A Domina e o Centurião - COMP...

By luclycan

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Na sociedade romana, a cultura de gladiadores chegou em outro patamar. Todo mundo agora patrocina um gladiado... More

Capítulo 1 - Parte 1
Capítulo 1 - Parte 2
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39

Capítulo 5

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By luclycan

   Era a vez do Lucios. O lanista precisava de um número maior que dez, na soma de dois dados, para vencer essa rodada. Fez os dados de madeira girarem na palma da mão, deu um gole no vinho, e os arremeteu na mesa.

   Ficou tonto, fechou e abriu os olhos com força. A bebida finalmente estava pegando ele.

   Tirou quatro nos dois dados. Esta se sentindo com sorte, pensou o General. Resultados iguais permitia repetir a jogada, com o acrescimento do dado repetido no próximo resultado.

   Lucios jogou os dados novamente. Tirou seis e três. A soma deu nove. Com o acréscimo do quatro anterior, ficou com treze. Venceu essa rodada.

   — Parece que é a sua noite de sorte, Lucios — falou o General Solonius.

   — Para variar um pouco — comentou o lanista, num tom de resmungo, em seguida deu uma baforada num fumo de tabaco

   Nada fora do controle. Observava o lanista como uma presa. Não um ratinho que devia ser engolido rapidamente, e sim, uma ave que se tirava uma pena por vez.

   Solonius tinha o legado da Deusa da Fortuna, mas nunca havia dado valor a isso em sua juventude. Há pouco tempo, descobriu grandes utilidades para a sua habilidade. Ele conseguia saber o que as pessoas estavam sentindo e, as vezes, tinha vislumbres do que pensavam. Nem sempre funcionava, mas estava se aprimorando.

   — Espero que não tenha ficado desapontado com o gladiador que comprou hoje. Tentei avisa-lo que colocar ele para lutar tão cedo era um erro, o ritual machuca demais a carne.

   — Não se preocupe com isso, Lucios. — disse o General, com frieza — O problema estava com o dono.

   — Não seja tão duro com o rapaz, estava apenas eufórico com o dia do seu nome e se deixou levar.

   — Deixe que do meu filho eu entendo — respondeu Solonius, com rispidez e deu um gole na  caneca de vinho — Então, mais uma partida?

   Se existia algo que tirava o General do prumo, era o filho. O menino se mostrou uma decepção desde que nascera. Não fazia nada direito, sua incompetência era flagrante.

   Segundo as leis de Roma, quem controlava exércitos não podia ser dono de terras. O certo seria passar a sua legião ao filho. Mas, se tivesse feito isso, Vetius já teria destruído toda a reputação que construíra a duras penas. Desistira das tropas e investiu sua fortuna em fazendas.

— Desculpe-me se fui impertinente — Lucios endureceu o rosto e reuniu os dados — O senhor pode começar.

— Não há o que se desculpar. O garoto sempre me deu dor de cabeça. Uma causa perdida. Mas vamos nos focar em assuntos mais agradáveis. Vamos apostar algumas moedas?

O General voltou a tomar o controle da situação.

— Assim o senhor tirará as minhas calças, ainda não paguei a grande soma que lhe devo.

   Solonius deu um sorriso, como se a única forma de aliviar o semblante austero fosse lembra-lo das suas vitórias. O que queria ia muito além de meras moedas. Esse lanista tinha a segunda maior escola de gladiadores da cidade. Exatamente o que precisava nesse momento.

   Suas fazendas estavam sendo invadidas por mendigos e miseráveis. Os malditos sugavam a terra sem pagar nada por isso, como uma praga que se multiplicava a cada dia. O exercito municipal não tinha capacidade de conte-los, ou pelo menos, parecia não se esforçar. 

   Isso porque os invasores estavam formando forças de defesa armada. Era verdade que eram mal treinados e mal armados. No entanto, eram numerosos. O General pediu auxilio ao senado, não teve nenhuma ajuda considerável. Ele não tinha mais nada a oferecer as velhas raposas. Não ia rebaixar-se pedindo novamente. Soaria desespero.

   A revolta de Spartacus mostrou o que gladiadores numa linha de batalha podiam fazer. Um exército quase invencível. Não existia limites para a quantidade de escravos que alguém podia ter. Então, criará um exército deles. Algumas centúrias de gladiadores seriam suficientes para varrer os malditos das suas terras.

   Para isso dar certo, precisava ser dono dos melhores gladiadores, assim como, ser dono de um ludus para continuar a produzi-los, como uma fabrica de guerreitos super dotados.

   O seu plano caminhava bem. Lucios era um viciado e já lhe devia uma grande quantia em apostas vencidas. Conseguia sentir o vicio e o descontrole como um cheiro.

   Mas, precisava que ele lhe devesse mais. Dessa forma, o lanista não teria outra alternativa. Aceitaria casar a jovem Camila com o asno do Vetius. Em troca da isenção das dívidas.

