A Domina e o Centurião - COMP...

By luclycan

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Na sociedade romana, a cultura de gladiadores chegou em outro patamar. Todo mundo agora patrocina um gladiado... More

Capítulo 1 - Parte 1
Capítulo 1 - Parte 2
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39

Capítulo 8

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By luclycan

   Marcus estava no corredor interno na arena de Nápoles, com a cabeça voltada para janelas em formatos de losangos, da onde via as lutas.

   — Vejam e abracem o futuro de vocês! Se forem bons guerreiros na arena, farão fortuna e um dia poderão comprar a própria liberdade — disse o traficante barrigudo, que também olhava para os combates.

   — Ou virar comida de jacaré, depois de morrerem! — disse o outro traficante ao lado, que fazia papel de segurança. Recebeu um tapa do barrigudo no ombro.

   Marcus achou as primeiras lutas monótonas. Poderia enfrentar os quatro gladiadores iniciais juntos e sair sem se machucar.

   A luta principal chamara a sua atenção. Já tinha ouvido falar desse Degolador em suas andanças. Era um gladiador livre, que periodicamente deixava a sua cidade natal para enfrentar os melhores de outro lugar.

   O que ficou nítido era que ele tinha um legado de um deus pagão. Ao longo de toda a luta, Marcus se fascinou com a técnica e brutalidade de ambos os guerreiros. Lembrou imediatamente do Spartacus.

   O único que vira se tornar um berserker de Marte.

   O Degolador, sem duvidas, era um desafio a sua altura. Marte lhe concederia o seu legado se o vencesse. Com certeza que sim.

   Talvez, sua presença ali não fosse uma tragédia, ou um acaso. Talvez, Marte estivesse mostrando o caminho para o Marcus ascender.

   Assim, como Spartacus fizera um dia nessas arenas de gladiadores. Faria como o mercador falou, abraçaria o seu destino e faria história.

===

   Camila teve que esperar um pouco para recuperar o folego. A arena estava esvaziando e ela ainda absorvia o que tinha visto.

   Talvez, o problema estivesse consigo mesma, pois todos reagiam com naturalidade. Talvez, esse tipo de evento não fosse mesmo para mulheres.

   Saiu da plataforma e chegou num corredor oval, por onde saiam os nobres. Todos debatiam animados. Resolveu ir embora. Desistiu de tentar entender o motivo dessas lutas serem tão populares.

   E não sabia o que pensar sobre a Lucille e o Tibérius. Pode ser que com as emoções a flor da pele, tenha interpretado errado. Ele perdeu um gladiador pessoal e apenas fora consolado por um ombro amigo.

   Sentiu uma tênue dor de cabeça e não queria pensar mais sobre isso. No entanto, todos que estavam na plataforma principal vinham em sua direção.

   — Minha filha! — Lucios abriu um sorriso e a chamou. — Venha cumprimentar o bom Edil e o seu filho.

   — Bom Edil, Tibérius. — fez uma leve mesura e se esforçou para colocar um sorriso no rosto, a voz saiu quase sem inflexão.

   — Menina Camila — o Edil franziu o cenho — Está pálida, sente-se bem?

   — Tive uma pequena indisposição. Já melhorei.

   — As mulheres demoram a acostumar-se com esse tipo de recreação.

   Já estava cansada de ouvir aquilo.

   — Se é que pode chamar isso de recreação. — Camila se arrependeu logo após a resposta.

   — Por quê? Não gostou das lutas? — perguntou o Edil, como se isso fosse à coisa mais absurda que já tinha ouvido.

   — Gostei — mentiu — Só achei uma pena à queda do Golias — virou para o Tibérius que não parecia tão abalado.

   — Foi uma pena, realmente. — falou o Tibérius, com naturalidade.

   — Faz parte, um dia a gente ganha, outro perde. Mas os jogos não são mesmo pra todos! — o Edil olhou para Lucille. — A senhorita Lucille parece mais amadurecida para esse tipo de evento.

   Ótimo, agora sou considerada imatura.

   — Achei emocionante! — Lucille abriu um sorriso largo — Nunca tinha sentido isso!

   — Deve ter sido mesmo, até esqueceu de mim. — reclamou a Camila, com um olhar feio para a Lucille.

   — Desculpe, Camila, me empolguei com a vitória.

   — Foi uma bela apresentação mesmo! — disse o Tibérius — Seu campeão precisa de treino, mas foi uma ótima estreia!

   — Obrigada, Tibérius! — Lucille falou num tom derretido. — Ele não teve muito tempo para treinar, por isso, quando fui escolher a nacionalidade e o estilo, copiei olhos mais capazes. Espero que não tenha se importado.

   Mas que oferecida! Ela se referia ao Raskos e o Golias serem gauleses e lutarem no mesmo estilo. Camila tinha ficado enojada. Por isso ela tinha virado patrona.

   — De forma alguma! — O rapaz pareceu sem jeito com a lisonja — O mérito ainda é só seu!

   — Quer dizer então que teremos outra apresentação do Degolador em Napoles? — O Edil perguntou ao lanista.

   — Teremos, o adversário dele sairá do meu ludus, da Casa Titanus. — disse seu pai, orgulhoso.

   — Grande Lucios! Sempre conquistando as melhores principais!

   Camila olhou assustada para o pai, essa luta ela não faria a mínima questão de assistir.

   — O nobre que estava conosco no tablado era o representante do Degolador. Essa luta de hoje foi um aquecimento para ele. Ele quer enfrentar o melhor de Napoles.

