas, a coisa iria ficar complicada.

   A viagem fluiu rapidamente pelo fato de ter menos carroças no caminho nesse horário. Pelos menos nada de mal havia acontecido.

   Então, lhe ocorreu uma ideia para fugir do castigo do lanista. Pediu para o cocheiro leva-la para a escola de gladiadores e insistiu para que não contasse nada ao lanista.

   O homem aceitou. Provavelmente com medo do problema respingasse nele.

   Entrariana escola com a máscara dourada e se passaria por uma convidada do culto. Poderiaparticipar do final do evento religioso e depois dizer ao pai que tinhadesistido de ir a casa da Lucille. Talvez sua mãe lhe desse cobertura.

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