   Depois do casório, bastaria dar um sumisso no lanista e o ludos cairia na mão do seu filho. Por consequência, na mão do General.

   — Já te falei para não se preocupar. Se depender do meu filho, a divida será paga em forma de gladiadores para recreação.

   — E tem mais — continuou o General — Não quero lhe prejudicar. Tenho contatos. Arrumarei grandes lutas para os seus campeões, assim poderá ganhar muitas moedas e pagar o que me deve — disse o General, com cinismo.

   Solonius deu uma risada e rolou os dados. O resultado foi 3 e 1. Fez uma careta. Jogada péssima.

   — Aposto 100 denários que você não bate essa — disparou com a mesma estratégia que usara para tirar tantas moedas do lanista no passado. Um desafio irresistível.

   — Aceito! — disse o lanista, empolgado. Ele já ganhou essa noite. A sorte esta do lado dele. O General riu internamente da impulsividade que sentia no Lucios.

   Quem conta com a sorte é um tolo. Eu faço a minha.

   O lanista começou a girar os dados, deu um gole no vinho, como sempre fazia, e jogou. Apertou o rosto com a mão direita, demonstrou uma tonteira imediata.

   O General usou o tempo para, com mãos ágeis, mexer nos dados. O melhor dessa erva é que seus efeitos pareciam uma embriaguez comum.

   Quando Lucios voltou a sí, seus olhos arregalaram. Deu 2 e 1. Perdeu mais cem moedas.

   — Então, bom Lucios, podemos conversar agora sobre a sua filha?

===

   Tibérius foi atrás do Vettius e a festa continuou.

   O interior da residência continuava barulhento, com outros combates de patrocinados e Camila resolveu retornar ao jardim de uvas.

   Provou um cacho, eram doces como mel. Comeu pedaços de leitão assado, bebeu um suco de manga e passou um tempo conversando com a Lucille.

   Não se aguentava de ansiedade para ver o filho do Edil novamente. Vettius voltou e pediu desculpas a todos pelo o seu destempero. Nada do Tiberius.

   O filho do General foi atrás dela e ficou ao seu lado, grudado, seguindo, tentando puxar assuntos e falhando miseravelmente. A seguiu por tanto tempo que ela desistiu de fugir e ficou sentada, ouvindo ele tagarelar.

   Tiberius finalmente deu as caras apenas para ir direto a outra extremidade da festa, e ficou por lá, conversando com amigos.

   — E foi então que meu pai puxou o exercito inimigo por uma estrada que estava na mira de mais de dez trebuchets ocultas num bosque. — falou Tibérius, empolgado — Incrível né?

   — Muito — falou a Camila, num tom preguiçoso, em seguida pegou um cacho de uva no vinhal acima da sua cabeça.

   — Imagina, pedras incandescentes caindo no meio de dez mil inimigos. De um lado, um rio onde poderiam morrer afogados. Do outro, um bosque lotado de armadilhas. Foi genial. — Vetius falava dos feitos do pai como se tivesse estado lá.

   Em outro momento, talvez a Camila ficasse genuinamente interessada. Gostava de histórias. Mas sua mente agora apenas se perguntava por que o Tibérius não a procurou mais.

   A festa praticamente tinha acabado, e ele não voltara nem mesmo para a mesa dos pais.

   — Você teve alguma briga com o Tiberius? — resolveu perguntar para o Vetius, afinal, as coisas mudaram depois que eles conversaram sozinhos lá dentro.

   — Claro que não. Por que pergunta isso? — respondeu o Vetius, fazendo uma cara como se fosse à pergunta mais estupida do mundo.

   — Porque você saiu chutando tudo quando perdeu para ele e depois que ele foi atrás de você, ele não veio mais me procurar.

   — Ah, isso já esta esquecido. Eu fico agitado no meio das lutas. Mas, se quer um conselho, não fique perto do Tiberius, ele não serve para você.

   — Ta bom, cúpido. Agora você vai vestir uma fralda e dar flechadas por ae, para dizer quem vai ficar com quem.

   Vetius enrusbesceu e gaguejou.

   — Eu conheço ele melhor que você!

   — Ah não conhece não, meu bem. — Camila percebeu que o vinho começava a fazer efeito. Quase disse que vira o filho do edil pelado.

   — Você nunca viu quando ele fica bêbado. E Também, ele não quer nada sério, diferente de mim, que quero...

   Vetius gaguejou e Camila se arrependeu de ter puxado esse assunto. Não queria recusa-lo bem no dia do seu aniversário.

   Então, Lucille surgiu, interrompendo o rumo da conversa. Graças a Eusculápio.

   Seu andar vacilante e olhos apertados denunciavam a embriaguez.

   — Ola, senhorita! — Tibérius a saudou, ele também parecia aliviado. — Junte-se a nós.

   Lucille levantou uma sombrancelha sarcástica para a Camila.

   — Não quero atrapalhar...

