A Domina e o Centurião - COMP...

Autorstwa luclycan

854 97 58

Na sociedade romana, a cultura de gladiadores chegou em outro patamar. Todo mundo agora patrocina um gladiado... Więcej

Capítulo 1 - Parte 1
Capítulo 1 - Parte 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39

Capítulo 2

58 6 7
Autorstwa luclycan


   Antes de entrar na carroça, Camila teve a oportunidade de ver o gladiador que o filho do General comprara. Fazia o tipo ameaçador. Alto, inchado e repleto de marcas de feridas espalhadas pelo torso nu. Era moreno e tinha cabelo grande e irregular. Abaixava a cabeça, submisso, mesmo assim, aqueles olhos brutais davam medo.

   O gladiador foi junto com os soldados no banco de guia. Iam amarra-lo na lateral do veiculo e coloca-lo para ir correndo, mas Vetius interveio. Não queria o seu lutador ficasse cansado antes do tempo. Se os soldados não gostaram de ir ao lado de um escravo, não se pronunciaram.

   — Quero chegar em casa logo, para fazer o ritual de submissão. Esse garotão vai lutar hoje ainda. — comentou o Vettius, ansioso.

   — Faz muito bem, jovem Vettius. — disse o lanista — O ritual de submissão não deve ser negligenciado.

   Camila achava essa prática que forçava a obediência uma violência terrível. Mas não queria pensar nisso agora.

   Arrumou-se da melhor forma que pôde. Prendeu os cabelos castanhos num broche no formato de um escaravelho azul. Um belo colar com uma pedra turmalina verde balançava no pescoço numa corrente de ouro. Escolheu um vestido de seda azul, o qual moldava suavemente ao seu corpo esguio. Foi sutil no decote.

   Já a sua mãe não economizou nesse sentido. Vettius só faltava babar. Se os peitos dela secassem com a encarada dele, estariam mais murchos que o saco de um boi. Só parou quando o General Solonius deu uma cotovelada discreta, todos fingiram não perceber. Seu pai ficou com uma cara fechada.

   — Então Camila, você tem algum gladiador patrocinado? — perguntou o Vettius.

   Mais conversas sobre gladiadores, suspirou com tédio.

   — Não me interesso por essa moda.

   — Que desperdício. Se o meu pai fosse um lanista, eu pegaria sempre o melhor para lutar por mim.

   — No meu aniversário, você tinha um ótimo patrocinado — lembrou a Camila — Venceu várias lutas naquele dia, o que houve com ele?

   — Ah, ele morreu. Já não estava aguentando o tranco, eu mandei que o sacrificassem antes que me envergonhasse na arena — falou com a mesma naturalidade que o pai ao lado, quando disse que mandou matar leitões pra a festa.

   Aquilo só a deixou com mais repulsa dele, mas não demonstrou. Afinal, era o seu aniversário.

   O rapaz continuou a tagarelar sobre suas vitorias e ela abriu um sorriso fingido, como se tivesse prestando atenção. A única coisa que conseguia pensar era no seu reencontro com o Tiberius.

   A carroça atravessara a área sul da cidade e, de modo abrupto, o cenário urbano de construções grudadas deu lugar a amplas chácaras e fazendas. Vettius, às vezes, perdia a compostura e voltava a olhar para a sua mãe. Assim eram os homens.

   O crepúsculo já fazia a sua mágica e a estrada iniciou uma subida obscurecida. A certa altura, o veiculo percorrera um cercado alto de troncos e arame farpado. Por fim, parou em frente a um portão grande de tabuas e pilares altos. Um guarda abriu rapidamente e a carroça entrou na propriedade.

   Começou um caminho sinuoso por um bosque escuro, periodicamente iluminado por postes de tocha. Aquilo causava um efeito bonito na trilha. Camila respirou o ar puro de mata virgem e sentiu o ar resfriado encher seus pulmões. Sentia as mãos trêmulas pela ansiedade de encontrar o Tiberius. Preciso me acalmar.

   — Que paraíso! — comentou a Ilithya — Se eu morasse num lugar como esse, nunca sairia de casa.

   Teve que se segurar para não dar uma risada, não conhecia ninguém mais consumista e dependente dos confortos da cidade do que a mãe.

   — Obrigado, senhora Ilithya — falou o General Solonius — Apenas um lugar calmo para um velho soldado pendurar a lança!

   — Um descanso merecido — assentiu Lúcios.

   Ao passarem por alguns postos de vigia, e subidas íngremes, chegaram numa planície. A carroça parou de frente a uma estrebaria.

   Um criado, vestindo uma túnica de lã cinza grosseira com um barbante amarrado na cintura, abriu a porta e ajudou a Camila descer. Estavam num local com diversos casebres de madeira e ela ouviu sons de animais. Era uma fazenda. Achou curioso, considerando que era a propriedade de um General.

   A próxima a sair foi a Ilithya, sua mãe com 36 anos tinha poucas marcas da idade no rosto, inegavelmente linda. Estava adornada com um conjunto de joias de pedra turquesa e um bracelete de ouro, em formato de cobra, enrolado no pulso esquerdo.