   — Representante? — indagou a Camila.

   — Sim. O Degolador é um homem livre que anda de cidade em cidade desafiando os melhores gladiadores. — explicou o Lucios.

   A ideia de esbarrar com aquele indivíduo na rua a fez estremecer.

   — Homem? Pra mim aquilo é um animal. — disse o Edil rindo, depois pareceu se lembrar de algo — Gostaria de pedir algo a uma das duas. Fui convidado para um passeio num navio de festas, encomendado pelo imperador. Será realizado um cruzeiro teste por uma noite na orla da nossa cidade. Eu ia com o Tibérius, mas, compromissos comerciais me impedirão. Então, alguma das senhoritas tem interesse de acompanhar o meu filho no meu lugar? Será um passeio e tanto.

   Aquilo era um presente dos deuses, exatamente o que ela precisava para se reaproximar do Tiberius.

   — Eu gostaria — a resposta veio das duas em uníssono.

   Camila olhou para Lucile, incrédula e perplexa. Era a única que sabia o quanto aquilo era importante para ela. O quanto tinha esperado por ele.

   O Edil olhou para as duas por alguns segundos e abriu um sorriso sem jeito.

   — Agora entramos num impasse.

   — Cruzeiro teste? — disparou Lúcios. — É seguro?

   — Completamente, bom Lúcios. Eu mesmo inspecionei a construção, é um navio incrivelmente grande e estável. Mas, como vamos resolver essa questão?

   Todos ficaram se olhando por um tempo. Camila notou alguns escravos a venda, na curva do corredor.

   — E se disputássemos numa luta?

   Todos olharam para a Camila franzindo o cenho.

   — Digo, luta entre nossos patrocinados.

   — Não sabia que era uma patrona! — falou o Edil, num sobressalto animado.

   — Sim — respondeu, olhando incerta para o pai, torcendo para ele não desmentir — para mim é natural, afinal, cresci ouvindo historias dos titãs da arena.

   — Seria interessante um embate desses. Mas para a senhorita é fácil. Bastaria pegar um dos homens indicados pela longa experiência do seu pai. Não seria justo com a senhorita Lucille.

   — Não mesmo! — Lucille falou franzindo o cenho.

   — Estão vendo aqueles escravos? — Camila apontou para onde um mercador estava expondo um pequeno grupo de homens — Comprarei um agora, meu pai não dará nenhum pitaco, isso seria justo?

   — Completamente! — o bom Edil pareceu gostar da brincadeira, ela virou-se para o pai, que assentiu.

   Ao chegarem à curva do corredor oval, Camila viu cinco escravos acorrentados e dois comerciantes na frente. Um deles era um homem gorducho com um grande bigode, jurando de pés juntos que possuía escravos da melhor qualidade para a arena.

   O outro usava um colete e segurava um chicote. Não parou de olhar para os acorrentados nem mesmo quando os pretensos fregueses chegaram.

   — Leve o tempo que precisar, pequena Camila — disse o Edil e ela se aproximou dos escravos.

   Ao passar os olhos nos cinco homens, apenas dois lhe pareceram viáveis para uma compra. Os outros pareciam raquíticos demais para suportar uma briga. Um deles era alto e musculoso, nariz amassado e marcas de chicote no braço. O que ele fez para merecer esses ferimentos?. Fazia o tipo que se dava bem na arena.

   O outro era mais baixo, estatura média romana. Cabelos negros, curtos, corpo perfeitamente esculpido em músculos enxutos, rosto angular bonito, olhar intenso.

   — A senhorita gostaria de ver as partes intimas deles? — perguntou o bigodudo, Camila enrubesceu e seu pai deu um passo à frente.

   — Cala a boca, idiota! — disparou Lúcios e perguntou em seguida — Eles falam a nossa lingua?

   O homem balançou a cabeça negativamente.

   — Tenho certeza que aprendem rápido.

   — Vamos comprar semana que vem na praça, eles não entendem uma palavra que estamos dizendo.

   — Pai, o plano era que eu deveria escolher.

   — É verdade! — disse o Edil em tom divertido, Lucios recuou com a cara fechada.

   — Eles são da onde? — perguntou a Camila, olhando para o comerciante.

   — O grandão é da Gália, o outro é de alguma tribo barbara dos etruscos.

   Gaulês. A mesma nacionalidade do Golias e do Raskos da Lucille. De certa forma, tem até o mesmo tamanho.

   — Terei mais personalidade que a Lucille, não vim aqui copiar o Tibérius. — comentou a Camila, com mordacidade — Escolho o da tribo etrusca.

   Lucille franziu o cenho e não disse nada. O seu pai não pareceu gostar da escolha.

   A compra fora realizada. Lúcios teve que pedir um cocheiro para ir à escola de gladiadores buscar um guarda para escoltar o novo escravo.

   Por fim, combinaram que a luta pelo cruzeiro seria realizada na casa do Edil, durante a festa de aniversário da madrasta do Tibérius, dentro de duas semanas.

   Ao chegar em casa, Camila não estava muito certa do que havia feito. Era o primeiro escravo que tinha em seu nome e o colocaria numa arena para arriscar a vida.

   Então, lembrou o que o seu pai vivia repetindo. Os gladiadores eram os únicos escravos com chances reais de alcançar a liberdade. Até enriquecer.

   Isso é misericórdia. Repetiu para si mesma, porque precisava acreditar nisso.

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