   Assim que falou, tropeçou no próprio vestido e teve que segurar-se na mesa para não cair.

   — Acho que já deu pra hoje né, mocinha. — disse a Camila, fazendo cara feia pra ela.

   — Nada que...— Lucille deu um soluço — Nada que um vomito não resolva. Eu ainda não comi um pedaço daquele leitão.

   Falou, apontando, ou tentando, para um escravo que andava com uma bandeja de prata.

   — Esta delicioso — Vettius falou com um sorriso — Mas vou buscar algo que ira te fortalecer. Por favor, sente-se.

   — Não precisa, Vettius! — disse a Lucille.

   — Faço questão. Eu já ia buscar mesmo. — Vettius ergueu-se e puxou uma cadeira para ela.

   Depois que o filho do General se afastou, Lucille comentou.

   — Até que o rapaz está gentil.

   — Gentil até demais, estava quase se declarando para mim. — Camila bufou.

   — Está podendo hein. — Lucille divertiu-se com o mal humor da Camila.

   — E você ainda zomba. — mesmo que quisesse, não conseguiria se irritar com a amiga e a sua cara torta da bebedeira, deu uma risada — E então, conheceu alguém interessante?

   — Infelizmente não. As mesmas figurinhas entediantes.

   As pessoas já se moviam para ir embora. Camila viu passando um sacerdote e uma sacerdotisa, se despedindo de alguns convidados. Provavelmente os responsáveis pelo ritual de submissão as pressas do gladiador do Vetius.

   O homem tinha um aspecto estranho. Era careca e usava brincos que pesavam, fazendo a parte de baixo da orelha anormalmente esticada, feito um elástico.

   A mulher era imponente. Usava uma capa negra com um capuz sobre os ombros, em cima de uma túnica branca. Tinha maquiagem e joias singelas. Seus olhos transmitiam altivez e confiança.

   As passar por um bêbado que começou a mexer com ela, Camila conseguiu ouvi-la ameaça-lo com uma praga. O nobre recuou assustado. Nunca tinha visto uma mulher intimidar um homem antes.

   Seus pensamentos foram interrompidos pelo súbito vomito da Lucille no gramado ao lado.

   — Que nojo!

   Lucille levantou a cabeça, ofegando, com um fio de baba ainda descendo. — Todo mundo faz isso!

   A festa estava acabando e ela acabou se revelando um fracasso. Até que uma ideia lhe passou, como um lampejo.

   — Conversa um pouco com o Tiberius. — disse a Camila, repentinamente.

   — Ué, já esta desistindo do futuro advogado?

   — Claro que não! Ele não esta vindo mais falar comigo. Acho que deve ser por causa do Vetius. Você podia tirar alguma informação dele.

   — Como o que?

   — Qual será o próximo evento que ele vai participar, por exemplo.

   — Tá, ae eu vou sacrificar o resto da minha noite para bancar a sua espiã?

   — Por favor, amiga! — Camila juntou as mãos como se estivesse rezando — Você mesmo falou que tá ruim de partidos hoje.

   Antes que ela respondesse se faria, Vettius voltou, ao lado de uma escrava com uma bandeja com três pequenas tacinhas de barro. Cada um pegou uma e Camila viu um liquido vermelho espesso.

   — O que é isso? — perguntou a Camila.

   — É sangue de gladiador com vinho. Daquele careca que o meu Cão derrubou — Vettius virou a tacinha na guela.

   Camila fez uma careta.

   — Ah. Já ouvi falar disso. — falou a Lucille, animada — Parece que ganhamos um pouco da força vital dos gladiadores.

   Lucille bebeu de uma vez só.

   — E dizem que é afrodisíaco — comentou a Lucille em seguida, com os lábios rosados.

   — Eu não vou beber isso!— disparou a Camila — é nojento.

   — Se você beber eu faço o que me pediu.

   Camila respirou fundo. Girou o liquido com indolência e pareceu ter visto um brilho no liquido. Olhou para o Vettius, estava com uma cara cheia de intenções. Que mal faria. Poderia estar ocorrendo um dilúvio entre suas coxas que não daria condições para ele. Bebeu tudo.

   Lucille foi cumprir sua promessa e Camila terminou a noite conversando com o Vetius, que graças aos deuses desistiu de se declarar. Todos já se aprontavam para ir embora. O General disponibilizou um veiculo para sua família ir para casa.

   A noite estava fria e uma pequena garoa cobria a paisagem. Sua mãe permanecia com a mesma elegância do inicio do evento, enquanto seu pai estampava um semblante cansado e destruído.

   O plano com a Lucille lhe rendeu frutos. Antes de ir embora, ela conseguiu trocar ultimas palavras com a amiga. Descobriu que o gladiador do Tibérius se apresentará na arena principal, no próximo domingo. Uma oportunidade para encontra-lo, "acidentalmente".

   Lutas de gladiadores não são para mulheres, lembrou do que Tiberius havia comentado. Vou surpreende-lo.


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