   A pele leitosa dela era inadequada ao clima tropical da região, por isso estava sempre com uma adorável cor vermelha nas bochechas. Além de um corpo que não precisava de nenhum esforço para chamar atenção.

   Outro criado fez um aceno, avisando que mais gente subia. O General Solonius chamou todos para prosseguirem por uma trilha à direita.

   Camila sempre se identificou mais com o pai. Tinha admiração pela forma como ele começou de baixo e alcançara o status que possuía. Mas, essa noite, precisava copiar a mãe. Sua linguajem corporal provocante e magnetismo sensual.

===

   Há 10 horas...

   Com três centúrias na aldeia, em menos de duas horas o serviço já tinha terminado. Os legionários repartiram o lugar em três lados. Marcus ficou com a região norte.

   A vantagem de ter um Legatus presente era que todas as decisões de comando ficavam com ele. Então, Marcus fora liberado mais rapidamente.

   Seus homens estavam, nesse instante, cercando um grupo de gaulesas que serviriam como entretenimento para o resto da noite. Abominava estupros, no entanto, precisava fazer vista grossa. Assim era a guerra. Não havia nada que poderia fazer.

   As mulheres gaulesas eram estranhas, poderiam se passar por sósias da medusa. Mas, perante homens que ficaram um ano sem mulher, era como colocar coelhos sujos em frente a cães famintos. Para o Marcus, era o momento que preferia se recolher para não ver o que acontecia. Tantos dias dormindo em tendas e chão duro, se tivesse sorte acharia um lugar com uma cama de palha confortável.

   A aldeia era repleta de casas espaçosas. Nada que se comparasse a engenharia romana, mas havia construções interessantes ali. As paredes eram levantadas por pedras e pressas por barro. Os tetos eram formados por palhas e juncos. Não sabia o que fazia tudo ficar fixo lá em cima. Só sabia que parecia funcionar bem.

   Tomou um garrafão de vinho da mão de um soldado e, após procurar por alguns minutos, encontrou uma casa adequada. Empurrou a porta encostada e viu um ambiente escuro e espaçoso, com poucos moveis. Dava pra ver um circulo de pedras com tocos calcinados no centro. Nas laterais, havia moveis com ferramentas de agricultura e roupas penduradas em pregos na parede.

   Como já havia anoitecido, precisava dar luz ao ambiente.A rua estava iluminada por fogueiras em vasos largos, dispostos nas esquinas, inseridas estrategicamente pelos soldados. O crepitar dessas chamas era o som mais alto nessa região desabitada, se não contar os legionários de serviço, que faziam rondas periódicas.

   Quando saiu para procurar alguma madeira para usar de tocha, ouviu barulhos de uma corrida desesperada. Levou a mão imediatamente sobre o punho da espada.

   Da escuridão surgiu uma jovem miúda e imunda de lama da cabeça aos pés. Ela arregalou os olhos quando trombou com Marcus, como se estivesse fugindo de uma onça e esbarrado com um leão. Ele a segurou direto no pescoço e, com mãos férreas, a espremeu na parede da casa. Colocou o garrafão no chão.

   — Para onde você pensa que vai?

   Ela se debateu debilmente, Marcus se deu conta que não se tratava nem de uma mulher completa. Devia ter no máximo onze primaveras. Talvez menos. Continuou a mantendo presa na parede e tencionava leva-la para onde os prisioneiros estavam trancados.

   Foi quando dois soldados chegaram correndo, ambos uniformizados. Tito, um legionário corpulento e experiente, levando na boca um vermelhão e uma risada irritante. Junto com ele vinha Sula Castus, outro soldado raso que se tornou o melhor amigo do Tito no último ano.

   — Eu falei que não tinha para onde fugir coelhinha! — falou o Tito, se aproximando com uma faca em punho, como se tivesse atrás de uma galinha. O outro apenas deu risadas.

   — Me solta. Me solta. — falou a garota, com um sotaque embolado e debatendo-se.

   — Olha só, então ela entende a nossa língua. — disse Tito, destacando o óbvio — Deixe-a conosco, senhor. Vamos dar um trato nessa vadiazinha.

   Essa última frase fez disparar um lampejo de raiva em Marcus, chegando a encrespar os pelos das costas. Estava forçando-se a entrega-la aos dois. Mudou de ideia.

   — Ela ficará comigo essa noite — falou Marcus, num tom indeciso na voz, sabia que isso ia dar confusão — Vão embora!

   Tito franziu o cenho, como se tivesse sofrendo a maior injustiça do mundo.

   — Senhor, eu a vi primeiro. A vagabunda estava escondida na lama, embaixo de uma casa. — O legionário aproximou-se da moça para leva-la e Marcus se colocou na frente dela.

   — Vá aproveitar a sua folga, legionário. Se encher muito o saco lhe colocarei de serviço ainda essa noite.

   O semblante do homem se apertou numa raiva que parecia irromper a qualquer momento. Marcus levou a mão novamente ao punho da espada e o encarou. Tito era alto e se assomava a sua frente, tentando ganhar na intimidação.

   Dessa forma ele não conseguiria nada, pois parte do Marcus queria aquilo. Uma nova batalha para oferecer a Marte. Talvez, Tito lhe desse uma luta mais valiosa que o guerreiro pagão que enfrentou mais cedo. Sula Castus colocou a mão no ombro do Tito e o puxou.

   — Deixa ela com o Centurião, camarada. É o direito dele.

   — Isso não é certo — bufou Tito, como se jogasse pra fora uma pressão indigesta e se situasse na realidade da patente — Se é assim que quer!

   — Ficou apaixonado por ela, Tito? — provocou Marcus, num riso no canto da boca — Antes de ir, traga para mim uma tocha, e seja rápido.

   O legionário demorou um pouco para absorver aquilo, mas acabou realizando o que foi comandado. Marcus ia fazê-lo acender a fogueira da casa, mas achou demais. A dupla que caçava a jovem gaulesa foi embora e Marcus a levou para a casa que fora separada para prender os prisioneiros.

   Deu ordens especificas para os guardas não deixarem ninguém pegar ela, e, voltou para a sua residência ter o seu descanso merecido.

===

   O caminho em direção a casa grande tinha um gramado meticulosamente aparado. Chegando mais perto, Camila percebeu que se tratava de uma mansão, cercada por um muro alto, revestido a mármore. Viu guaritas de soldados a cada aresta do muro. O lugar parecia um quartel.

   Os portões de aço estavam abertos e eles foram recepcionados por uma bela moça loira trajando uma túnica branca larga que permitia a visão lateral dos seus seios.Todos os homens ali presentes encararam sem cerimônias.

   Após o portão, trafegaram por um caminho de pedras polidas e cruzaram com uma estatua do Deus da guerra, Marte. Usava um capacete militar e apontava uma lança pra quem chegava. Bela forma de recepcionar convidados, pensou a Camila.

   Chegaram finalmente na festa. Respirou fundo e olhou para a mãe, que irradiava sorrisos. Os convidados estavam sentados, abaixo de duas estruturas de olmos emparelhados, enroscados por galhos de videiras. Para pegar uvas bastava erguer a mão. Era uma baita decoração de festa.

   Todos se levantaram com a chegada dos anfitriões e a filha do lanista enrubesceu. Nunca tinha recebido tanta atenção na vida e encolheu-se. Vettius estava grudado ao seu lado, distribuindo sorrisos e acenos, ela mal conseguia mover um musculo do rosto.

   Lembrou-se da promessa que fizera a si mesma, a noite precisava ser memorável. 

Conhecia quase todas as pessoas ali. A elite da cidade que o seu pai fora inserido por causa do crescimento meteórico como lanista. Os mesmos nobres, esnobes e cheios de si, passarão a noite se embriagando e lembrando os feitos dos seus antepassados. Sua família não tinha sangue nobre, mas tinha dinheiro, o que era quase a mesma coisa.

   O General liderou a entrada passando de mesa em mesa. Vettius estava com um sorriso largo e alguns convidados faziam cara de espanto antes de abraça-lo. Preciso relaxar.

   O clima estava agradável. O cheiro das uvas era delicioso. O átrio era iluminado por lancernas em postes dourados. Era romântico. Pegou-se pensando na possibilidade de ter um momento a sós com o Tibérius.

   A próxima mesa tirou o seu primeiro sorriso. Era a família da Lucille, sua única e verdadeira amiga. O alívio proporcionado pela presença dela durou pouco, bastou a Lucille olhar para o Vettius e virar para ela com um olhar confuso e inquisitivo. Camila gelou. Entendeu exatamente o que a amiga estava estranhando. Seu olhar perguntava o que ela estava fazendo com o Vettius.

   Todos na festa deviam estar pensando o mesmo. Inclusive, a única pessoa que ela estava verdadeiramente interessada em impressionar. A próxima mesa era a do Tibérius.

====

Curta a página do autor no facebook*

http://bit.ly/2KZB1fb

*O pseudonimo do autor mudou de Luc Lycan para Luciano Lobo*

+++
Obrigado por estar lendo a minha história.
Deixe um comentário, ira me ajudar muito a melhorar o meu texto.

+++

Czytaj Dalej

To Też Polubisz

28.8M 915K 49
[BOOK ONE] [Completed] [Voted #1 Best Action Story in the 2019 Fiction Awards] Liam Luciano is one of the most feared men in all the world. At the yo...
55.1M 1.8M 66
Henley agrees to pretend to date millionaire Bennett Calloway for a fee, falling in love as she wonders - how is he involved in her brother's false c...
1.4M 98.4K 24
#Book-2 in Lost Royalty series ( CAN BE READ STANDALONE ) Ekaksh Singh Ranawat The callous heartless , sole heir of Ranawat empire, which is spread...
1.9M 97.5K 38
Presenting the story of ISHIKA MEHRA Whose innocence made the king bow down to her AND ABHIRAJ SINGH RATHORE Whose presence is enough to make the per...